quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Carro velho ou carro novo/velho?


Carro velho ou   carro novo/velho?

Paulo Lucio- Carteirinho
Membro do Movimento Vermelho de Cataguases

Mês que vem,  irei decidir se continuo com o meu carro ou se troco. Adquiri o carro  quatro anos, ano 2008,  branco, com 4 portas,  ar condicionado, trava, direção, alarme, som... mudando pra valer a minha vida.

O carro era novo, mas estava cheios de dívidas, documento atrasado, cheio de problemas. E para piorar a situação, o carro foi atingindo pela enchente, chegando  água no teto. Pense comigo, já era o  carro.  Tive que contar com muita ajuda, principalmente, da turma de Brasília e de Belo  Horizonte, conseguindo reformar o carro. Mas no seguinte, outra enchente, dessa vez menor, mas com grandes problemas.   Novamente conseguir ajuda de fora  e também de amigos e da população.

Consertei o carro. Paguei as dívidas, coloquei a documentação em dia. O carro ainda não está do jeito que eu quero, mas já melhorou um pouco.  Sendo necessário mexer:  


·          Bateria: o carro só pega no tranco, precisa de muita gente para empurrar, sendo necessário mobilização popular.
·          Podres: tem alguns podres
·         Pneus: O 4 pneus e o estepe estão carecas,  levando o carro para a contra-mão , sem contar que derrapa nas curvas.
·          Ar condicionado: O calor está chegando e dentro do carro a temperatura está alta. Um calor insuportável, mesmo assim todos querem uma carona. O problema é que o carro está cheio demais, tem gente até no teto.
·          Alarme: dispara  a toa chamando atenção de todos. Às vezes penso que estou sendo roubado.
·           Som: uma chiadeira danada, não dá para entender nada. A música pula  e só toca o que quer.
·         Pintura: a cor está desbotada, devido a cocô  de tucano, tem   alguns arranhões e amassados.
·           Estofado:  velho e fedendo. É preciso trocar tudo.
·         Óleo: o  que foi colocado não é de boa qualidade. Está  vazando muito. Já passou da hora de ser trocado. 
·         Suspensão:  muito dura, não amortece nada. Soca muito.   
·         Motor: Está quase batendo.  

O carro precisa passar, novamente,  por uma revisão. Trocando muitas peças que estão gastas, improvisadas, terceirizadas  e  cheios  de gatilhos. É preciso colocar peças originais,  efetivas e  de boa qualidade.

São muitos defeitos e às vezes acho que melhor é trocar. Tem um vendedor que está oferecendo um carro. Nessa época aparece um monte de vendedor, é preciso cuidado para não cair no  papo de vendedor.   Segundo ele,   tem um carro que é do meu jeito. Eu não vi o carro, mas do jeito que ele fala é uma Ferrari vermelha, conversível, completa, sonho de todo motorista. Mas como diz o ditado: “Quando a esmola é boa demais até o Santo desconfia”. Desconfio de que não seja nada daquilo que ele está prometendo e que ele está tentando me empurrar  o Fusca, ano 65, vermelho desbotado, com espaço apenas para o motorista que dirigi sozinho  e ainda com defeito na seta esquerda, só funciona a direita.   

Infelizmente,só irei saber depois que o  adquirir. Esse é o problema. Sendo que terei que decidir até o dia 7 de Outubro. Estou com receio da troca não ser boa.  Não desejo uma Ferrari, mas  trocar o meu carro por  Fusca é um retrocesso. O que desejo mesmo  é um carro Pequeno, popular, vermelho, com um adesivo da estrela. Mas infelizmente não tem nenhum no momento. O adesivo até consegue, mas não é a mesma coisa.    Quem sabe daqui  a quatro anos não encontro o carro que desejo.  

Estou numa indecisão danada. Estou cansado de passar raiva com o meu carro. Mas tenho medo de ficar a pé com o carro novo/velho, prometido.   E se  o carro for pior? Talvez seja melhor continuar com o meu carro  e consertá-lo. Já sei quais os problemas, onde mexer, o que precisa para consertar. Mas com tantos problemas acho que não terá conserto. Sem contar que o mecânico está metendo a mão  e ainda cobra antecipado, sem ter feito o serviço.

O ruim de carro é isso, por mais que troque sempre teremos gastos. Como dizem: “carro é uma segunda família”. E por falar em família,  o carro novo/velho prometido traz consigo  gerações passadas. Não tem nada de novo,  nem o cheiro, que não é nada agradável. Está cheio de peças velhas, enferrujadas, desgastadas, engatilhadas, mas que desfila de zero quilômetro.

E agora, troco ou não de carro? O problema é que só vou poder trocar de novo daqui a 4 anos. Sem contar que pode acontecer a mesma coisa: falta de opções, carros novos/velhos, engatilhados,  com defeitos.... .

Está cheio de latas velhas no mercado. Sem opções, estou longe de conseguir uma viatura que seja a  princesinha da zona da mata, está mas para  rainha da sucata.

Às  vezes acho que é melhor ficar a pé. Ainda mais com o preço do combustível, que está cada vez mais caro, afinal não tem concorrência. E fica uma dúvida, será que não  tem acordo entre os postos?  O jeito é  o  boicote contra os postos.  Sem contar os impostos, também altíssimos. As ruas e estradas até que melhoraram, foram asfaltadas, mas vamos aguardar as chuvas e o tempo.

Tenho até o  7 de Outubro para decidir: Carro velho ou  carro novo/velho?   Troco ou não de carro?