sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

“Filho feio não tem pai”

“Filho feio não tem pai”

Paulo Lucio – Carteirinho

Tem um ditado que diz: “Filho feio não tem pai”. É o caso de Michel Temer. Muitos negam sua paternidade. Para descobrir quem é o “pai” teremos que recorrer ao teste de DNA.

De acordo com o teste de DNA, o “pai biológico” de Temer é o PMDB. Afinal, são os partidos que geram seus políticos. Através da convenção partidária o partido define seu rumo: lança candidatura própria ou apoia candidatura de outro partido.

Foi o que aconteceu em 2009. A convenção do PT aprovou o nome de Dilma Rousseff para concorrer à presidência do Brasil. Na época, foi feita uma coligação com o PMDB que indicaria o vice – o partido optou por Michel Temer.

Vale destacar que os partidos são independentes. O PMDB não participou da escolha do nome de Dilma. Da mesma forma o PT não participou da escolha de Temer para vice. Foram decisões internas dos partidos.

Tenho certeza que o PMDB não queria Dilma candidata. Da mesma forma o PT não queria Temer como vice. Mas tiveram que respeitar a decisão tomada pelos partidos. Afinal, política é feita com partidos.

Ao tornar Michel Temer vice-presidente, PT foi uma espécie de “paizão” pra ele. A relação entre “pai e filho” foi boa. Governaram juntos por 4 anos (2010-2014). A parceria deu tão certo que resolveram prolongar por mais 4 anos (2014-2018).

Tudo parecia tranquilo. Ganharam nas urnas novamente. A chapa Dilma/Temer foi reeleita. Mas logo após a reeleição começaram as brigas. Pressionado pelo seu “pai biológico” (PMDB), Michel Temer resolveu apoiar o golpe contra seu “paizão” (PT). Conseguindo derrubar Dilma e assumir o poder.

Isso só foi possível graças aos novos “pais” de Temer. Não pensem vocês que ele chegou lá sozinho. Muito menos que foi o PT que fez Temer presidente. Vale lembrar que o PT votou nele pra ser vice e não presidente. Tanto que todos os deputados e senadores do PT e da base aliada do governo Dilma votaram contra o impeachment.

Se é que podemos chamar de impeachment. Afinal, foi uma espécie de eleição indireta que definiu o novo presidente. O impeachment não foi pra derrubar Dilma. Mas sim tornar Temer presidente. Isso ficou claro na conversa entre o senador Romero Juca (PMDB) e o Sérgio Machado: “É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”.

Quem tornou Michel Temer presidente foram os que apoiaram o impeachment. Logo, é um erro dizer que Temer se tornou presidente graças ao PT. Quem diz isso tenta não assumir a paternidade de Temer. Como eles dizem: “A culpa não é minha, eu votei no Aécio”.

Por falar em Aécio, o PSDB é um dos “pais” de Temer. Seguido de outros partidos e as bancadas: da bíblia, da bala e do boi. Não podemos esquecer da mídia. Além é claro, dos paneleiros.

Essa gente toda tornou Michel Temer presidente. São responsáveis pelo “filho” que geraram. Porém, não querem reconhecer a paternidade. Afinal, “filho feio não tem pai”.