quinta-feira, 23 de maio de 2013

Histórico da Biblioteca Municipal Ascânio Lopes

Ricardo Quinteiro - 2011


A Biblioteca municipal Ascânio Lopes, conta com 112 anos, com uma extensa lista de serviços prestados à comunidade de Cataguases e região, que por sua vez sempre entendeu sua importância. Hoje em uma nova fase podemos, com segurança, dizer que justiça está sendo feita ao instalá-la na casa do Coronel João Duarte Ferreira. No momento descreveremos um pequeno histórico de sua trajetória para as futuras gerações. Em contra partida esperamos que essas gerações continuem pesquisando sobre essa trajetória que deve ser bem mais extensa. 


Diante da necessidade de se organizar um arquivo público para a câmara municipal, foi criado o Decreto 48 de nove de maio de 1901, aprovado por unanimidade. Esse mesmo decreto que criou o Arquivo Público Municipal criou também a Biblioteca Municipal, idealizada pelo Dr. Astolpho Vieira de Rezende, presidente interino da Câmara. Na época, foi formado um acervo com donativos e aquisições, uma das mais relevantes doações feita pela ”Biblioteca Laminense” da então Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, através de seu organizador Sr. Napoleão Reys. Outra importante doação foi feita por Dr. Francisco Antônio Sales, então presidente do Estado de Minas. 


Cinco anos após a sua inauguração a biblioteca já contava com acervo de mil exemplares, inclusive com uma coleção completa de leis brasileiras de 1808 a 1906, jornais e revistas de várias cidades do país. Ainda em 1906, a biblioteca adquiriu uma “Enciclopédia Larouse” com a doação da quantia de 273$000 do Sr. Napoleão Reys. 


Em 1908 a biblioteca foi desmembrada do arquivo público e recriada pela lei 221 em 18 de abril de 1908. Passou então a funcionar no térreo do Paço Municipal. 


Em 06 de Janeiro de 1910, foi batizada com o nome de “ Bibliotheca D. Viçoso”. Na ocasião foi nomeado como bibliotecário o Senhor Major Benjamim Bonifácio de Souza Guerra. 


Em 17 de janeiro de 1920 o Agente do Executivo João Duarte Ferreira, que exercia o cargo que hoje corresponde a prefeito, regulamentou o uso da biblioteca através do Decreto nº 102, que possuía 16 artigos. A biblioteca continuou a funcionar no térreo do prédio com o objetivo de facilitar o acesso da população e passou a contar com mais funcionários.
Para atender essa norma a biblioteca foi reorganizada e para isso foi criada uma comissão, tendo a frente o Juiz de Direito Dr. Cleto Toscano. Ele presidiu essa comissão que reorganizou a biblioteca. Em sete de setembro de 1920, às 18 horas, foi reinaugurada com a presença maciça de políticos, empresários, professores e estudantes. A partir dessa data passou a ser responsável pela biblioteca o Sr. José Herdy Ramos. Ainda nesse ano, foi feita uma doação de 50$000 pelo Sr. Ricardo Martins para compra de livros. 
Cinco anos depois, a biblioteca já era considerada uma das melhores bibliotecas do Estado de Minas e era freqüentada por grande parte da população. 


19.., durante o Governo do prefeito Paulo Shelb, quando foi transferida para o 3º andar do Prédio da Secretaria de Cultura na Praça Rui Barbosa. Por lá passaram muitos funcionários. 


Em 2001, durante o governo da Prefeita Maria Lúcia Mendonça, a biblioteca foi transferida para o prédio da estação ferroviária, com o objetivo de facilitar a acessibilidade de idosos e portadores de necessidades especiais. Mas ali ficou por pouco tempo.


Em 2002 foi novamente transferida para o prédio da Fábrica Velha, onde funcionava o Instituto Francisca de Souza Peixoto, em uma parceria que gerou frutos importantes. A ida da Biblioteca da estação para o IFSP foi relevante por vários motivos: Ganhou seu primeiro computador; O acervo cresceu sendo anexado a biblioteca do Instituto a ela, atingindo assim a marca de 30 mil exemplares, inclusive com a entrada de obras raras; A inclusão da biblioteca em várias atividades culturais promovidas pelo Instituto, ampliando sua tarefa de promover a leitura; O aumento de associados e aproximação com o comitê do PROLER, que resultou na sua vinda para junto da biblioteca.

Em 2011, a biblioteca ganho casa nova e esperamos que para sempre. A instalação da Biblioteca Ascânio Lopes na casa de João Duarte é uma decisão acertada. Uma justa homenagem ao anfitrião que foi muito importante para a biblioteca, uma demonstração de importância por parte da equipe do PROLER que pensou e organizou a transferência e o entendimento do governo de propiciar aos munícipes uma biblioteca em um espaço em praça pública.


Queremos agradecer, em nome da população de Cataguases, a todas as pessoas que contribuíram ao longo da história dessa biblioteca para sua grandeza. Impossível é citar a todos nesse pequeno histórico. Esperamos ainda que se faça justa homenagem aos beneméritos e funcionários que já passaram por ela.

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