quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Nacional-liberalismo!?

Nacional-liberalismo!?

Paulo Lucio – Carteirinho

Impeachment da presidente Dilma no Brasil, vitória de Macri na Argentina, Trump nos Estados Unidos, Reino Unido saindo da União Europeia são exemplos que comprovam que estamos vivendo um novo ciclo político, econômico e social.

Como assim novo ciclo político, econômico e social? Ciclo é qualquer série de ocorrências que se repete. Logo, ciclo político, econômico e social é um modelo de governo que se repete em vários países. Vale destacar que ao longo da História tivemos vários ciclos.

Na década de 30 imperou o ciclo do Autoritarismo/Totalitarismo. Esse ciclo durou até o fim da Segunda Guerra Mundial. Sendo mais predominante: Alemanha (Hitler), Itália (Mussolini), União Soviética (Stalin), Portugal (Salazar), Espanha (Franco), Brasil (Vargas)...

Após a Segunda Guerra Mundial, surge o ciclo do Populismo. Brasil (Vargas, JK, Jango), Argentina (Perón), México (Cárdenas), Colômbia (Rojas Pinilla), Cuba (Fidel Castro)...

No auge da Guerra Fria, década de 60 a 90, imperou o ciclo das Ditaduras. Com destaque para as ditaduras na América. Vale destacar Ditadura Militar não ocorreu somente no Brasil como muitos pensam. Ocorreu em quase todos os países vizinhos: Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai, Peru, Guatemala, República Dominicana, Nicarágua, Bolívia...

Na década de 90, o capitalismo rompe com o nacionalismo e começa a se internacionalizar. Começo da Globalização. Impera o ciclo do Neoliberalismo. Nesse ciclo imperou menos intervenção do Estado. Período das privatizações. Sendo mais predominante: Reino Unido (Margaret Thatcher), Estados Unidos (Ronald Reagan), Brasil (Color e FHC), Chile (Augusto Pinochet), Argentina (Carlos Menem)...

A ausência do Estado gerou crises e aumento dos problemas sociais: desemprego, concentração de renda, miséria, fome... Com isso, o clico seguinte retoma a participação do Estado. Guiados por líderes de esquerda implantam o clico Popular: Brasil (Lula / Dilma) , Venezuela (Chávez/ Maduro), Uruguai (Mujica/ Vásquez), Bolívia (Evo Morales), Argentina (Nestor Kirchner/ Cristina Kirchner), Paraguai (Fernando Lugo)...
Os governos populares entraram em crise, tendo em vista que o capitalismo entrou em crise (2008). Com a queda dos recursos ficou difícil manter a forte participação do Estado. Com isso ganha força as ideias liberais que defendem mais participação do setor privado. Acontece que agora esse pensamento esbarra no crescimento do nacionalismo conservador. Liderados por forças de direita que pregam o protecionismo.
O protecionismo foi um dos temas da 8° Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que aconteceu na Suíça, sendo muito criticado pelos ministros do G20 (grupo das 20 maiores economia do mundo).
Acontece que o protecionismo não é apenas econômico, mas também cultural, social e político. Defino esse novo ciclo como: Liberal-nacionalismo. Cito como exemplo os acontecimentos na Europa, onde muitos países fecham suas fronteiras impedindo a entrada dos refugiados. Nos Estados Unidos, Donald Trump prometeu durante a campanha, impedir a entrada de alguns povos, deportar imigrantes e construir mais um muro na fronteira com o México cobrando dos mexicanos os gastos.
Como podem notar, o tom desse novo ciclo é o isolamento. Defesa dos interesses nacionais. Tendo a frente desse ciclo conservadores de extrema direita. O que explica o crescimento da xenofobia, da homofobia, da intolerância religiosa, do preconceito, do racismo, machismo...
Esse novo ciclo está apenas no começo. E já preocupa a muitos. Tendo em vista que a tendência é que cada vez mais países adotem esse tipo de governo. Como disse anteriormente: é ciclo. Vale destacar que todo ciclo tem seu fim. Mas para isso é necessário que um novo ciclo se inicie. Até lá, vamos viver o liberal-nacionalismo. Heil!