sábado, 27 de setembro de 2014

Fim do mundo?

vi e vamos debater sobre o tema.

Fim do mundo?

Paulo Lucio – Carteirinho

Virou rotina, quase todo domingo algum religioso bate na minha porta para falar sobre religião. E o discurso é o mesmo: Apocalipse. Trocando de canal na TV, passo por um programa religioso e o pastor tá falando do fim dos tempos. Sai na rua e assisto uma pregação em praça pública com os fieis falando que o mundo está acabando. Passo em frente a igreja e ouço gritos de que o fim está próximo.

Logo vem na minha cabeça uma frase: Uma mentira contada mil vezes se transforma em verdade.

Não acredito no fim do mundo, no Apocalipse. Como também não acredito na Gênises e a versão da criação do mundo. Ou seja, não acredito nem no ínício nem no fim.

Antes de ser apedrejado ou crucificado, deixo claro que acredito em Deus. Não acredito na Bíblia., por se tratar de um livro escrito pelos homens. Não concordo com o início e o fim, mas tem algumas partes no meio que concordo, como o Novo Testamento.

A Bíblia não é a dona da verdade. Pelo menos nos dias atuais, no passado até era. Tendo em vista que os textos bíblicos funcionava como se fosse uma constituição, definindo o que a sociedade deveria fazer, o que era proibido, as leis, as punições... .

A Bíblia é composta por diversos textos, de diversas épocas, falando de diversas lideranças religiosas. Com diversos ensinamentos e pensamentos, que mudam de acordo com a evolução moral dos seres humanos. Uma hora diz que devemos apedrejar os pecadores, depois diz que devemos perdoá-los.

Deixando de lado o Velho Testamento, falando do Novo testamento, por que os religiosos não estão pregando a Boa Nova? O amor, perdão, paz, fraternidade... Por que pregam as coisas negativas? Guerra, mortes, violência, brigas... Por que falam mais do Diabo do que de Cristo? Por que enaltecem o mal ao invés do bem? Por que pregam o fim do mundo?

Sobre o Apocalipse, no sentido de que o mundo está pior, será mesmo que o mundo está pior? Se isso for verdade, podemos dizer que Cristo falhou. Afinal, como explicar que após sua vinda o mundo piorou?

Dessa forma, pergunto novamente: O mundo está pior?

Ao afirmar que o mundo está pior, esses religiosos caem em contradição com aquilo que eles pregam. Acabam crucificando Cristo novamente. Como seus ensinamentos não servissem de nada.

Vale destacar que o cristianismo é a maior religião do mundo, presente em diversos lugares, pregando a Boa Nova há milênios e mesmo assim o mundo piorou? Como pode um mundo formado por maioria de cristãos está pior do que antes?

Quando fala que o mundo está pior, quer dizer que antigamente era melhor. Será que antigamente era melhor? Analisem a sociedade do passado, seus costumes, atos, guerras e compare com os os dias atuais. Será que não evoluímos? Regredimos?

Vamos ser sinceros, o mundo não está pior. Muito menos vai acabar. Por que Deus iria acabar com o mundo?

Vamos supor que Deus resolva mesmo voltar e recolher as pessoas de bens, deixando no mundo os maus. Nesse caso, ele dará a vitória ao mal, que controlará o mundo que Deus criou. Ou seja, o mal venceu o bem. Lúcifer conquistou o mundo criado por Deus, tendo o controle sobre algumas de suas criações.

Dentro dessa visão, vamos analisar outra questão. Depois de dominar o mundo, o que fará Lúcifer e sua legião de demônios irã fazer? Claro, tentar dominar o Céu. Ou alguém acha que não terá mais confronto? Que cada um vai viver no seu mundo. Que no Céu as almas viveram tranquilamente. Que a briga entre o bem e o mal acabou.

Vale destacar que a briga entre o bem e o mal, Deus e Lúcifer, surgiu justamente no céu. Em Ezequiel 28:12-15 relata a expulsão de Lúcifer, um anjo de Deus, que se rebela contra o Criador, levando com eles outros anjos. Os anjos caídos se transformaram em demônios e inimigos de Deus, começando uma batalha entre o bem e o mal.

Como vimos, a briga iniciou no céu, não foi na Terra, no mundo. A Terra era o paraíso. O motivo da briga é justamente o ser humano. Lúcifer e os anjos caídos entendem que os seres humanos deveriam servir aos anjos e não os anjos servirem aos seres humanos. Lúcifer não concordava que seres inferiores tivessem privilégios e fossem mais importantes que os anjos. Dessa forma, se rebelam contra Deus para ter o controle sobre os seres humanos. Serem adorados.

Inicia uma disputa entre Deus e Lúcifer em busca de almas. Disputa entre o bem e o mal. A respeito do bem e o mal, destaco que um depende do outro. Principalmente o bem, que só vai existir a partir do mal. Sem o mal o bem não existe. O bem é o contrário do mal. Podemos dizer que o mal é o criador do bem. Tem um ditado que diz: a males que vem para o bem. Eu digo que todo mal vem para o bem.

Voltando para a questão do fim do mundo, será mesmo que Deus permitirá que o mal vença o bem? Deixar que Lúcifer controle a mundo? Deus vai desistir do mundo?

Recentemente, morreu Eduardo Campos, candidato a presidente da República, o qual acredito que esteja no céu. Um dia antes de morrer, participou de um debate na TV e suas últimas palavras foram: Não vamos desistir o Brasil. Pego emprestado as palavras de Eduardo Campos e digo: Não vamos desistir do mundo.

Se alguém bater na sua casa e dizer que o mundo está pior e que vai acabar, diga a essa pessoa que você acredita em Deus, no perdão, no amor, na paz e que tudo isso é capaz de melhorar o mundo. Diz que acredita em Cristo e seus ensinamentos e que Ele não morreu em vão.

A respeito da vinda de Cristo ao mundo, há quem defenda que Cristo morreu por nós. Essa visão é devido a cultura do sacrifício, onde havia um velho costume de sacrificar um animal. Os pecadores alcançavam o perdão dos pecados através do sacrífico expiatório. no caso, de um cordeiro (cabra,bode, ovelha) esse sem mácula (marcas), em adoração a Deus para perdoar os pecados. Daí o termo, bode expiatório.

Esse costume vem desde Adão e Eva, onde um animal foi sacrificado para servir de vestimentas para os seres humanos, escondendo o pecado. Passando pela Páscoa, comemorando a libertação do povo do Egito. Até a vinda de Cristo, que se transformando em Cordeiro, sendo sacrificado para tirar o pecado. Daí a expressão Cordeiro de Deus que tirai o pecado do mundo.

Assim como não concordo com a Gênise e o Apocalipse, também não concordo com essa visão de que Cristo morreu por nós. Que deveria ser sacrificado. No meu entendimento, Cristo não morreu por nos, mas sim viveu por nós . Afinal, sua vida é mais importante que sua morte.

Claro que a maneira que Ele foi morto, cruelmente, acabou ganhando destaque. Mas vale lembrar que Cristo nasceu como homem, dessa forma, morreria como homem, crucificado ou não. Ele poderia ter morrido de outra forma: apedrejado, envenenado, motivos de doença , de velhice... nem por isso deixaria de ser o que foi. Afinal, o importante são seus ensinamentos em vida.

Deixando a morte de Cristo de lado, devemos lembrar de sua vida. Como ele viveu, seus ensinamentos, seu comportamento perante aos pecadores, suas parábolas... . Devemos falar da Boa Nova, das coisas boas. E não das coisas ruins.

Por um mundo melhor, devemos acabar com o fim do mundo

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Corrupção!

Corrupção!

Paulo Lucio – Carteirinho

Dessa vez venho tratar de corrupção. Na cabeça do leitor logo vem a política, tendo em vista os casos divulgados pela mídia e o fato de estarmos no período eleitoral. Mas vale destacar que corrupção não é uma coisa exclusiva da política.

Corrupção é o ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. É tirar vantagem do poder atribuído. Para facilitar o entendimento, cito alguns exemplos de corrupção.

Um dos atos de corrupção mais famoso é o suborno. O motorista comete uma infração de trânsito e o policial o multa. Na grande maioria das vezes, o motorista tenta convencer o policial a não multá-lo. Em alguns casos, o próprio policial faz isso.

Cito também casos esportivos, como a Máfia do Apito no Brasileirão de 2005, onde um juiz participou de um esquema de combinação de resultados, favorecendo apostadores em um site clandestino. Falando de futebol, cito o caso da venda de ingressos da Copa do Mundo, um esquema dentro da própria FIFA. Ainda dentro do esporte, temos vários casos de doping, uso de substâncias ilegais visando um rendimento melhor.

Saindo do campo esportivo e indo para o campo religioso, temos várias denúncias de corrupção em algumas igrejas. Como o caso de corrupção no Banco do Vaticano. Vaticano que segundo uma pesquisa pela rede de organizações sociais francesas Voltarie, ocupa o oitavo lugar global em lavagem de dinheiro. Ainda sobre religiões, destaco o vídeo que circula na internet e mostra um curso para pastores, ensinados a tirar dinheiro dos fieis, simulando falsos milagres e curas.

E a corrupção não para por aí: furar fila; pegar atestado médico sem estar doente; dar troco errado; gato na luz; desvio de sinal de TV a cabo; comprar produtos falsificados; falsificar carteirinha; não dar nota fiscal; não declarar Imposto de Renda; jogar no jogo do bicho; comprar drogas no tráfico; …...

A corrupção está no DNA da sociedade. Automaticamente, na política e em diversos segmentos. Falando de corrupção na política, apesar de vários casos divulgados na mídia, vejo que estar diminuindo. Diminuindo? Como assim?

Para comprovar o que estou dizendo, cito os 10 maiores casos de corrupção da história do Brasil.

Em primeiro lugar vem o caso Banestado, que aconteceu entre 1996 a 2000, Governo FHC, sendo o rombo de R$ 42 bilhões.

Também na casa dos bilhões, em segundo lugar temos o caso Vampiros da Saúde, entre os períodos de 1990 a 2004, nos governos Collor, FHC e Lula, sendo o rombo de R$ 2,4 bilhões.

Em terceiro lugar, em 1999, no Governo FHC, tivemos o caso do Banco Marka, sendo o rombo de R$ 1,8 bilhão.

Saindo da casa dos bilhões, na quarta posição, entre os anos 1992 a 1999, Governos Collor e FHC, tivemos o caso do TRT de São Paulo, rombo de R$ 923 milhões.

Na quinta posição, final do governo Sarney e início do governo Collor, entre 1989 a 1992,o caso Bilhete Premiado, sendo o rombo de R$ 800 milhões.

A sexta posição vem o caso Operação Navalha, no ano de 2007, governo FHC sendo o rombo R$ 610 milhões.

A sétima posição, entre 1998 a 1999, no governo FHC, o caso Pobre Amazônia, rombo de R$ 214 milhões.

A oitava e nona posição ocorreram no governo Lula. O caso Sangue Suga, rombo de R$ 140 milhões e o Mensalão, no ano de 2005, rombo de R$ 55 milhões.

Mensalão na nova posição? Mas o mensalão não é o maior caso de corrupção da história do Brasil? (RSRS). Não! O mensalão foi um dos menores casos de corrupção, mas ganhou destaque na mídia, ou melhor, do PIG, Partido da Imprensa Golpista, que é contra o PT e aproveitou o momento para prejudicar o partido. Vale lembrar que o caso veio a tona no período eleitoral, onde Lula tentava a reeleição.

Como vimos o mensalão está longe de ser o maior caso de corrupção do Brasil. O maior foi o Banestado, sendo o rombo de R$ 42 bilhões, enquanto o mensalão foi R$ 55 milhões. Ou seja, uma diferença de R$ 41,45 bilhões.

Não vou incluir o caso da Petrobras pois é recente e precisa ser investigado. Como também não incluir o caso Privataria Tucana, com estimativa de um rombo de R$ 100 bilhões, sendo o maior caso de corrupção já registrado. Mas como esses casos não foram julgados, ,não serei eu que farei o julgamento.

Por enquanto quem lidera a lista é o Banestado, que ocorreu no governo FHC. Se notarem, vão perceber que a corrupção vem diminuindo. Mas isso não significa que a corrupção não exista ou que acabou. Claro que não. Conforme citei anteriormente, a corrupção está no DNA da sociedade.

A corrupção vem diminuindo devido a várias medidas. Destaco o uso de tecnologias. Hoje, como uma caneta, celular, botão na blusa.... a pessoa pode gravar uma conversa. No caso do mensalão, o caso veio à tona depois de uma gravação, mostrando um funcionário dos Correios negociando com um empresário um favorecimento a sua empresa, na compra de materiais. O famoso tráfico de influência.

Falando em tecnologia, destaco também a quebra o sigilo telefônico e bancário, conseguindo assim desmontar diversos esquemas de corrupção. Não poderia deixar de citar o Portal da Transparência, onde podemos fazer a qualquer momento uma pesquisa nos gastos dos governos: Federal, Estadual e Municipal. Analisar licitações, compras, gastos...

Mas a principal arma contra a corrupção é a independência dos órgãos de fiscalização, como a Polícia Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o Tribunal Superior, a Procuradoria Geral ... que funcionam e vem cumprindo com o seu papel.

Somado a todos esses órgãos, temos também a mídia, apesar de sensacionalista, contribui para a descoberta de alguns casos.

Com tantas pessoas investigando e fiscalizando, a corrupção vem diminuindo. Mas estamos longe de por fim nela, afinal, como falei, a corrupção está no DNA da sociedade. Ainda mais numa sociedade capitalista, a base do dinheiro e negociatas. .

Para acabar com a corrupção, devemos mudar também nossos atos, pois muitas das vezes cometemos mais corrupção que muitos políticos. Mas nos achamos no direito de cobrar das autoridades, como se fossemos 100% honestos. Nesse caso, é o sujo falando do mal lavado.

A corrupção começa nos pequenos atos.

sábado, 20 de setembro de 2014

Economia!

Economia!

Paulo Lucio  - Carteirinho

Dessa vez, venho tratar de economia. Tema complicado, ainda mais para quem não é da área. Mas me atrevo a abordar o tema, deixando de lado os números e destacando outros fatores que estão ligados a economia.


O tema economia vem sendo abordado ultimamente, devido as eleições. A oposição pega carona em cima de alguns números negativos, como forma de
taxar o governo de incompetente e que sua política fracassou . Os opositores defendem a velha politica do Estado para o Mercado, como se o mais importante fosse o mercado e não o povo.


Dentro dessa visão do Estado para o Mercado, os economistas trabalham em cima do PIB (Produto Interno Bruto), um dos principais indicadores do potencial da economia de um país. O PIB revela o valor  de toda a riqueza (bens, produtos e serviços) produzida por um país em um determinado período, geralmente um ano. Para eles, se o PIB estiver alto a economia do país está bem. Do contrário, a economia do país está mal.
Dentro dessa lógica do “Pibão”, alguns países vem adotando algumas medidas para aumentar seu PIB. A Itália por exemplo, resolveu incluir no PIB as atividades ilegais, como: tráfico de drogas, extorsão, prostituição e contrabando de cigarros e bebidas alcoólicas.  Resta saber como a Itália irá calcular esses valores, já que não tem como contabilizar, afinal são atividades ilegais, pertencente ao “Mercado Negro”.


A atitude desesperadora da Itália traz para o debate a questão da riqueza do país, que vai além dos números dos indicadores. Dessa forma, analisar a economia em cima do PIB não diz muita coisa, já que existem outras fontes de riqueza e circulação de renda que não entram na contabilidade do PIB.
Destaco também, um novo conceito, o FIB (Felicidade Interna Bruta), um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia.

O conceito nasceu em 1972, elaborado pelo rei butanês Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.


O FIB traz o debate em torno da riqueza. Alguns se preocupam com os números, analisando a  valor da porcentagem  da economia, o ranking com outros países, como se esses valores fossem mais importante.
Mais importante que o valor da porcentagem do PIB é a distribuição de renda. Do que adianta um país tem uma grande porcentagem no PIB se sua riqueza está concentrada nas mão de poucos? País rico não é aquele te quem maior PIB, mas aquele que tem menos pobres. Onde a riqueza está sendo melhor distribuída.


Trazendo esse debate para o Brasil, a oposição insiste em criticar o baixo crescimento do PIB, taxando de “pibinho”. Por outro lado, esquece de citar os avanços sociais. O país vem apresentando a menor taxa de desemprego dos últimos tempos. Retirou milhões de pessoas da miséria. Elevou a classe média. Ou seja, houve uma melhor distribuição de renda.


Conclusão, apesar do PIB estar baixo, a economia do país estar boa, apesar da crise mundial. A inflação está controlada, dentro da meta do governo. Não faltam produtos, o povo continua consumindo.
Claro que tivemos uma queda, mas isso se deu devido o período eleitoral, que irá definir o futuro do país, o que acaba criando um clima de instabilidade, com isso, afastam s investidores, que estão aguardando o resultado das eleições para voltarem a investir.


Comprovamos isso, analisando a eleição de 2002, onde havia um clima de terrorismo, dizendo que se Lula ganhasse a eleição os empresários deixariam o país. Na época, Lula fez um carta aberta aos empresários, uma espécie de pacto, que contou com a ajuda de seu vice, José Alencar, um grande empresário.


Em ano eleitoral a economia é problemática, pois acaba fazendo parte do processo eleitoral. Devemos analisar a economia além dos números e do pessimismo da oposição. O Brasil é a sétima economia do mundo, faz parte do BRICs, é referência da América do Sul.

Nossa economia vai muito bem!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Reforma Política

Reforma política!

Paulo Lucio – Carteirinho

As eleições estão se aproximando. As campanhas já começaram. Os debates circulam em torno dos candidatos, tendo em vista que nossa política se tornou pessoal. A grande maioria dos eleitores votam em pessoas, ficando em segundo plano as propostas e ideias .

Dentro desse modelo, impera a publicidade e o marketing. Campanhas em torno da imagem dos candidatos, sendo cada vez mais milionárias, favorecendo quem tem dinheiro. Prevalece o padrão dos eleitos, normalmente, homens ricos que moram nos grandes centros. Ficando de fora: mulheres, trabalhadores, pobres, negros, portadores de necessidades especiais, moradores do interior....

Visando mudar essa realidade, diversos Movimentos Sociais, Sindicais, Religiosos e Organizações Políticas se juntaram e estão propondo a Reforma Política. Entre os dias 1 a 7 de Setembro, dentro da Semana da Pátria, teremos a realização de um plebiscito popular, que funcionará com uma consulta com a seguinte pergunta: Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?

A intenção desse plebiscito popular é fazer com que se crie uma Constituinte Soberana e Exclusiva para tratar da Reforma Política.

Trazendo esse tema para Cataguases, foi criado um Comitê Popular - de iniciativa do professor e livreiro, Luciano de Andrade, o qual tenho a honra de fazer parte - que vem tratando da Reforma Política na cidade. Diversas lideranças abraçaram essa iniciativa.

Para que o leitor possa entender melhor, citarei algumas propostas para a Reforma Política. As mais comentadas e defendidas são: Financiamento público de campanha; Voto Distrital; Voto em Lista; Participação de mulheres.

A respeito do Financiamento Público de Campanha, a proposta visa diminuir a interferência do capital privado. No atual modelo, a maioria das campanhas recebem recursos privados, vindo de empresas. Muitas das doações na verdade são investimentos que as empresas fazem, visando vantagens com as vitórias de seus candidatos. Além de que, o financiamento privado tornam as campanhas milionárias. Os números falam por si, na eleição de 2002 os gastos em campanha foi de R$ 798 milhões, em 2012 foi de R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 471%. Campanhas com poucas propostas, com grandes gastos com marketing político, poluição visual e sonoras. Com o financiamento público, além de combatermos os interesses privados, teremos diminuição dos gastos de campanha, ,sendo as campanhas mais igualitárias, com menos poluição e marketing, prevalecendo o debate de ideias e as propostas.

O Voto Distrital é a proposta mais interessante. Funcionará como uma espécie de cotas, garantindo representatividade para todas as regiões, que serão divididas em distritos. Para facilitar o entendimento, cito como exemplo uma eleição para deputado estadual em Minas Gerais. A Assembleia Legislativa tem 77 "cadeiras", através do Voto Distrital cada região teria uma quantidade garantida. Vamos supor que a Zona da Mata tenha direito a 20 vagas, ou seja, teremos 20 deputados da nossa região garantidos, onde votaremos apenas neles. Não vamos votar em candidatos da capital ou de outra região, que estão a quilômetros de distância. O Voto Distrital aproximará os eleitos do povo, fortalecendo e garantindo representatividade em todas as regiões.

O Voto em Lista é o mais polêmico. Conforme citei no início, no atual modelo as campanhas giram em torno dos candidatos. Vale destacar que o mandato pertence ao partido. O voto em lista torno a campanha partidária, deixando de ser pessoal. Os eleitores votarão nos partidos, que apresentaram a lista dos seus candidatos. A polêmica gira em torno dos eleitos. Há quem defenda que os partidos escolham os eleitos, afinal, o mandato é do parido. Outros defendem um segundo turno, funcionando da seguinte fora. No primeiro turno o eleitor votaria no partido de sua preferência, a partir das legendas mais votadas, seria definido o número de cadeiras de cada uma na Câmara. Depois desses cálculos, os partidos apresentariam uma lista com os candidatos, onde os eleitores votariam, escolhendo seus representantes. O Voto em Lista fortalece os partidos. As campanhas deixam de ser pessoal e passam ser partidárias.

Sobre a questão da participação de mulheres avançamos muito nos últimos tempos, mesmo assim prevalece uma política machista. Atualmente, a Lei 9.504/97, determina que, do total de candidatos registrados por um partido ou coligação, deve-se ter no mínimo 30% e no máximo 70% de candidatos do mesmo gênero sexual. Na prática, como as mulheres são minoria, o comando acaba preservando a cota mínima de 30% às candidaturas femininas. Apesar dessa exigência, o número de mulheres é ainda pequeno na política. Visando mudar isso, a quem defenda o aumento da reserva mínima para mulheres candidatas de 30% para 50%. Algumas propostas vão mais além, garantindo vagas para as mulheres. No caso, 30% das vagas sejam destinadas para o sexo feminino. Outra proposta prevê que quando houver eleição para o Senado, onde o Estado tenha direito a duas vagas,uma das vagas seja destinada para o sexo feminino.

Além dessas, outras sugestões também são comentadas: fim das releições; fim das coligações; fim do voto obrigatório; fim do voto em legenda....

Como vimos, temos diversas propostas para sem debatidas.Precisamos urgentemente de uma Reforma Política, que só irá acontecer se o povo se mobilizar e exigir mudanças. Do contrário, prevalecerá o atual modelo.

O plebiscito será o primeiro passo. Mas devemos continuar com esse debate,criando outras alternativas, como Projeto de Lei de Iniciativa Popular, inclusive estamos colhendo assinaturas para isso.

Fico feliz da participação de Cataguases nessa campanha pela Reforma Política Convido os cataguasenses a abraçar essa luta.