quinta-feira, 16 de abril de 2020

A pandemia em Leopoldina!?

A pandemia do coronavírus chegou no Brasil. Já são mais de 20 mil infectados. O número de mortos já passa de mil. A doença ainda não atingiu o pico. A situação só não está pior devido ao isolamento social.

A respeito do isolamento social, é um “remédio” amargo, aplicado por todos os países onde o vírus conseguiu entrar. Esse “remédio” evita que o vírus se espalhe, porém, tem efeitos colaterais na economia.

Com a economia no mundo basicamente parada, inicia-se uma nova crise econômica mundial. Dessa vez, não uma marolinha, mas um tsunami. O mundo já começa a sentir os efeitos dessa crise. Empresas mundo a fora já começaram a demitir e até mesmo falir.

Não seria diferente no Brasil. Trazendo esse debate para Leopoldina, a pandemia chegou por aqui. Recentemente, diversos trabalhadores de uma grande empresa foram pegos de surpresa com a notícia de uma demissão em massa.

Não sabemos o número real, mas circulam na cidade comentários de que 400 pessoas foram demitidas. Essas demissões ocorreram na Semana Santa, na Quinta-feira Santa, data do “Beijo de Judas”, dia que Cristo foi traído.

Muitos trabalhadores estão se sentindo “traídos”. Afinal, ajudam as empresas a construírem seus patrimônios e no momento em que mais precisam das empresas, muitas delas viram as costas.

Num momento de crise, qual papel da iniciativa privada? Infelizmente, prevalece a lógica liberal: lucro é comigo, gastos é com o governo. Claro que não podemos crucificar as empresas. Até porque, não é nada fácil criar e manter uma empresa. Ainda em momento de crise. Vamos pegar os números dessa empresa de Leopoldina como exemplo.

400 funcionários recebendo salário mínimo, R$ 1.045 cada um, custam mensalmente para a empresa mais de R$ 400 mil. Isso gastos só com salários. Fora gastos com benefícios e encargos trabalhistas: INSS, FGTS, Férias... Se colocarmos tudo na ponta do lápis, esses 400 funcionários representavam um gasto mensal de mais de R$500 mil, ou seja, mais de meio milhão por mês.

Quanto tempo vai durar essa crise: 1, 2, 3..6... meses? Como conseguir manter um gasto desses? Como continuar produzindo se não está vendendo? Como disse no começo, a economia de diversos países estão paradas. Boa parte do mundo está fazendo o isolamento social. Alguns, o “lock down” (isolamento total), onde quase nada funciona.

Vale lembrar que boa parte do que é produzido por essa empresa de Leopoldina vai parar em outros países, mas devido ao isolamento deles ela não está conseguindo exportar. Poucas mercadorias estão circulando no mundo. Sendo alimentos e produtos referentes ao combate do coronavírus: máscaras, remédios, equipamentos hospitalares...

Por que a empresa de Leopoldina não muda sua atividade nesse momento? Ao invés de produzir roupas sociais, por que não produzir roupas hospitalares, máscaras, utensílios de combate ao Covid-19? Pois vender paletó hoje, só se for paletó de madeira.

Se a gente não for criativo, dificilmente vamos conseguir manter os empregos. Sair dessa crise. Crise essa que pode aumentar mais ainda, se empresários e governo, não entenderem que o povo é a solução para crise. Primeiramente, garantindo a vida. Daí a importância do isolamento. Depois, renda. É necessário que aconteça a distribuição de renda. Acumular e guardar riqueza nesse momento não vai ajudar em nada.

Infelizmente, empresas e governos não querem ter gastos. O presidente Bolsonaro chegou apresentar ao Congresso a Medida Provisória 927, a qual entre as várias medidas, uma que permitiria as empresas suspenderem por 4 meses os salários dos trabalhadores.

Tal medida me fez lembrar uma frase de Milton Friedman: “A solução do governo para um problema é geralmente pior que o problema”. Para as empresas com certeza seria bom. Além de economizarem com pagamentos de salários, economizariam com gastos das demissões, que não é nada barato. Para o governo melhor ainda, afinal, se os trabalhadores não fossem demitidos, o governo economizaria deixando de pagar o seguro-desemprego.

A MP 927 só viu o lado das empresas e do governo. Em momento algum viu o lado dos trabalhadores. Esses ficaram entre cruz e a espada. O que é menos pior: continuar no emprego ficando 4 meses sem salário ou ser demitido e ter acesso aos direitos trabalhistas?

A respeito dos direitos trabalhistas, ultimamente vem sendo taxado como vilão da economia. Os liberais iniciaram uma guerra contra eles, de modo acabar com muitos deles. Bolsonaro durante a campanha presidencial disse: “Os trabalhadores terão que escolher entre ter emprego ou direitos”.

Pois bem, ainda bem que Bolsonaro ainda não conseguiu acabar com alguns direitos trabalhistas. São eles que estão minimizando os efeitos dessa crise. Tendo em vista que garantem, a milhares de trabalhadores, por um tempo, uma estabilidade.

Vamos usar o exemplo das demissões em Leopoldina. Com certeza é algo horrível e que causará impactos na economia da cidade. Porém, a princípio não sentiremos tanto. Tendo em vista que, os que foram demitidos terão por alguns meses recursos, oriundos da multa que a empresa pagará por demiti-los, direito de sacar seu Fundo de Garantia (FGTS) e mais o seguro-desemprego. A princípio vai circular até mais dinheiro na cidade.

400 pessoas recebendo seguro-desemprego representam mais de R$ 400 mil mensal na economia da cidade. Como receberão por 4 meses, serão mais de R$ 1 milhão e meio.

Olha a importância dos direitos trabalhistas nesse momento. Eles ajudarão a manter a estabilidade, não só das famílias dos que foram demitidos, assim como para a economia da cidade. Agora, imagina se esses direitos trabalhistas tivessem sido extintos. Como as famílias desses trabalhadores iriam conseguir sobreviver após as demissões? Como ficaria a economia da cidade sem renda?

Como podem notar, os direitos trabalhistas nunca foram inimigos da economia. Pelo contrário, são até solução. Principalmente, em momentos de crise. Não existe fórmula mágica para crise. A melhor forma continua sendo as ideias do economista inglês John Maynard Keynes, que ajudaram na crise de 1929, até então, a maior crise econômica da história do capitalismo

O keynesianismo tem como base investimentos públicos em momentos de crise. Não vai ser demitindo e cortando direitos trabalhistas que vai acabar com a crise. Pelo contrário, mais do que nunca, as pessoas precisam de empregos e renda. Afinal, a engrenagem da nossa economia é o consumo.

Veja o exemplo dos Estados Unidos, que tem uma sociedade muito mais rica que a nossa, uma das economias mais fortes do mundo. O governo Trump apresentou um pacote econômico no valor de U$ 1,2 trilhão, convertendo isso para o real, são R$ 6 trilhões. Caso seja aprovado, esse dinheiro será destinado a TODOS os cidadãos do país. TODOS os cidadãos adultos, independente de quanto ganham, terão direito a U$1 mil (R$5 mil). As crianças receberão U$500 (R$ 2.500).

Essa medida intervencionista do Estado americano, que de liberal não tem nada, mata dois coelhos com uma só cajadada. Além de resolver os problemas da economia, esse dinheiro ajuda muito mais na saúde. Até porque, os americanos não têm uma rede de saúde pública. Lá não tem SUS. Lá tudo é privado. Sendo muito caro. Sai muito mais barato para o governo pagar para o cara ficar em casa, do que gastar com saúde, caso ele seja contaminado. Afinal, lá não tem saúde pública. Imagina o gasto para montar uma estrutura pública.

Voltando ao Brasil, depois do fracasso da MP 927, no tocante a retirar dinheiro dos trabalhadores por 4 meses, o governo foi obrigado a adotar medidas contrárias a essa. Ao invés de retirar das pessoas o dinheiro, a solução seria dar dinheiro para elas. Nesse sentido, foi aprovado pelo Congresso o projeto que criou o Renda Mínima, que garantiu para autônomos, microempreendedores (MEI), desempregados, beneficiários do bolsa-família, moradores de rua... a quantia de R$ 600, sendo paga durante 3 meses.

Tal medida, assim como os direitos trabalhistas, minimizarão os efeitos da crise. Mas será preciso muito mais. Alguns economistas vêm sugerindo que o governo imprima dinheiro e distribua para a população. Como disse no começo, a solução para a crise é a distribuição de renda. Infelizmente, foi necessária uma pandemia para que as pessoas percebessem a importância da distribuição de renda e dos direitos trabalhistas. O papel do Estado. Resta saber se o empresariado, liberais e políticos aprenderão essa lição.

E agora Rodrigo Pimentel!?

No meu último artigo, “E agora Dr. Marco Antônio”, citei um fato curioso que aconteceu na eleição passada e que poderá se repetir na eleição desse ano, que é a divisão de família por causa da disputa eleitoral.

Na eleição passada a família Pimentel ficou dividida, tendo em vista que dois membros da família estiveram em lados opostos. Marcinho Pimentel concorreu na chapa de Zé Roberto, sendo o vice dele. Do outro lado, estava seu sobrinho Rodrigo Pimentel, na chapa do Breno Coli, também como vice. Na eleição desse ano, Cláudia Conte (PT) poderá disputar contra seu cunhado Dr. Marco Antônio (PRB). Ambos são pré-candidatos a prefeito.

Falando da família Pimentel, sempre foi muito atuante na política, aproveito para contar um pouco de sua história. A família ganhou destaque na década de 1970, na figura de Wilson Pimentel, vereador por vários mandatos e que em 1978 concorreu a prefeitura ao lado de Dr. Joaquim Furtado Pinto, o qual se tornou prefeito. Com a morte de Joaquim Pinto, Wilson Pimentel, que era seu vice, se tornou prefeito e governou até 1983.

Na década de 1980, Marcos Aurélio Alvarenga Pimentel (Pachá), filho de Wilson Pimentel, irmão de Marcinho Pimentel e pai de Rodrigo Pimentel, entra na política. Disputou a eleição de 1988, a primeira após o fim da Ditadura Militar. Concorreu ao cargo de vereador e foi eleito, sendo o mais votado. Dois anos depois (1990), disputou a eleição para deputado estadual, contra Bené Guedes, que já era deputado na época. Bené é reeleito, Pachá não. Em 1992, disputou a eleição para prefeito, contra o “Zé Roberto (PSC), que teve de vice Osmar Lacerda “Liliu” (PMDB) e foram eleitos com 17.223 votos. Esse foi o primeiro mandato de Zé Roberto, atualmente ele está no quinto. O vereador Marco Aurélio Alvarenga Pimentel “Pachá” (PDS)/ Sebastião Coutinho Ramos (PFL) tiveram 6.604 votos. Teve ainda uma terceira via, Jose Ribeiro Farage “Zé Turquinho” com 839 votos; – (Fonte Luciano Meneghite - Jornal Leopoldinense).

Na virada do século, um novo membro da família Pimentel entra na política. Dessa vez, Marcinho Pimentel, filho de Wilson Pimentel e tio de Rodrigo Pimentel. Nas eleições de 2004 ,ele disputou ao lado de Bené Guedes, sendo seu vice. Essa eleição foi ganha por Zé Roberto(PSC)/Breno Coli (PTB) com 13.950 votos. Zé Roberto vai para seu terceiro mandato. Bené Guedes(PSDB)/Marcinho Pimentel (PP) tiveram 11.844 votos. Iolanda Cangussu (PT)/Márcio Freire (PV) 3.835 votos.

Na eleição de 2006, Marcinho concorreu ao cargo de deputado estadual, obteve 5.511 votos. Não foi eleito, porém como era um dos suplentes chegou a ocupar o cargo por 30 dias, na ausência do deputado Gil Pereira (PP). Apesar do pouco tempo, entrou pra história, sendo até o momento, o último leopoldinense a ocupar o cargo de deputado. Será que Roberto Brito, filho de Zé Roberto, vai tirar esse posto de Marcinho Pimentel?

Em 2008, Marcinho Pimentel resolve ser candidato a prefeito. Contra Bené Guedes, com o qual na eleição passada estiveram juntos. Bené Guedes (PSDB)/João Ricardo Mothé Fernandes (PDT) venceram com 12.248 votos. Jose Newton (PMDB)/Dr. Marco Antônio (PT) tiveram 10.690 votos. Marcinho Pimentel (PP)/Cabo Lúcio(PV) tiveram 6.654 votos.

Em 2012, Marcinho novamente concorre a prefeito. Dessa vez ao lado do Partido dos Trabalhadores (PT), tendo como vice Dr. Marco Antônio. A dupla Zé Roberto (PSC) /Breno Coli (PSC), venceram novamente, com 15.586 votos. Quarto mandato do prefeito Zé Roberto. Marcinho Pimentel (PP)/ Doutor Marco Antônio (PT) tiveram 13.620 votos. Bretas (PRTB)/Silmara Matolla (PRTB) 1.232 votos.

Marcinho novamente perdeu uma eleição. Mas seu sobrinho, Rodrigo Pimentel, foi eleito vereador, com 605 votos. O sexto mais votado. Começando um novo ciclo da família Pimentel. Porém, seu tio Marcinho Pimentel, apesar de derrotado, era o nome mais forte da família. Veio a eleição de 2016 e algo inusitado aconteceu. Marcinho Pimentel aceitou ser candidato a vice-prefeito de Zé Roberto e acabou concorrendo contra seu sobrinho, Rodrigo Pimentel, que foi candidato a vice-prefeito na chapa do Breno Coli. A família Pimentel pela primeira vez se viu dividida.

Zé Roberto/Marcinho Pimentel venceram a eleição com 15.004 votos. Quinto mandato do Zé Roberto. Breno Coli/Rodrigo Pimentel tiveram 14.720. Os números mostram que não apenas a família Pimentel ficou dividida, mas a população no geral. A diferença entre eles foi de apenas 284 votos. A menor diferença desde a redemocratização. Na eleição de 1992 a diferença do primeiro para o segundo colocado foi de 10.690 votos, 1996 de 549, 2000 de 5.855, 2004 de 2.106, 2008 de 1.558 e 2012 de 1.996 votos.

Com a morte de Marcinho Pimentel (2017), a família Pimentel está novamente unida na política. Tendo como único representante Rodrigo Pimentel, que é um dos pré-candidatos a prefeito.

Rodrigo Pimentel tem a seu favor a experiência da família na política. Não só dos seus antepassados, mas ele também entende muito de política e vem mostrando isso. Uma das primeiras coisas que fez foi se isolar de Breno Coli, até porque Breno é pré-candidato a prefeito. Logo, se Rodrigo Pimentel realmente quiser ser candidato a prefeito terá criar seu próprio grupo, atrair pessoas para seu lado.

Rodrigo vem fazendo isso. Depois de anos no Partido Progressista (PP), ele deixa a legenda. Isso ocorreu por vários motivos, o principal foi a mudança na direção do partido. O representante do partido na região é o deputado federal Marcelo Aro, que tem como apoiadora a vereadora Kélvia, a qual fez campanha para ele em Leopoldina e conseguiu 856 votos na cidade. Kélvia é também pré-candidata a prefeita e conta com apoio de Marcelo Aro, logo, Rodrigo Pimentel teve que mudar de partido.

Rodrigo Pimentel foi para o Partido Verde (PV). Sua filiação ocorreu no dia 17 de setembro de 2019. O PV tem como representante na região, Pedro Leitão, que concorreu ao cargo de deputado federal e obteve em Leopoldina uma boa votação. Teve 2.087 votos, sendo o terceiro mais votado. Porém, não foi eleito, mas que agora visa organizar o partido para a disputa municipal. Rodrigo Pimentel tem uma boa ligação com Pedro Leitão devido ser Diretor Geral das Faculdades Unificadas Doctum de Leopoldina e Cataguases, a qual pertence a família Leitão.


Além de montar seu grupo, Rodrigo sabe que para viabilizar sua candidatura a prefeito precisará do apoio de outros grupos e partidos. Ele vem conversando com outros grupos. Chegou a participar de um encontro multipartidário, que ocorreu no dia 28 de Novembro de 2019, contanto com a presença dos partidos: Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e Partido Verde (PV).

A ideia desse encontro era montar uma frente. Além de Rodrigo Pimentel, participaram o desse encontro, o empresário e pré-candidato, Ricardo da Paf Pax (PSB), e grupo do Bené Guedes (PDT), porém, esse já rompeu e tudo indica que irá apoiar o pré-candidato Breno Coli. Mas tem muita água para rolar.

O desafio de Rodrigo Pimentel no momento é tentar manter os partidos que ficaram: PV, PSB e PTB. Continuar a caminhar juntos. Além de atrair novos grupos e partidos. Tarefa nada fácil. Como disse anteriormente, Ricardo da Paf Pax é também pré-candidato a prefeito e tem o mesmo objetivo.

Será que Rodrigo Pimentel vai conseguir fazer Ricardo desistir de sua pré-candidatura e apoiá-lo? Será que vai conseguir atrair novos grupos? Vai resistir a um convite para ser vice de outros candidatos? A pergunta que não quer calar: E agora Rodrigo Pimentel?

E agora Dr. Marco Antônio!?

No meu último artigo – “E agora Cláudia Conte? – escrevi sobre os desafios do Partido dos Trabalhadores (PT) para as eleições de 2020. Falando no PT, temos que falar do Doutor Marco Antônio, pré-candidato a prefeito pelo Partido Republicando Brasileiro (PRB), mas que por muito tempo representou o PT nas eleições. Não chegou a ser candidato a prefeito, porém, participou ativamente das últimas campanhas. Por duas vezes concorreu a cargo de vice-prefeito.

Em 2008, uma eleição muito parecida com a desse ano, com Zé Roberto fora da disputa, Marco Antônio era um dos pré-candidatos a prefeito, mas acabou apoiando a candidatura de José Newton. Nessa eleição se saiu vitorioso Bené Guedes (PSDB) / João Ricardo (PDT) com 12.248 votos. Jose Newton (PMDB)/Marco Antônio (PT) tiveram 10.690 votos. Teve também uma terceira via, Marcinho Pimentel (PP)/ Cabo Lucio( PV) com 6.654 votos.

Na eleição seguinte (2012), Marco Antônio novamente concorreu a vice, dessa vez fez dobradinha com Marcinho Pimentel. Essa eleição foi ganha por Zé Roberto (PSC) /Breno Coli (PSC) com 15.586 votos, contra 13.620 de Marcinho Pimentel (PP)/ Doutor Marco Antônio (PT) . Em terceiro lugar Bretas (PRTB)/Silmara Matolla (PRTB) 1.232 votos.

Em 2015, um ano antes da eleição para prefeito, quando os partidos começavam a se organizar para a disputa, o PT vivia um bom momento na cidade. O partido tinha três vereadores: Oldemar Montenari, Paulo Celestino e Paturi. O governador de Minas Gerais era Fernando Pimentel (PT). A presidenta era Dilma Rousseff (PT). O partido acreditava que com o governo federal e estadual nas mãos, somada a bancada de vereadores na cidade, conseguiria apoio para sua candidatura a prefeito.

Porém veio a crise política. Governo Dilma foi perdendo apoio. Manifestações nas ruas. Vários pedidos de impeachment dando entrada no Congresso. O antipetismo foi ganhando força. O PT estava com dificuldades em dialogar com outras forças políticas. Piorou mais ainda depois do impeachment da Dilma, tendo em vista que muitos passaram a ser vistos e tratados como “golpistas”. Com isso o partido ficou isolado.

Se não bastassem os problemas externos, começava também os problemas internos. Muitos do partido acreditavam que era hora do partido renovar. Ter a frente da legenda pessoas novas, mais empolgadas e que defendiam mais o partido.

Em Leopoldina, o vereador Oldemar Montenari representava esse movimento de renovação. Havia por parte dele interesse em ser candidato a prefeito. Mas ele não era o único, Isaias Santos também tinha as mesmas pretensões.

O partido começa o ano de 2015 com quatro nomes para candidatura de prefeito: Marco Antônio, Oldemar Montenari Isaías Santos e Paulo Celestino. O presidente do PT na época era Sidilúcio Senra, que democraticamente respeitou todos os pretendentes e resolveu consultar o diretório para tomar uma decisão. No dia 31 de julho de 2015, a direção do partido optou pela realização de uma prévia- - votação interna onde os filiados decidem quem será o candidato. A votação foi marcada para o dia 22 de Agosto de 2015.

A disputa interna não agradou Marco Antônio, mas acabou concordando. Paulo Celestino chegou a retirar seu nome da disputa em apoio a Marco Antônio. Mas uma mudança na data da votação da prévia, do dia 22 de Agosto para o dia 20 de Setembro de 2015, foi o estopim para Marco Antônio, que resolveu deixar a legenda.

Logo que saiu do PT se filiou ao PRB (Partido Republicano Brasileiro). Tentou montar um grupo para lançar sua candidatura a prefeito. Acabou não conseguindo, tendo em vista que saiu do PT no final de Agosto e teve apenas um mês para montar o partido. As regras eleitorais da época exigiam dos candidatos fidelidade partidária de um ano, ou seja, teriam que estar filiado a um partido até o dia 2 de Outubro de 2015.

O pouco tempo não permitiu Marco Antônio montar seu grupo e acabou ficando fora da disputa. O PRB teve apenas quatro candidatos a vereador: Dr. Almeida 137 votos, Leonira 154 votos, Samuel Lacerda 67 votos e Mariinha 6 votos. Nenhum deles foi eleito. O partido coligou com o Partido Verde (PV) e Rede Sustentabilidade (REDE), essa coligação fez dois vereadores: Pastor Darci (500 votos) e Didi da Elétrica (441 votos). O pouco tempo para montar o partido acabou deixando Marco Antônio fora da disputa.

Voltando ao PT, sem Marco Antônio e Paulo Celestino, a prévia ocorreu entre Oldemar Montenari e Isaías Santos. Oldemar venceu. Passando a ser o pré-candidato do PT nas eleições de 2016. Porém, o mesmo acabou desistindo de sua candidatura a prefeito e resolveu concorrer a reeleição de vereador. Teve 268 votos e acabou não sendo reeleito.

Por fim, o PT que chegou ter quatro nomes para prefeito acabou novamente não lançando candidatura própria. Até tentou lançar a ex-vereadora Iolanda Cangussu, mas não foi adiante e ela também concorreu ao cargo de vereadora, obtendo 204 votos.

Em relação à candidatura para vereador, mesmo tendo 25 candidatos o partido não conseguiu eleger ninguém, porém a coligação fez um vereador, Rosalvo (PDT) - eleito com 328 votos. Com a morte de Rosalvo (2017), assume o primeiro suplente, Flavinho. O PT volta a ter vereador na cidade.

Por ironia do destino, PT e Marco Antônio acabaram ficando juntos naquela eleição. Fizeram parte da coligação “Unidos somos muito mais”, encabeçada pelo Breno Coli (PSD)/Rodrigo Pimentel(PP), composta pelos partidos : PSD / PP / DEM / PV / PRB / REDE / PMDB / PT / PDT / PTB / PC do B / SD, que obteve 14.720. Contra a chapa “Juntos pela paz, união e progresso”, formada pelos partidos PSL / PTN / PSC / PR / PPS / PSDC / PHS / PTC / PSB / PRP / PSDB / PEN / PT do B / PROS, encabeçada pelo prefeito Zé Roberto (PSC)/Marcinho Pimentel(PHS), a qual obteve 15.004 e acabou vitoriosa.

Em 2018, Marco Antônio concorreu ao cargo de deputado estadual. Dessa vez pelo partido Rede Sustentabilidade (REDE). A respeito dessa eleição, faz parte das estratégias das eleições de 2020. Como disse em artigos anteriores, a ideia do grupo do Zé Roberto era tentar fazer um deputado estadual de Leopoldina. Em 2016 ele faz um acordo político com Marcinho Pimentel, convidando-o para ser seu vice e trabalhar para construir a candidatura de deputado estadual. O nome mais certo era do prefeito Zé Roberto, tendo em vista que ele estaria fora das eleições de 2020. Zé Roberto concorreria ao cargo de deputado e continuaria na política. Há quem diga que candidato a deputado seria Marcinho Pimentel. Mas com sua morte, o grupo do Zé Roberto teve que mudar seus planos e resolveu lançar Roberto Brito (PSL), filho de Zé Roberto, candidato a deputado.

Acontece que não somente o grupo do Zé Roberto se organizava para as eleições de 2020. Parte da oposição também se organizava e resolveu disputar as eleições de 2018. Além da candidatura de Roberto Brito(PSL), que obteve 20.476 votos (10.822 votos em Leopoldina), tivemos também a do vereador Jacques Villela (DEM) com 3.548 votos (3.117 votos em Leopoldina), Godelo (PCdoB) com 1.628 votos (1.545 votos em Leopoldina) e do Marco Antônio (REDE) com 1.580 (1.058 votos em Leopoldina).

Com quatro candidatos dentro da cidade, acabou que ninguém foi eleito. Roberto Brito foi o que chegou mais perto. A derrota do grupo do Zé Roberto mudou os rumos das eleições de 2020. O grupo do prefeito não conseguiu fazer o tão sonhado deputado. O prefeito e ninguém da sua família pode concorrer. O vice-prefeito, que era o nome mais forte do grupo faleceu. A Câmara nas mãos da oposição. Esse cenário deixou a eleição aberta. Animando muita gente. Inclusive Marco Antônio, que é novamente pré-candidato a prefeito.

Passada as eleições de 2018, Marco Antônio sai do REDE e volta para o PRB. Tenta novamente montar seu grupo. Dessa vez tem tempo. Porém, as novas regras eleitorais ficaram mais difíceis. Bato na tecla da questão da disputa para o legislativo, base da campanha para prefeito. Os partidos não poderão coligar para vereador. Terão que lançar chapa pura. Essa é a maior dificuldade dos pré-candidatos. Principalmente de Marco Antônio. Como disse anteriormente, na eleição passada seu partido só teve quatro candidatos a vereador, devido o pouco tempo. Dessa vez, com mais tempo, será que vai conseguir montar chapa de vereador?

Outro desafio para Marco Antônio é a pré-candidatura do seu antigo partido (PT), que está lançando sua cunhada, Cláudia Conte, pré-candidata a prefeita. Dividindo a família. Fato que aconteceu na eleição passada na família Pimentel, quando Rodrigo Pimentel disputou contra seu tio Marcinho Pimentel. Será que Marco Antônio e Cláudia Conte vão levar essa disputa adiante?

Marco Antônio tem a seu favor o fato dele ser muito conhecido. Como disse anteriormente, disputou duas eleições concorrendo a vice-prefeito, foi candidato a deputado estadual. O que lhe dá certa vantagem em relação a nomes mais novos.

Será que dessa vez Marco Antônio vai de fato ser candidato a prefeito? A pergunta que não quer calar: E agora Marco Antônio?

Carreata Maluca!

Inconformados com o isolamento social, que vem sendo feito por diversos países no mundo, alguns comerciantes brasileiros, único lugar no mundo aonde as
pessoas vão as ruas protestar, resolveram fazer carreata.

Para eles, o tal coronavírus não passa de uma gripezinha, que inclusive já tem remédio: cloroquina. O fechamento do comércio é um plano da China, para destruir a economia global e assim implantar o comunismo.
Dessa forma, os comerciantes vêm realizando carreatas. Carretas malucas. Hoje, foi a vez de Leopoldina. Participaram dela:

No carro 00, Máquina Malvada, ele Dick Vigarista. Empresário sonegador de Imposto de Renda. Revendendor de produtos da China e Paraguai. Sonegando imposto.

No carro 01, dirigindo o Carro de Pedra, os irmãos Rochas. Comerciantes que vivem no tempo da pedra, não concordam com opinião da ciência. Para eles, pesquisadores e cientistas não passam de comunistas, que iam para faculdade usar maconha e fazer sexo. Uma verdadeira balbúrdia.

No carro 02, Rufus Lenhador. Marceneiro que fabrica caixão, defende abertura do comércio, assim, ele conseguirá vender mais.

No carro 03, Carro-à-Prova de Balas, a Quadrilha da morte, empresários que defendem abertura do comércio, mas que não iram trabalhar. Transformaram seu comércio em Big Brother, onde, de casa eles vão vigiar seus empregados.

No carro 04, dirigindo o carro Cupê Mal-Assombrado, os Irmãos Pavor: Medonho e Medinho. Empresários que vêm espalhando na cidade, fakenews, dizendo que o isolamento social será o fim do comércio. O apocalipse da economia.

No carro 05, ela, a bela Penélope Charmosa. Dona de um salão de beleza, que entende que a beleza é mais importante que a vida. Vai que a pessoa morre, ela deve está bonita no velório e na foto que postarão no facebook.

No Carro 06, dirigindo a Lata Voadora, o músico Barão Vermelho, que quer o retorno dos bares, casas de shows e clubes.. de modo ele poder trabalhar.

No carro 07, pilotando o Carro Cheio-de-Truques, professor Aéreo, proprietário de um curso, que defende retorno das aulas.

No carro 08, Carroça a Vapor, o fazendeiro Tio Tomás, com seu Urso Chorão. Eles, durante a pandemia ficarão protegidos em sua fazenda, mas querem produtos de sua fazenda seja vendido no comércio.

No carro 09, no carro Aerodinâmico, Peter Perfeito, que sonha em ser prefeito ou talvez vereador. Esse quer aproveitar o momento para conseguir votos.

No carro 10, dirigindo o Carro Tanque, Sargento Bombarda, uma das vivúas da Ditadura Militar, que pede intervenção Militar.

No carro 00, Máquina Malvada, ele Dick Vigarista. Empresário sonegador de Imposto de Renda. Revendedor de produtos da China e Paraguai. Sonegando imposto.