quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Informe do Mandato do Vereador Vanderlei Pequeno

INFORME:

Sessão da Câmara dia : 21.10.2010

01 – Na sessão legislativa desta terça-feira, dia 19, aprovamos o projeto, de autoria do vereador Guilherme Valle de Souza que dispõe sobre a obrigatoriedade das academias de ginástica, clubes e demais centros esportivos de afixarem, em suas dependências, cartaz informativo sobre as consequências do uso de anabolizantes.

02 – Na mesma sessão, foi realizada audiência pública para apresentação do Relatório de Gestão Fiscal – 2º Quadrimestre – 4º Bimestre, pela contadora da Prefeitura, Eunice Singulane.

03 – Ao final dos trabalhos da contadora Eunice, deu-se início a um debate sobre as contas da prefeitura, com ênfase na remuneração dos servidores públicos.

04 – A Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cataguases, Maria Lúcia de Souza Lima da Silva, reclamou muito do congelamento salarial imposto pela prefeitura. Informou que as perdas salariais já estão em 116% e que o ticket se mantém no valor de R$ 120 há vários anos;

05 – Nós lembramos que a Constituição Federal prevê o repasse inflacionário anual e que a Câmara já havia feito o seu dever de Casa, atualizando os salários de seus funcionários.

06 – Maria Lúcia denunciou que não recebeu resposta oficial da Prefeitura quanto à proposta do Sindicato, apresentada ainda em março deste ano. Considerou esse fato um descaso do prefeito com os seus servidores. Informou ainda que Willian lhe “disse que não daria qualquer aumento”, nem mesmo se houvesse movimento grevista dos trabalhadores.

07 – Defendemos que a mobilização dos trabalhadores e, se preciso, a greve são os discursos que o tucanato do PSDB entende. Esta já era a minha posição, quando estive na sede do sindicato, para discutir com a diretoria as questões salariais dos servidores.

08 – Maria Lúcia, a presidente do sindicato, declarou que não era a favor de greve.

09 - O vereador Canecão defendeu que a Câmara deveria intervir, chamando o prefeito pra conversar e, se não houvesse resposta do Paço, deveria procurar a justiça. Só depois desses passos, a alternativa da greve deveria ser discutida.

09 – Fazendo nossa a proposta do vereador Canecão, sugerimos que a Câmara interviesse e buscasse agendar uma reunião entre vereadores, sindicatos e prefeito. A proposta foi aceita e esta semana estaremos tentando encontrar um espaço na agenda do gabinete do Paço, na tentativa de convencer o senhor Willian Lobo de Almeida a a negociar com o sindicato.

Vanderlei Pequeno

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Artigo de Frei Betto

Reproduzo artigo de Frei Betto, publicado na coluna "Tendências/Debates" da Folha:

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte.

Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.

Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.

Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos?

Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus.

Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46).

Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Terrorista ou herói?




Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro. Concebeu e dedicou-se ao projeto Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
Concluiu seus estudos universitários em Sociologia, no ano de 1962. Durante o governo de João Goulart assessorou o MEC, chefiou a Assessoria do Ministro Paulo de Tarso Santos, e defendeu as Reformas de base, sobretudo a reforma agrária.
Betinho foi uns dos fundadores da AP - Ação Popular. Organização marxista ligada à Igreja Católica, que atuou na resistência ao regime militar.

Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura, sem nunca esquecer as causas sociais, porém. Com o aumento da repressão, foi obrigado a se exilar no Chile, em 1971. Lá assessorou Salvador Allende, até sua deposição em 1973. Conseguiu escapar do golpe de Pinochet refugiando-se na embaixada panamenha. Posteriormente morou no Canadá e no México.
Durante esse período foram reforçadas as suas convicções sobre a democracia - que ele julgava ser incompatível com o sistema capitalista.
Foi homenageado como "o irmão do Henfil" na canção "O bêbado e a equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, gravada por Elis Regina - "Meu Brasil / que sonha com a volta do irmão do Henfil / de tanta gente que partiu…" - à época da Campanha pela Anistia aos presos e exilados políticos. Anistiado em 1979, voltou ao Brasil.

Em 1981, junto com os economistas Carlos Afonso e Marcos Arruda, fundou o IBASE - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas.[1] e passou a se dedicar à luta pela reforma agrária, sendo um de seus principais articuladores. Nesse sentido conseguiu reunir, em 1990, milhares de pessoas no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, em manifestação pela causa.
Betinho também integrou as forças que resultaram no impeachment do Presidente da República Fernando Collor. Mas o projeto pelo qual se imortalizou foi, provavelmente, a Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, movimento em favor dos pobres e excluídos.

Betinho terrorista ou herói?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Assessor de Serra quer privatizar o pré-sal

Matéria de Juliana Ennes, no jornal Valor Econômico , informa que David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor técnico para a área de energia da campanha de José
Serra à Presidência da República, aconselhou o tucano a desistir da proposta do governo Lula de modificar o modelo de concessão de campos de petróleo para o modelo de partilha, no caso dos blocos do pré-sal. Zylberstajn defende que o regime de concessões (para empresas internacionais) seja melhor não somente em termos de arrecadação, mas também na vantagem de antecipar o recebimento dos recursos.
O assessor de Serra disse ainda que a obrigatoriedade de que a Petrobras opere ao menos 30% de todos os blocos do pré-sal “traz um grande risco”. Entre outras questões, afirmou que seria “ruim para o Brasil” ficar preso à capacidade da Petrobras investir.
O ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo criticou o aumento da participação do Estado na empresa, retomando o discurso histórico do PSDB que defende a privatização da Petrobras. Para ele, “não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo”. A coluna Toda Mídia, do jornal Folha de S.Paulo também citou as declarações do assessor, publicadas pelo Wall Street Journal.
As declarações de Zylberstajn atualizam as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a capitalização da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na ocasião, Lula lembrou que se as riquezas tivessem sido descobertas em “outros tempos”, elas poderiam ter sido alienadas do Estado brasileiro.
O presidente disse ainda que um Estado fraco nunca foi sinônimo de iniciativa privada forte e defendeu o planejamento do governo para exploração das reservas e futura utilização do dinheiro obtido com elas. Uma das metas, reafirmou Lula, será investir para que a educação pública tenha a mesma qualidade que as instituições de ensino privado.
O processo de capitalização da Petrobras foi justamente uma das salvaguardas utilizadas pelo governo para que os recursos gerados com o petróleo e o gás extraídos da camada pré-sal fossem investidos prioritariamente no país.
Na contramão das afirmações do assessor de Serra, Lula defende que a capitalização da Petrobras serve como afirmação da empresa, de seus engenheiros e técnicos.Em 2000, cabe lembrar, o governo Fernando Henrique Cardoso queria mudar o nome da Petrobras para
Petrobax. O “x”, na avaliação do governo tucano, ajudaria a “captar dinheiro no mercado internacional”.
A lógica dessa mudança também estava baseada na idéia de que “não deve existir estatal comprando ou vendendo petróleo”, bandeira histórica daqueles que pretendem privatizar a Petrobras.
Quando presidiu a ANP, Zylberstajn defendeu a redução do tamanho da empresa na economia brasileira. Conforme matéria da Folha de S.Paulo reproduzida acima, ele queria que a Petrobras vendesse parte de suas refinarias para aumentar a participação do capital privado no setor.

domingo, 10 de outubro de 2010

VOCE ESCOLHE O FUJÃO OU A QUEM NÃO FUGIU À LUTA...

"O Hino Nacional diz em alto e bom tom (ou som, como preferir) que “um filho seu não foge à luta”. Tanto Serra como Dilma eram militantes estudantis, em 1964, quando os militares, teimosos e arrogantes, resolveram dar o mais besta dos golpes militares da desgraçada história brasileira. Com alguns tanques nas ruas, muitas lideranças, covardes, medrosas e incapazes de compreender o momento histórico brasileiro, “colocaram o rabinho entre as pernas” e foram para o Chile, França, Canadá, Holanda. Viveram o status de exilado político durante
longos 16 anos, em plena mordomia, inclusive com polpudos salários. Foi nas belas praias do Chile, que José Serra conheceu a sua esposa, Mônica Allende Serra, chilena.

Outras lideranças não fugiram da luta e obedeceram ao que está escrito em nosso Hino Nacional. Verdadeiros heróis, que pagaram com suas próprias vidas, sofreram prisões e torturas infindáveis, realizaram lutas corajosas para que, hoje, possamos viver em democracia plena, votar livremente, ter liberdade de imprensa.

Nesse grupo está Dilma Rousseff. Uma lutadora, fiel guerreira da solidariedade e da democracia.

Foi presa e torturada. Não matou ninguém, ao contrário do que informa vários e-mails clandestinos que circulam Brasil afora.

Não sou partidário nem filiado a partido político. Mas sou eleitor. Somente por estes fatos, José Serra fujão, e Dilma Rousseff guerreira, já me bastam para definir o voto na eleição presidencial de 2010. Detesto fujões, detesto covardes!

Autor desconhecido.

Desculpem mas vou votar no Serra.

Crônica de Renato Braga:

Desculpem meus amigos, mas vou votar no Serra.

Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio. O alimento está barato demais. O salário dos pobres aumentou, e qualquer um agora se mete a comprar, carne, queijo, presunto, hambúrguer e iogurte.

Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito...Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça.

Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana. Se sobra algum,a gentalha toda vai para a noite. Cansei dessa demagogia.

Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares. Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de juro baixo, todo mundo tem carro, até a minha empregada. "É uma vergonha!", comodizia o Boris Casoy.

Com o Serra os congestionamentos vão acabar porque,como em S.Paulo, ele vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileirasa cada 35 km e cobrar caro.

Desculpem mas Voto no Serra....

O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel,agora navega, tem Orkut.

Vergonha, vergonha, vergonha...

Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria(73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes doIBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles? Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3,celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior.

É o fim...

Também cansei dessa coisa de biodiesel, petroleo do pré-sal, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste.

Pode?

Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação(Globo, SBT, Band, RedeTV, CNT, Folha, Estadão, etc.). A coitada da "Veja"passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco.

É ofim do mundo.Vou votar no Serra.

Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC, quero investir no dólar em disparada e aproveitar a inflação.

Basta!

Vou votar no Serra. Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. Quero minha felicidade de volta.

Por Renato Braga.


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sábado, 9 de outubro de 2010

ENSAIO GERAL


O que me estimula a escrever essa matéria é o processo eleitoral encerrado no último domingo, dia 03 de outubro. Reconheço e admiro a coragem, a ousadia dos dez concidadãos que disponibilizaram seus nomes, na disputa que já se prenunciava hostil, por uma cadeira legislativa. Conheço a maioria deles e os reputo homens éticos, que sabem que a Política é o caminho seguro na conquista de melhores dias para todos. No entanto, a imposição do poder econômico – “A força da Grana “- e a politicalha já se prenunciavam no cenário, ainda no período pré-eleitoral.

A despolitização e a (in) consequente avalanche de recursos financeiros tomaram conta das campanhas. Não houve debate acerca dos interesses públicos; não se realizou um só comício; não fomos convidados à sensata pausa para meditação sobre propostas políticas; fomos encarados como crianças, estimuladas a decorar e repetir os jingles dos candidatos, sob o ataque cerrado das irradiações da publicidade ambulante. Discussão política, zero!

Sabe-se também que, no setor público municipal, o horário de expediente foi eivado de reuniões e as pautas anunciadas foram sistematicamente atravessadas pelo assunto Destino do voto de cada trabalhador presente nos encontros. Estabeleceu-se no ambiente de trabalho um clima de opressão, bem ao gosto dos velhos coronéis que, acreditávamos, já haviam sido extirpados de nossa cena política. Os servidores, convocados ao “debate”, premidos pela vontade do patrão e sem alternativas neste deserto de empregos chamado Cataguases, se viram subjugados, obrigados a abdicar da vontade política, a confiar o voto em um candidato alienígena, que desconheciam, jamais haviam visto.

E o resultado das eleições proporcionais refletiu o atraso da nossa política municipal, gestada pelo PSDB, que alardeia a mudança no discurso que proclama, mas repete a prática abjeta dos velhos currais eleitorais dos anos 1950.

Não contavam os “donos da voz” de nossa gente com o surgimento de uma candidatura estranha aos seus interesses. Nem esperavam que ela viesse lastreada na propaganda de serviços públicos terceirizados, prestados a fragilizados por uma doença que muito nos preocupa, pela sua reincidência em nosso município. Nosso combalido setor de saúde não tem dado respostas à excessiva demanda oncológica. Por isso, essa candidatura milionária ocupou a campanha com a distribuição de mídias gravadas e uma luxuosíssima revista. Nas “Conversas de Bocas” surgiu também a furtiva e incabível notícia de que um hospital da cidade mudaria de titularidade. Assim, o antigo discurso beneficente transformou em epifania, o que deveria ser refletido à luz da razão: a Política. E o candidato levou de eito para a sua sacola mais da metade dos votos válidos da cidade. Ficou valendo aqui a máxima dos oportunistas: Estado bom é Estado ausente.

Mas, no geral, o povo não se curvou e o recado das urnas está cravado na história: Dilma venceu fácil e bonito, recebendo o voto de confiança de quase 60% dos cataguasenses. Na eleição majoritária estadual, nossos eleitores também não vacilaram: Hélio Costa, representando, neste momento, a resistência ao neoliberalismo tucano em nossa cidade, levou 20.034 votos, um percentual de 55,33% dos votos válidos. Do outro lado, Anastasia, o homem do choque de gestão, afilhado e protegido do ex-governador Aécio Neves, arauto da idéia de que a Política deve se submeter à economia e às planilhas, ficou com apenas 15.439 votos (42,64%). Como se pode concluir, Cataguases não desejava nem mesmo um segundo turno nesse pleito.

Reputo que a divulgação desses dados possa subsidiar futuros estudos históricos no município. O tempo e o possível predomínio da razão no terreno árido da política darão respostas contundentes à série de absurdos ocorridos no processo eleitoral.
E não há dúvida: o ensaio geral das eleições de 03 de outubro em Cataguases precedeu o comovente espetáculo a ser exibido em 2012. Preparemo-nos, pois.

Vanderlei Pequeno

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Resultado dos candidatos de Cataguases

Resultado das eleições dos candidatos de Cataguases -

DEPUTADOS ESTADUAIS – CANDIDATOS DE CATAGUASES - MG
Nome


Votos
RICARDO DIAS/ PMDB
9.919 votos

GUILHERME DA FACULDADE/PSC
6.810 votos

CANECÃO/PR
5.981 votos

PROFESSOR TARCÍSIO/ PT
3.535 votos

CARLOS MAGNO – MAGUINHO/ PTC
1.651 votos

BAIÃO/PP
1.614 votos

WALDECIR TAVEIRA/PHS
425 votos

SARGENTO ELIEZER /PT do B - PRP / PT do B
177 votos

MARIA LÚCIA MENDONÇA/DEM
0(zero) votos *

O(s) candidato(s) que aparece(m) com zero voto pode(m) não ter votação ou estar em uma das seguintes situações: indeferido com recurso ou indeferimento, renúncia ou falecimento após a preparação de urnas

Candidatos a Deputado Federal

Nome

MARCOS DE CATAGUASES/PDT
1.155 votos

ANTONIO HULK/PSOL
507 votos

Nenhum candidato Cataguasense foi eleito.

sábado, 2 de outubro de 2010

Isso é democracia?

Tempos atrás, escrevi o artigo “É nós”, “é a gente”, “é a democracia”. Tratei sobre o PNDH-3 e a mídia local. Esse artigo abalou uns dos donos da democracia local, que reagiu com críticas e censura. Tirando o brilho da democracia. Isso é democracia?


Novamente, venho tratar de democracia. Dessa vez da atual democracia. Antes de falar da atual democracia, volto ao passado, os Anos de Chumbo, a Ditadura Militar, afinal, a partir dessa época que deu início a atual democracia.

A ditadura militar no Brasil deu início após o golpe de 31 de Março de 1964, resultou no afastamento do Presidente da República, João Goulart, assumindo o poder o Marechal Castelo Branco. Em 9 de abril, através do Ato Institucional Número 1 (AI-1), os militares tomam o poder e cassam os mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.

Foram anos de lutas pela democracia. De um lado o povo nas ruas. Canções de protestos. Muros pinchados. Do outro, os militares com censura, prisões, torturas, perseguições e mortes. Alguns partiram para o exílio.

Apesar de toda repressão, o brasileiro provou que “não desiste nunca”. Continuou nas ruas, na luta. Com a criação do Movimento Diretas Já, em 1985, o povo brasileiro consegue acabar com a ditadura militar e eleger, através de um colegiado, Tancredo Neves para presidente. Em 1988 implanta a Constituição Brasileira.

Fim da ditadura e o começo da democracia. Mas será que realmente temos democracia? Não! Afinal, democracia não é apenas o ato de votar. A democracia criada tem falhas, favorece quem está no poder.

Nossa democracia é da reelição. Para os cargos de presidente, governador e prefeitos os mandatos são permitidos apenas dois mandatos consecutivos. Porém, para os cargos de deputados (federais e estaduais), senadores e vereadores os mandados são por tempo indeterminados. Com isso, vemos parlamentares com 3, 4, 5 ou mais mandatos. Isso é democracia?

Nossa democracia é do nepotismo. Parentes dos políticos estão espalhados por vários cargos. Muitos deles são fantasmas. Não trabalham, apenas recebem. Vale destacar que a troca de poder passa de geração para geração. Nepotismo eleitoral. De pai para filhos (as), netos (as), sobrinhos (as), esposas (as). Não tem mudança. Fica tudo em casa. Isso é democracia?

Nossa democracia é do monopólio da mídia. Para facilitar o controle do poder, os partidos e parlamentares criam suas próprias leis. A maioria que os favorecem. Uma delas é a lei que estabelece normas para divisão de tempo de propaganda política no rádio e na televisão. Sendo dividido um terço do tempo igualitariamente e, dois terços proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos políticos que a integram. Com isso, vemos campanhas com mais de 10 minutos disputando com campanhas com menos de 1 minuto. Quem tem mais chance de ganhar? Monopolizam a mídia que deveria ser igualitária. De 9 candidatos apenas a campanha de 4 são divulgadas. Apenas 4 participam dos debates. Isso é democracia?

Nossa democracia é do mensalão. Visando maior tempo de divulgação da campanha, partidos fazem coligações sem nenhum ideal. Antigos desafetos se tornam amigos da noite para o dia. O importante é ganhar, depois dividem os cargos. Resultado dessa democracia é dinheiro na cueca e meias. Isso é democracia?

Nossa democracia é das campanhas milionárias. Para ganhar eleição não precisa de projeto, basta ter muito dinheiro. Os números das estimativas de gastos das campanhas para Presidente, desse ano, falam por si: Serra R$ 180 milhões; Dilma R$ 157 milhões; Marina R$ 90 milhões; Fora os outros candidatos.

Em Minas Gerais, a campanha para Governador: Hélio Costa R$ 36 milhões; Anastásia R$ 35 milhões. Fora os outros candidatos. Além das campanhas dos outros estados, e dos candidatos a senadores, deputados federais e estaduais. Bilhões gastos em campanha. Dinheiro usado, muitas das vezes, para compra de votos, doações de cestas básicas, materiais (de construção, esportivos,...)... . Isso é democracia?


Nossa democracia é da poluição. Poluição sonora e visual. A todo instante somos bombardeados por carros de som, jornais, planfetos, santinhos, programa ( rádio, TV e Internet), banners, folders, outdoors, cartas, e-mails, torpedos, ligações para celulares e telefones... . Investimento em lixo. Isso é democracia?

Nossa democracia é das emendas parlamentares. “Candidato bom é aquele que faz”.
Usam verbas públicas para auto promoverem. Hospitais, Postos de Saúde, Escolas, Crechés, Faculdades, asfaltamento ..., são construídos com dinheiro público. Dinheiro nosso. Que são usados como moeda de troca para votos. Em época das eleições se gabam mostrando que enviaram verbas para os municípios, como se o dinheiro enviado fossem deles. Como se estivessem fazendo um grande favor usar dinheiro do povo com o povo. Isso é democracia?

Nossa democracia é das regalias. Nossos representantes vivem cheios de luxos. Verba indenizatória, verba para manutenção do gabinete, auxílio-moradia, passagens aéreas, despesas com combustíveis, correios, telefone e publicações, auxílio paletó, verba para engraxar sapatos..., além de outras verbas. Tudo por nossa conta. Essas regalias explicam os motivos dos políticos querer tanto o poder. Isso é democracia?

Essa é a democracia em que vivemos. Milhares foram mortos, torturados, presos, perseguidos, exilados. Tudo para ter democracia. Derrubamos a ditadura militar e entramos em outra ditadura. A ditadura da democracia.

Precisamos urgente de uma reforma na política. Que acabe com as reeleições, nepotismo, monopólio da mídia, mensalões, campanhas milionárias, poluições, emendas parlamentares e regalias.

Estamos longe de termos democracia. Ainda mais quando somos obrigados a votar. Isso é democracia?