domingo, 17 de agosto de 2014

Quem vai para o segundo turno?

Quem vai para o segundo turno?

Paulo Lucio - Carteirinho

A morte de Eduardo Campos mudou o cenário político. Tudo indica que Marina será candidata, afinal, na última eleição ela teve quase 20 milhões de votos, 19% do eleitorado. .

Vale destacar que por pouco Marina não foi a cabeça de chapa. Foi cogitado que ela seria a cabeça de chave e o Eduardo Campos o vice. Isso só não aconteceu devido questões partidárias, afinal Eduardo era presidente do PSB, ou seja, o dono do partido, automaticamente, a última palavra era dele.

O PSB não perdeu só seu candidato, mas também seu dono. Antes de decidirem quem será o candidato, terão que decidir que será o novo presidente do partido. Dessa vez sem deixar o lado pessoal falar mais alto, analisando a questão política partidária. Vale lembrar que quando Eduardo Campos assumiu o PSB acabou dividindo o partido. Coisa normal na política. Diversos políticos saíram do PSB, como destaque para os irmãos Cid e Ciro Gomes, além de outros. .

Agora, com Marina a frente do partido, tudo indica que teremos nova divisões, afinal, Marina não é do PSB. Foi para o partido porque o Rede não foi oficializado.

Mas o PSB não tem muito o que fazer, afinal, não tem nomes para substituir Eduardo Campos, nem para vice. Nessa questão falam em colocar o irmão ou a viúva, o que seria muito apelativo, mas para ganhar votos vale tudo. Os partidos que compõem a chapa forçam a barra, como o PPS, que tem como representante Roberto Freire, que poderia ser o vice. Nesse caso, o PSB se divide mais ainda, afinal, o candidato e o vice não seriam do PSB.

PSB virou partido de barriga de aluguel!

Esquecendo Marina e o PSB, gostaria de falar do Aécio e do PSDB. Que passam por algo parecido. Aécio é o dono do PSDB, é o presidente nacional do partido. Sua candidatura dividiu o PSDB. Os tucanos paulistas não concordaram, principalmente, a ala ligada ao Serra.

Visando reverter esse quadro, o PSDB indicou para vice Aloysio Nunes, que é do grupo do Serra. Com isso, o PSDB veio com a chapa puro sangue: presidente e vice tucano. Esse fato também se deu devido a falta de apoio, onde o PSDB coligou com partidos pequenos, sem representatividade, sem lideranças, sem nomes para compor a candidatura.

Com a entrada de Marina na disputa, as coisas complicam para Aécio, que enfrentará duas mulheres. Lembrando que a maioria dos eleitores são do sexo feminino . Segundo dados do TSE, as mulheres representam 51,8% do eleitorado.

Dessa forma, a candidatura de Marina tende a crescer nas pesquisas. Ainda mais nesse momento de comoção. Automaticamente, a campanha de Aécio tende a diminuir.

Até então, havia jogo de compadre entre Aécio e Eduardo, sem se atacarem, visando um possível apoio no segundo turno. Agora esse quadro muda, afinal, dificilmente Marina apoiará o PSDB. Inclusive, foi contra as coligações do PSB com os tucanos em São Paulo e Paraná.

Dessa forma, teremos uma disputa entre o PSB e o PSDB para vê quem vai para o segundo turno com Dilma, afinal, dificilmente Dilma e o PT ficam de fora Mas política é complicado, tudo muda.

Resta agora aguardar as novas pesquisas e o andamento das campanhas. Muito coisa pode acontecer. Hoje o cenário político é esse, vamos daqui pra frente. Farei novas análises.

domingo, 3 de agosto de 2014

Saúde!

Saúde!

Paulo Lucio – Carteirinho

As eleições estão se aproximando, venho abordando alguns temas de interesse público. Dessa vez, abordo a questão da saúde. Um tema muito complexo e profundo, ficando difícil de comentar em poucas linhas. Dessa forma, vou me ater a um assunto específico, a questão dos médicos, falando sobre o Programa Mais Médicos.

Depois das manifestações populares, onde o povo saiu às ruas por um país melhor, cobrando dos governos melhores serviços, principalmente na saúde, a presidente Dilma tomou uma importante medida, criou o Programa Mais Médicos, importando médicos estrangeiros, visando suprir a carência de médicos, principalmente, no interior.

O programa não foi criado do dia pra noite, muito menos foi uma invenção do PT. Pelo contrário, há muito tempo vem sendo discutindo e aplicado. Vale lembrar que, entre 1998 a 2003, no governo de FHC/PSDB, médicos estrangeiros vieram para o Brasil. Naquela época, a Revista Veja, que hoje manifesta contra a vinda dos médicos estrangeiros, tendo em vista fazer oposição ao governo do PT, publicou na edição 1620, de 20 de Outubro de 1999 a seguinte matéria: “O milagre veio de Cuba”. No texto, a Revista Veja descreve a precária situação do hospital do município de Arraias, em Tocantins, dizendo: “Faltavam médicos que quisessem aventurar-se naquele fim de mundo”. Foi quando a cidade conseguiu importar cinco médicos da ilha de Fidel e, assim, abrir as portas do hospital.... O milagre veio de Cuba”.

Como vimos, a carência de médicos é antiga; e aumentou durante o período neo-liberal, devido o sucateamento do setor público, falta de investimentos, principalmente na educação, visando favorecer o setor privado. No caso da educação, nesse período não foi criada nenhuma universidade pública, incentivando as instituições privadas, favorecendo uma minoria que poderia pagar.

Por um longo período formamos apenas um padrão de médicos: brancos e rico$. Médicos que concentraram nos grandes centros, preferindo atender em consultórios particulares. Poucos foram para o interior e para o setor público.

Os poucos médicos que atuavam no setor público davam cartas. Escolhiam onde e quando trabalhar. Os governantes se tornaram refém desse modelo. Como mostram, algumas denúncias que foram divulgadas pela mídia. Destaco o caso da médica que foi flagrada fraudando o sistema de controle de ponto, utilizando dedos de silicone, com as digitais de colegas, que não compareciam no local de trabalho. Além de outras denúncias que mostram médicos descumprindo a carga horária, indo embora mais cedo. Fora os médicos que sequer olham na cara dos pacientes.

Claro que não podemos generalizar. São poucos casos como esses. Temos bons médicos, que se dedicam a profissão, trabalhando no setor público, apesar de todas as dificuldades, sendo poucos valorizados, trabalhando em locais sem infraestrutura e atendendo uma grande demanda de pacientes. Esses, são heróis.

A respeito da formação de médicos, tivemos um avanços no Governo Lula/PT, que voltou a investir no setor educacional, no fortalecimento do Estado. Durante o seu governo, tivemos a construção de 13 universidades públicas, tendo vários cursos na área de medicina, além da criação de programas como o Prouni, dando bolsas de estudos nas instituições privadas, inserindo milhares de pessoa no curso superior.

Vale destacar que, para se formar um médico, dura em torno de 10 anos. Como o PT tem 11 anos no governo, a grande maioria dos futuros médicos ainda estão cursando universidade, mas que em breve estarão atendendo a população. E não será aquele velho padrão burguês: brancos e rico$. Teremos médicos negros, índios, portadores de necessidades especiais, pobres, filhos de trabalhadores... uma grande variedade de profissionais. Destaco também a política de incentivo que o governo vem fazendo para os médicos atuarem em locais que mais precisam, combatendo a concentração de médicos nos grandes centros.

Dando continuidade na formação de mais médicos, a presidente Dilma prevê a criação de 11.447 vagas em faculdades públicas e privadas de medicina até 2017. O MEC autorizou a abertura de oito novos cursos de medicina nas universidades federais em cidades do interior do país.

Nunca antes na história desse país tivemos tantos investimentos na formação de médicos. Enquanto os médicos brasileiros não cheguem no mercado de trabalho, devemos recorrer aos médicos estrangeiros, principalmente, os cubanos, que são referência na área de saúde.

A respeito dos médicos estrangeiros, alguns chegaram à região. Vieram para Cataguases quatro médicos, todos cubanos: Dr. Erosmel Rivero izquierdo, Dra. Liannispall Cedeno, Dr. Lazaro Aleido Garcia Betancourt e Dr. Luis Felipe Giron Cardona.

Tive a honra de conhecê-los pessoalmente, numa festa no bairro Vila Reis. Festa!? Isso mesmo, numa festa. O que cai por terra às críticas feitas por alguns, dizendo que os cubanos não podem sair, conversar, passear ... pois são vigiados por espiões a mando de Fidel Castro (rsrs).

Não tem nada disso. Os médicos cubanos andam livremente, são simpáticos, atenciosos e bons de papo. Falam bem a nossa língua, adoram conversar. Venho mantenho contato com alguns deles através do facebook. Facebook!? Sim, facebook. Os cubanos têm facebook. Os cubanos utilizam as redes sociais para manter contato com seus familiares que estão em Cuba. O que também cai por terra às críticas a Cuba, dizendo que o povo cubano não tem acesso a internet,as informações, redes sociais...

Sobre o trabalho dos médicos cubanos, venho conversando com alguns populares. A grande maioria das pessoas com que conversei está gostando do atendimento. Lembro de uma charge, onde um repórter pergunta a um paciente se ele prefere o médico brasileiro ou o estrangeiro. O paciente responde: antigamente não tinha nenhum, hoje podemos escolher.

Não tem por que sermos contra os médicos estrangeiros. Devemos recebê-los de braços abertos. Agradecer pela ajuda. Sejam bem-vindos!

Sucateamento Público!

Sucateamento público!

Paulo Lucio - Carteirinho

O sucateamento público foi uma das práticas neoliberais em defesa do capitalismo, visando substituir o setor público pela iniciativa privada.

No Brasil, o neoliberalismo teve início no governo Collor, com a política de favorecimento a iniciativa privada. Com a abertura do comércio tornou a economia multinacional, combatendo as empresas públicas e nacionais.

O neoliberalismo prega a política do Estado Mínimo. O Estado deixa de possuir empresas e ser prestador de serviço, tendo pouca intervenção na economia, controlada pela iniciativa privada. O Estado se torna num mero cobrador de impostos, onde há uma política contra a cobrança dos mesmos. Sem empresas e sem cobranças de impostos o Estado acaba, sendo substituído pela iniciativa privada.

Para colocar esse plano em prática, inciou o processo de sucateamento público.O nome fala por si, sucatearam as estatais (empresas públicas), passando uma imagem negativa do setor público como se não funcionasse. Esse plano contou com a participação da mídia, ou melhor, do PIG (Partido da Imprensa Golpista) , defensora da iniciativa privada, seus patrocinadores. Durante o neoliberalismo foram feitas diversas matérias e comerciais contra o setor público. Um deles, comparava as estatais com elefantes brancos, um peso para o Estado e para a sociedade. Dessa forma, deveriam ser privatizadas.

As privatizações ocorreram no governo FHC/PSDB, onde diversas empresas públicas foram privatizadas, vendidas a preço de banana. Entregues à iniciativa privada, daí o termo privatização, ou seja, tornar privado.

Dentro da política do sucatamento publico, além da falta de investimentos, destaco o arrocho salarial. Durante o período neoliberal o funcinoalismo público sem reajustes salariais. Período de muitas greves e demissões. Tudo que o sistema queria, já que prejudicava ainda mais a imagem do setor público, jogando a população contra o Estado.

Comprovamos o arrocho salarial analisando os Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) . Cito os Correios devido fazer parte da empresa e conhecer sua história. Entre 1992 a 1997, não houve nenhum % de reajuste salarial. Entre 1998 a 2002, muito pouco, não chegou a 15%. Conclusão, entre 1992 a 2002, em 10 anos apenas 15% de reajuste , cerca de 1,5% ao ano. Lembrando que a inflação nesse período era altíssima. Dessa forma, os trabalhadores tiveram grandes perdas salarias.

Esse quadro mudou quando Lula/PT assumiu a presidência. No caso dos ACTs dos Correios, no primeiro ano do governo Lula a categoria teve um reajuste de 23%, sendo 6% do IPCA(inflação), 3 referências salarias, sendo 5% cada, e mais um abono de R$ 1.000,00. Só no primeiro ano do governo Lula os funcionários tiveram mais reajustes que nos 10 anos anteriores, quase que o dobro. No caso dos carteiros, destaco a conquista dos 30% referente ao adicional de risco. No final do primeiro mandato do governo Lula, o salário dos carteiros havia aumentado cerca de 100% . Claro que não foi mérito do Governo, mas também da luta de classe, afinal, foram feitas greves e diversas manifestações. Mas é bom ressaltar que na era PT, Lula e Dilma, a categoria dos Correios sempre fechou seus ACTs acima da inflação.

Destaco também a questão de contratação de funcionários. . Durante o período de 1992 a 2002 tivemos poucas contratações. Notamos isso analisado o tempo de casa dos funcionários. Prevalece dentro da empresa dois grupos: acima de 25 anos de casa ; e abaixo de 12 anos de casa. Raramente encontramos funcionários entre 12 a 25 anos de casa.


O sucateamento público quase acabou com o setor público. Poucas empresas sobreviveram as privatizações. Com a política de recuperação do Estado, o fortalecimento das estatais, investimentos nas estatais, as empresas que sobreviveram se tornaram referência no mercado, gerando riqueza e lucro para o país. O que cai por terra o velho discurso neoliberal, dizendo que as estatais não funcionam e que dão prejuízo ao Estado.

Na verdade,o que não funciona é o Estado nas mãos de defensores da iniciativa privada. Devemos fortalecer o setor público e o Estado. Abaixo o sucateamento público.