quinta-feira, 31 de março de 2022

Vacinado!

 Eu não sou besta pra tirar onda de herói.  Sou vacinado, eu sou cowboy. Cowboy fora da lei.”Começo esse artigo ao som de Raul Seixas, música Cowboy fora da Lei, para tratar da vacinação, tendo em vista que no dia 02/07/2021 tomei a primeira dose da vacina contra covid-19.

 
Confesso que estou muito aliviado, no caso 50% aliviado, afinal, falta ainda a segunda dose, a qual só vou tomar daqui a 3 meses, tendo em vista que tomei a vacina Pfizer. Até lá, devo manter os cuidados. Na verdade, os cuidados têm que ser mantidos mesmo após a imunização. Não é porque as pessoas estão imunizadas que a vida voltou ao normal. Afinal, muitos ainda não tomaram a vacina e temos que impedir que esses venham ser contaminados.  É o caso da minha esposa e meus filhos. Logo, para protegê-los, assim como outros, devo continuar usando máscara, álcool em gel, evitar aglomerações. Não só para evitar que eles venham ser contaminados, mas até mesmo eu, afinal, não é porque estou vacinado que vou querer ser contaminado, pegar a doença.
 
Voltar a vida normal - se é que o mundo vai ser normal de novo -  só daqui algum tempo, quando todos ou quase todos forem vacinados e mesmo assim a vida não será como antes. Será muito diferente. Nossa geração será marcada por essa pandemia, a qual iremos lembrar para sempre. Contaremos para nossos filhos, netos, bisnetos...
 
Quem vivenciou esse momento vai ter outra noção de mundo. Será mais cuidadoso e exigente no tocante a higienização.  Nesse ponto, a pandemia deixará um legado importante. Cito por exemplo o mercado, o atendente do caixa até então ficava exposto, sem nenhuma proteção ou barreira, tendo contato diariamente com várias pessoas, algumas resfriadas, gripadas ou com outro tipo de doença. Mas que agora com a pandemia foi colocada uma proteção a qual separa ele de outras pessoas. Essa proteção deverá continuar pós pandemia, assim como álcool em gel disponíveis nas entradas e outros tipos de proteções.
 
Muita coisa será incorporada na sociedade. A própria vacina mesmo, há estudos que apontam que talvez sejam necessárias mais doses. Talvez seja até anual, como é a da gripe, a qual tomo todo ano, assim como toda vacina que fica disponível.  Aproveito para parabenizar o SUS. Temos um sistema de saúde, que apesar de alguns problemas, é excelente, principalmente, no tocante a vacinação.
 
Tomamos vacinas gratuitamente desde o nascimento, passando pela infância, adolescência, fase adulta e até velhice. Poucos países no mundo fornecem isso ao povo. Talvez tanta facilidade faça com que alguns não percebam a importância do SUS pois não sabem como é viver sem ele. Coisa que gerações anteriores a nossa sabem como era, onde muitas doenças imperavam na sociedade. A minha geração mesmo chegou a ter problemas com algumas doenças, eu por exemplo tive sarampo, caxumba e catapora. Hoje nem ouço falar nisso. Faz tempo que não vejo uma pessoa com esses tipos de doenças. Meus filhos, por exemplo,  nunca tiveram e talvez nem tenham – é o que espero.  
 
Isso só é possível devido a vacinação em massa ao longo dos tempos.  A vacinação é o melhor método de se combater doenças como mostra a ciência. Infelizmente, alguns insistem no negacionismo, o qual deve ser combatido, de modo não espalhar como o vírus. Afinal, se alguns ficam sem vacinar ou tomar cuidados, as doenças podem retornar. Quem vai querer um novo surto de catapora, caxumba, sarampo? Quem teve essas doenças sabe quanto é ruim. Para que permitir que doenças já erradicalizadas retornem? 
 
Dessa forma, vacinem! Sigam o que Raul Seixas diz na música: “Eu não sou besta pra tirar onda de herói.  Sou vacinado, eu sou cowboy.”. Não sejam besta ou não sigam o Besta. Não se guiem pelo negacionismo, pelas fake news que circulam pelas redes sociais. Como dizia Raul Seixas: “Eu não preciso ler jornais.  Mentir sozinho eu sou capaz. Não quero ir de encontro ao azar”. Não vão de contra o azar. Sigam a ciência! Até porque, a ciência não tem opinião, tem comprovação. Não tem lado, tem estudo. Vacinem!  É a melhor forma de não apenas se salvar, mas salva a outros. E assim mudar a história.   “Vamos entrar para história, pessoal!”

Melhoria no transporte em Leopoldina

 No último artigo que escrevi, falei sobre o reajuste da passagem de ônibus em Leopoldina, que teve um aumento de R$ 0,30, passando de R$ 2,45 para R$ 2,75.


Conforme citei, até entendo que era necessário reajustar a tarifa, tendo em vista que a mesma estava congelada por anos, sendo que nos últimos anos os preços dos combustíveis, energia, água, peças...aumentaram demais. Só espero que junto com esse aumento venham também melhorias, que a política de  governo do Pedro Augusto para o setor de transporte não se limite a apenas aumentar o valor da passagem de ônibus,  olhando só para o lado empresarial. O prefeito tem que olhar também para o lado da população.

O transporte público em Leopoldina não é bom. Deixo destacado que não estou falando mal da empresa, estou me referindo ao modelo, que é definido pelo setor público, a empresa só coloca em prática aquilo que está previsto, porém com a pandemia isso não vem acontecendo.

Segundo o proprietário da empresa, em visita a Câmara dos vereadores, no dia 12 de Abril desse ano, estão circulando apenas 3 ônibus – fiquei na dúvida se seriam 6 pois são pronuncias parecidas. Esses ônibus atendem a 11 linhas, onde cada um está fazendo 2 a 3 linhas. O que explica o longo período de espera nos pontos.

Colocar 11 ônibus para rodar, com 11 motoristas e 11 cobradores, de modo atender todas as linhas, realmente é complicado. Ainda mais em alguns horários, onde o fluxo de pessoas é pequeno. Nesse sentido, a própria empresa vem fazendo alterações no transporte, definindo quantidade de ônibus que vão circular, assim como  horários, além de pressionar o setor público por  reajustes e até mesmo rever algumas gratuidades.
 
Percebo  muita interferência do setor privado na prestação do serviço. O setor público não pode ficar refém da iniciativa privada. Pedro Augusto tem que tomar as rédeas, fazendo com que a prefeitura passe a definir como será prestado o serviço, afinal foi eleito para isso. Volto a repetir, espero que a política do prefeito Pedro Augusto não se limite a apenas aumentar o valor da passagem, até porque, isso não melhora o serviço.

Nesse sentido, tem um projeto que acho muito interessante, que é Projeto de Integração.  Algo moderno, eficiente e prático  que vem sendo implantado em várias cidades. O Projeto de Integração é um modelo que unifica todas as linhas de ônibus, interligando toda a cidade. Ao invés dos ônibus circularem de bairro x bairro, passariam circular bairro x centro.

Para facilitar o entendimento vou citar um exemplo. Hoje a linha 08  faz   Serra Verde X Pedro Brito, circulando  por 9 bairros: Serra Verde, Limoeiro, Alto Cemitério, Bandeirantes, Centro, Pinguda, Alto Ventania, Quinta, Pedro Brito.  Com a redução dos ônibus, esse ônibus que deveria voltar para o bairro Serra Verde,  costuma fazer  outra linha, por exemplo a linha 6, Pedro Brito X Nova Leopoldina, que circula por 10 bairros: Pedro Brito, Quinta Residência, Alto Ventania, Praça da Bandeira, Seminário, Centro, Bela Vista, Nova Leopoldina e  Cidade Alta . Muitas das vezes, esse ônibus já entra em outra linha e por aí vai.

Como podem ver, um mesmo ônibus faz 2 a 3 linhas. Começa numa ponta da cidade e para em outra, onde emenda em outra linha que liga a outro extremo, por fim chega a rodar de 17 a 25 bairros, onde perde-se muito tempo cortando quase toda a cidade. Fica até difícil para a população entender esse modelo, pois uma hora o ônibus que passa no bairro vai para um lugar, outra hora para outro lugar, com isso as pessoas acabam sendo obrigadas a decorar todos os horários e rotas para conseguirem andar de ônibus. Quem é de fora da cidade ou mora aqui   mas não decorou ou usa pouco o ônibus, fica perdido e vai pro ponto sem saber que horas o ônibus vai passar e para onde ele vai.

No Projeto de Integração fica mais fácil entender, afinal, os ônibus circulariam apenas do Bairro x Centro, fazendo o bate volta.  Por exemplo, o ônibus que sai do bairro Cidade Alta, passaria pelo Nova Leopoldina, Bela Vista e Rodoviária, retornando novamente para a Cidade Alta, passando pelo centro.  Rodaria por apenas 3 bairros mais o centro, até porque, boa parte das pessoas que utilizam o ônibus vão para o centro, poucos vão de um bairro a outro.

Quem vai de um bairro para outro, no Projeto de integração é até melhor, afinal, o usuário terá acesso a toda cidade pagando apenas uma passagem. O que seria até uma economia para a população, que muitas das vezes, por falta de ônibus que liga seu bairro a outro, acaba tendo que pagar duas passagens, indo para o centro ou algum ponto que passa o outro ônibus, sendo que essa pessoa acaba ficando no meio da rua, em pontos sem nenhuma estrutura, sem   banco para sentar e proteção contra sol e chuva, esperando por horas, muitas das vezes com vontade de ir no banheiro. A falta de infraestrutura é outro problema do transporte em Leopoldina.

Muitos querendo economizar, ao invés de pagar duas passagens, acabam indo a pé até um ponto que passa o outro ônibus. Um morador da Cidade Alta que queira ir para o Solar, Imperador, Tomé Nogueira, Fortaleza, Três Cruzes, Posto Puris... acaba tendo que ir a pé até o viaduto do Bela Vista para pegar o ônibus na Avenida. Os que não podem ir a pé, pagam duas passagens.

Dentro do Projeto de Integração ninguém vai precisar andar a pé para economizar, como também não vai pagar duas passagens para chegar onde quiser, tendo em vista que será criado uma plataforma com estrutura tendo:  bancos, cobertura, banheiro, internet, TV e até lojas. Temos um local muito bom para isso, o estacionamento da rodoviária. Pode acabar com ele que não vai causar tanto impacto, até porque, aquela região da rodoviária tem muitas vagas. Do Cefet a garagem do Zé Brás o que mais tem são vagas. O acesso ao antigo SESI também é repleto de vagas e temos ruas próximas com bastantes vagas.

O estacionamento da rodoviária viraria Plataforma de Integração, onde todos os ônibus passariam por lá, rodando Bairro x Rodoviária, passando pelo centro. Algo muito mais rápido e econômico até para a empresa de ônibus, tendo em vista que ao invés de 11 linhas, que temos hoje,  com 6 linhas toda a cidade é atendida. Ou seja, ao invés de 11 ônibus, como deveria ser,  com 6 ônibus a empresa consegue prestar o serviço, ou seja, metade das linhas.  Uma economia  para a empresa.

Sendo as Linhas:

Linha 1: Tome Nogueira- São Sebastião– Solar – Imperador– Rodoviária/Centro

Linha 2: Cidade Alta –Nova Leopoldina – Bela Vista – Rodoviária/Centro.

Linha 3: Serra Verde – Limoeiro – Alto Cemitério- Bandeirantes- Seminário -  Praça do Rosário  - COHAB Velha– Centro -Rodoviária 

Linha 4 : Popular – Vale do Sol – Eldorado –COHAB Nova–Mina de  Ouro-  Praça da Bandeira - Rodoviária/Centro

Linha 5: Posto Puris – Quinta – Pedro Brito –Alto Ventania- Pinguda – Rodoviária /Centro *  - Via Alto da Serra

Linha 6:   Fortaleza/Oxalá – Três Cruzes –São Cristóvão - Rodoviária/Centro. Via Bahamas
 
Como podem ver, com 6 linhas rodando você consegue ligar toda a cidade, garantindo que todos os bairros  da cidade tenham ônibus com uma frequência maior. Já que os ônibus não vão rodar de um extremo ao outro, mas sim bairro ao centro, fazendo o bate e volta, com isso, não perde muito tempo.

Não poderia deixar de falar também das desvantagens desse modelo, afinal, não existe modelo perfeito. Todos têm falhas. No caso do Projeto de Integração eu destaco o gasto com a criação da plataforma, assim como seu funcionamento, mas para mim isso não é gasto, mas sim investimento. Outra desvantagem será para alguns usuários que acostumaram ir de um bairro a outro, onde no seu bairro tem ônibus direto e que no Projeto de Integração seriam obrigados a soltar na rodoviária e embarcar em outro, as vezes tendo que esperar um pouco. Em alguns casos, esse deslocamento é um pouco maior, por exemplo, uma pessoa que está na Praça da Bandeira e que queira ir para o Vale do Sol, ela teria que ir para a Rodoviária e de lá pegar o ônibus, gastando mais tempo que se fosse direto da Praça da Bandeira para o Vale do Sol, como é atualmente.  

Analisando os prós e os contras, acho que o Projeto de Integração muito melhor que o modelo atual, tanto para a empresa quanto para usuários. Afinal, será mais econômico para ambos. Espero que a prefeitura estude o projeto com carinho.  Discuta com a empresa de ônibus a possibilidade de isso ser implantado, debata com os vereadores, faça audiências públicas, referendo, consulta pública, enquete...

Cabe ao prefeito Pedro Augusto movimentar, não ficar parado, dormindo no ponto. Do contrário, vai passar o tempo  e o que ele terá para oferecer para a população será outro aumento na passagem.





Se vira nos 30!

 Recentemente, o prefeito Pedro Augusto editou o decreto n° 4.860/2021, que definiu novo valor da passagem  de ônibus no perímetro urbano, passando de R$ 2,45 para R$ 2,75. A passagem aumentou R$ 0,30, um reajuste de 12,24%.


O prefeito teve que se virar nos 30 para evitar o “apagão” no transporte público, conforme vinha anunciando o proprietário da Viação Leopoldinense, empresa que presta serviço de transporte coletivo urbano.  Em visita à Câmara dos vereadores no dia 12 de  Abril desse ano, atendendo o Requerimento de ° 16/2021, de  autoria do vereador Rogério Suíno, o proprietário falou das dificuldades que sua empresa vinha passando.

A começar pelo preço do combustível que subiu absurdamente. Isso vem ocorrendo desde a saída de Dilma/PT, onde no governo Temer foi mudada a política de  preços da Petrobrás,  onde quem define o preço não é mais o governo mas sim a Petrobrás,  baseando-se no Preço de Paridade  Internacional (PPI), onde o preço dos combustíveis são reajustados conforme a cotação de barril de petróleo,  que varia muito e com isso vira e mexe o combustível sobe.  Tal política de preço continua sendo aplicada no governo Bolsonaro, o que explica a gasolina acima de R$ 6,00. 

Além do alto custo com combustível, tem também o aumento dos gastos com a manutenção, principalmente compra de peças, as quais muitas são importadas ou para a fabricação delas precisa de material que vem de fora do país. Com o dólar acima de R$ 5,00 a manutenção encareceu muito.

Destaco também gasto com água e energia, principalmente energia, que está caríssima e esse ano vai aumentar mais ainda, tendo em vista que vamos enfrentar uma das maiores secas da nossa história. Teremos um longo período de bandeira vermelha, com risco de retorno dos apagões, falam até em racionamento de energia.

Não poderia deixar de fora os gastos com funcionários, que todo ano tem aumento nos salários, aumentando os gastos da empresa.

Como podem ver, os gastos da empresa de ônibus subiram muito nos últimos anos. Por sua vez, a tarifa ficou congelada.  Com isso, a empresa estava deixando de ser lucrativa. Não só por causa do aumento dos gastos, mas também pela queda do número de pessoas que utilizam ônibus. Causada pelo desemprego. Vale lembrar que só a APA demitiu 400 pessoas no começo da pandemia (Abril/2020), fora outras empresas que também demitiram e até mesmo fecharam.

Não só quem perdeu emprego deixou de usar ônibus, muitos que estão empregados também deixaram de usar, principalmente por questão sanitária, evitando ficar em local fechado e que tenha aglomerações. Muitos passaram ir para o trabalho a pé ou de bicicleta, até como forma de economizar, já que os preços dos alimentos subiram muito, a carne então nem se fala. Os carrinhos de compras, assim como os ônibus, estão cada vez mais vazios.  
 
Para piorar, a concorrência aumentou muito. Além dos taxistas e mototaxistas que já disputavam usuários, agora têm os motoristas de aplicativos.  E como tem motoristas de aplicativos em Leopoldina! Fruto do desemprego. São tantos que chegam a trabalhar fora do aplicativo, oferecendo o serviço nos estacionamentos dos mercados e até ponto de ônibus. Fora os motoristas clandestinos.

O setor de transporte vive uma das suas maiores crises. Se nada fosse feito teríamos o “apagão”, conforme vinha anunciando o dono da empresa, que chegou anunciar que  os ônibus não iriam circular mais nos domingos e feriados. Ligando o alerta vermelho da prefeitura.
 
Tal medida não foi adiante, tendo em vista ser totalmente ilegal, já que a empresa de ônibus tem um contrato vigente  e deve respeitá-lo. Com lucro ou prejuízo tem que rodar. Porém, trabalhadores não são obrigados a trabalharem sem receber e foi o que aconteceu, tivemos uma quase “greve”, uma paralisação do serviço devido falta de pagamento dos funcionários, mas que logo foi resolvida e o serviço restabelecido.

Dentro desse cenário, o prefeito Pedro Augusto tinha que fazer algo para evitar que novas paralisações ocorressem. Tinha algumas soluções, como multar a empresa caso o serviço deixasse de ser realizado o serviço, o que poderia aumentar o problema, afinal, se já está ruim para a empresa circular sem multa, imagina com multa.

Além da multa, caso o serviço não fosse prestado a prefeitura poderia passar a concessão para outra empresa. Algo mais complicado ainda, já que dificilmente encontraria alguém para investir nesse momento. Conforme falei anteriormente, todas as empresas de transporte estão passando aperto. Muitas não estão conseguindo honrar com as concessões que têm, imagina assumir o serviço em outra cidade, onde teria que investir  e o momento não está nada favorável.

Uma alternativa seria a própria prefeitura assumir o serviço, como sugere o Movimento Passe Livre. Porém, o investimento é muito alto: galpão, ônibus, manutenção, funcionários, água, luz, combustíveis. Se para a empresa privada cobrando tarifa já está ruim, imagina para a prefeitura que faria o serviço de graça. A ideia do passe livre é interessante, mas muito difícil de ser aplicada, pois exige um alto investimento e isso faria com que a prefeitura tivesse que tirar recursos de outras áreas mais importantes. Talvez se criasse uma autarquia seria uma boa solução, cobrando tarifa mais em conta, porém, o investimento para criar essa autarquia é muito alto e é bom lembrar que estamos em período de recessão.

A última alternativa que a prefeitura tinha era reajustar a passagem de ônibus. Essa sempre foi a alternativa mais fácil: apertou, aumenta imposto. O liberal Pedro está vendo como funciona o sistema.  Joga a responsabilidade para o povo. Foi o que o prefeito fez. O grande problema é esse aumento foi muito alto: 12.24%. Será que não poderia ser menos?  
 
Esse aumento veio em um momento ruim para a população, que vive uma das maiores crises econômica da história. Com desemprego recorde, com tudo encarecendo, com o retorno da fome.  Tal reajuste vai afetar a economia local, tendo em vista que aumentará gastos de várias empresas, afinal, elas fornecem aos seus  empregados o vale  transporte.
 
Teremos menos dinheiro circulando na cidade. Muitos vão ter que rever seus gastos, de modo absorver mais essa despesa. O jeito é se virar nos 30.




100 mortes de covid-19 em Leopoldina!

 Chegamos à triste marca de 100 mortes por covid-19 em Leopoldina. A nível de Brasil, mais de 450 mil mortes. Isso representa toda a população de Leopoldina, Cataguases, Muriaé, Miraí, Além Paraíba, Ubá, Argirita, Santo Antônio do Aventureiro, Laranjal, Recreio, Palma, Volta Grande, Estrela Dalva e Pirapetinga juntas.


Algumas dessas pessoas que morreram eram pessoas que conheci: familiares, amigos, vizinhos... Duas mortes me abalaram muito. A do Gleidson, amigo de infância do RJ, um pouco mais novo que eu e que recentemente foi pai; e do Joselito, carteiro dos Correios de Cataguases. Dois grandes amigos.

Acredito que o leitor também perdeu alguém próximo.  Aproveito para me solidarizar com todos aqueles que perderam um ente querido.

Focando em Leopoldina, é muito triste saber que chegamos a marca de três dígitos:  100 mortos. Mais triste ainda é saber que outras pessoas possam vir a morrer. Nesse momento em que chegamos a 100 mortes, temos 403 pessoas contaminadas em isolamento domiciliar, porque não temos leitos no hospital. Ou seja, qualquer uma delas que precisar ser internada não será possível. Logo, podem morrer sem atendimento. Sem contar que o número de novos infectados aumenta a cada dia.

Olha a gravidade do momento. Mais do que nunca precisamos redobrar os cuidados. Aproveito para reforçar as campanhas de proteção. As pessoas precisam entender que todos estão correndo risco. Inclusive, quem já foi contaminado, afinal pode ser reinfectado.  Até mesmo quem já tomou as duas doses da vacina, já que a vacina não impede a pessoa de ser contaminada.

A respeito da vacina, deixo destacado que todos devem se vacinar. Apesar de não garantir 100% de eficácia, como acontece com todas outras vacinas, ela tem alto índice de eficiência.  Realmente não impede da pessoa ser contaminada, daí a importância de manter os cuidados mesmo depois de vacinado. Por outro lado, a vacina faz com que a pessoa contaminada não tenha sintomas ou se tiver sejam leves, já que criam anticorpos que ajudam no tratamento e ainda dificultam a transmissão do vírus tendo em vista que reduz a carga viral.

Se você tem o vírus e tosse e espirra muito, você ajuda na transmissão dele,  mas se você tem o vírus e não tosse e espirra, você quase que não transmite o vírus. Logo, a vacina além de ajudar no tratamento, ajuda também no combate ao coronavírus.

Para uma eficácia ainda maior, mesmo vacinado continue usando máscara. Assim você não será contaminado.

Devemos tomar cuidado pois o vírus está por aí e quando menos a gente espera podemos ter contato com ele. E acontece assim do nada. Dias atrás eu estava indo para o trabalho, usando máscara como sempre, quando  uma pessoa  sem máscara, vindo na minha direção espirrou bem na minha frente, estando muito próxima de mim.

Mesmo eu usando máscara fiquei exposto, já que  parte do meu corpo, como os olhos, que são porta de entrada do vírus, ficam desprotegidos.

Para minha sorte não tive nada. Talvez a pessoa que espirrou não estava contaminada e espirrou normalmente. Ou talvez a pessoa estava contaminada, mas o espirro não me contaminou ou se contaminou não tive sintomas devido ser   assintomático. Não dá para saber se a pessoa estava contaminada, se me contaminou, mas uma coisa eu sei, se essa pessoa também tivesse usando máscara eu não correria risco.

Por isso todos devem usar máscara. A máscara não protege só quem está usando, mas principalmente outras pessoas que estão próximas. Já que impede que uma pessoa contaminada, às vezes sem saber que está, ao tossir, espirrar e   até mesmo ao falar, não libere gotículas as quais contém o vírus, já que a máscara as retém.

Logo, quando a pessoa se protege, protege também o próximo. Como acontece com a dengue. Se eu limpo meu quintal e meu vizinho não, o mosquito vai se reproduzir no quintal do vizinho e vai contaminar ele, eu e outros vizinhos. Daí a importância de todos contribuírem.
 
Como dizia  Raul Seixas: “Nunca se vence uma guerra lutando sozinho”.   É bom destacar que estamos em guerra. As pessoas precisam entender isso. E não basta apenas usar máscara. Máscara é o mínimo que podemos fazer.  Tem que evitar também aglomerações; não utilizar as mesmas coisas que outras pessoas: copos, canudos, garrafas, cigarros, talheres, alimentos ...;   sempre que puder  lavar as mãos; higienizar  tudo que entra dentro de casa ou  aquilo que compartilham com outras pessoas na rua, daí a importância de sempre andar com o álcool em gel; além de tomar a vacina.

Seguindo tudo isso a gente consegue impedir que mais pessoas sejam contaminadas, e automaticamente venham a morrer.  Parando nessas 100 mortes em Leopoldina, o que já é um número alto. Daqui para a frente, nenhuma a vida a menos. Só depende de nós. Basta lembrar:  100 aglomeração e  não fique 100 máscara.  Muito menos 100 vacinar.



Municipalização do ensino!?

 Um dos debates do momento em Leopoldina é a questão da municipalização ensino. Mas o que significa isso? 

Muita gente vem me questionando, pedindo explicação, então resolvi fazer um texto a respeito.

Esse debate surgiu após o governador Zema apresentar o projeto “Mãos Dadas”, que tem como objetivo transferir para as prefeituras o ensino fundamental anos iniciais (1° ao 5° ano) ofertado pelas escolas estaduais. Daí o termo municipalização:  passar do estado para o município.

O que Zema vem tentando fazer através do projeto “Mãos Dadas” faz parte da política do Estado Mínimo, onde o governador quer reduzir o tamanho do Estado, sendo que quer fazendo isso na educação, deixando de  fornecer o ensino fundamental dos anos iniciais via Estado e tentando passar para as prefeituras.

Eu chamo isso de privaestatização. Esse termo acho que nem existe, pelo menos desconheço, mas   define bem a política liberal que Zema tenta implantar na educação em Minas. O governador quer privatizar a educação.  Como ele não pode transferir todo o ensino para a iniciativa privada, já que está previsto na Constituição que a educação é um dever do estado, Zema    resolveu então privatizar para as prefeituras. As quais por sua vez iriam estatizar.  Daí o termo privaestatização.

Querer passar o ensino do Estado para as prefeituras é algo sem lógica. Afinal, o Estado é muito mais rico do que as prefeituras. Transferir essa responsabilidade para as prefeituras, ente mais pobre da república, é de uma insensatez. Ainda mais nesse momento de crise econômica. Tem lógica o Estado  economizar deixando de fornecer  educação e as prefeituras aumentarem  despesas tendo que fornecer?
 
Aí alguém vai dizer: mas as prefeituras vão receber verba do FUNDEB. Sim! Porém, é bom destacar que só esse recurso do FUNDEB não consegue manter as escolas funcionando. Quem é pai ou mãe de aluno de escola pública sabe como funciona. Sempre tem rifa, festa, cantina ou campanha para arrecadar dinheiro para ajudar e escola. Mesmo com dinheiro federal, estadual, municipal e da sociedade civil a educação não está do jeito que desejamos. Imagina se o Estado deixar de participar o que vai acontecer?
 
Ainda falando do FUNDEB, é bom lembrar que o repasse dele é de acordo com o número de alunos  matriculados no ano anterior. Ou seja, o valor que as prefeituras vão receber em 2021 é referente a quantidade de alunos matriculados em 2020. Passando o ensino fundamental anos iniciais do estado para as prefeituras, elas não receberão  por esses novos alunos esse ano.  

Conclusão, as prefeituras terão mais alunos sem receber por eles. O dinheiro do FUNDEB desses alunos vai para o Estado. Ou seja, durante todo 2021 o Estado vai ganhar dinheiro sem ter os alunos, enquanto as prefeitura vão ter os alunos sem ganhar o  dinheiro.Isso só será corrigido a partir de 2022.

O Estado diz que repassará o dinheiro e que ajudará na transição. Mas você trocaria o certo pelo duvidoso? Qual prefeito vai querer assumir o ensino sem a certeza do recurso e mesmo que ele venha o prefeito sabe que não será suficiente

Falando nos alunos, um dos debates da educação é a quantidade de alunos numa mesma sala de aula. Quem estudou em sala de aula lotada sabe como é difícil aprender. É preciso reduzir o número de alunos por sala.

Transferindo os alunos das escolas estaduais para as municipais o que você acha que vai acontecer?  A tendência é a quantidade de alunos por sala de aula aumentar. Isso em plena pandemia, onde o debate também é criar um ambiente com menos pessoas nas salas de aula.  Afinal, a pressão para retorno das aulas está aumentando e mais cedo ou mais tarde as aulas presenciais voltarão. A gente espera que com todos vacinados.  As escolas devem se preparar para isso.   Vão precisar rever toda sua estruturam implantando o distanciamento. Como as escolas municipais vão fazer isso tendo que atender um público maior?

Outro debate que deve ser feito, o que acontecerá nos locais que não têm escolas municipais? É o caso dos distritos rurais. Os alunos terão que   estudar na cidade? Pode continuar estudando nas escolas estaduais, para isso o Estado emprestaria algumas salas de aulas. Dessa forma, escola será   municipal e estadual ao mesmo tempo. Tendo que ter diretores, supervisores, pedagogos, professores... uma equipe administrativa do Estado e outra do município, sendo que continuando do Estado basta uma equipe. Por que mexer nisso?
 
Falando nos servidores, o que acontecerão  com eles? Os concursados, a gente sabe que não podem mexer, mas são poucos. Afinal, em Minas prevalece a política liberal que insiste em não realizar concurso público e quando faz efetiva um ou outro.   A grande maioria dos professores e profissionais da educação são contratados. Passando o ensino fundamental anos iniciais do Estado para as prefeituras vários trabalhadores contratados podem ter seus contratos de trabalho encerrados. Ou seja, vários podem ficar desempregados.  Isso em plena pandemia, onde o desemprego já está alto. Os que conseguirem manter seus empregos terão que fazer contrato com as prefeituras, as quais pagam menos. Com isso, circulará menos dinheiro na cidade.

O que Zema quer fazer com o projeto “Mãos Dadas” é dá uma de Pilatos e lavar as mãos. Tirar sua  responsabilidade e transferir  para outros.

Em Leopoldina o projeto não foi bem aceito pelos profissionais da educação, os quais saíram às ruas alertando a população dos prejuízos que tal projeto causaria a cidade. A mobilização surtiu efeito e o prefeito Pedro Augusto manifestou publicamente que Leopoldina não vai aderir ao projeto. Leopoldina disse: Não a municipalização!





Robertão presente!

 Robertão presente! Robertão presente! Robertão presente! .


Leopoldina amanheceu mais triste. O policial militar, Carlos Roberto Evangelista Vargas, popular Robertão, morreu aos 55 anos, vítima de Covid-19.

Assim que fiquei sabendo da morte de Robertão, lembrei da matéria do jornal O Globo que li recentemente, a qual enviei para minha irmã que é policial no RJ. A matéria   mostrava que o número de policiais mortos por Covid-19 em 2020 foi   mais que o dobro dos que foram assassinatos nas ruas. De acordo com o jornal, 465 policiais morreram de Covid-19 no Brasil, enquanto 198 policiais morreram assassinados em serviço ou de folga.

Em Leopoldina, cidade pacata, temos poucos casos de violência, sendo que nenhum contra policiais. O maior risco dos policiais daqui, assim como da população   é o covid-19. O qual matou o policial mais famoso da cidade.

Robertão era uma pessoa folclórica. Virou até meme nas redes sociais. Tendo em vista seu profissionalismo. Policial que fazia valer a lei. Com ele não tinha desenrolo. Está errado, que pague pelo seu erro. Era assim com todos: pobre, rico, homem, mulher, preto, branco. Principalmente com quem ousava não respeitar as leis de trânsito.

Ficou famoso na cidade por cobrar dos motoristas cumprimento da lei. Parou no lugar errado era multa na certa. Se não estivesse por perto para retirar o veículo, ele chamava o reboque. Caso resolvido.  Quem recebia a multa e tinha o veículo rebocado é lógico que ficava pê de vida, mas por fim acabava entendendo. Afinal, está errado e dificilmente errava de novo. Se errasse  sabia que lá estaria Robertão.

Assim Robertão ia educando o povo. Ao ponto das pessoas passarem a gostar dele. Já que se sentiam mais seguras. Sabiam que com Robertão por perto a cidade estava protegida. O trânsito fluía. O deficiente e idoso sabiam   que sua vaga não estaria sendo usada porque não é. Se alguém estivesse na vaga, Robertão tirava na hora.

Trabalho nos Correios e uso muito as vagas do carga e descarga. Nos plantões do Robertão eu sempre achava vaga. O trabalho dele tornava o meu trabalho mais fácil. 
 
Infelizmente, Robertão nos deixou. Presto minha solidariedade a família e aos colegas. Sua morte, assim como de vários outros em Leopoldina, no Brasil e no mundo, mostra o quanto o covid-19 é perigoso. Não podemos bobear. Temos que redobrar os cuidados. De modo não perder mais ninguém.

Aproveito para cobrar do governo Pedro Augusto mais combate ao covid-19.  Da mesma forma que vem fazendo com a dengue. Aproveito para parabenizar o secretário de saúde Márcio pelo belo trabalho no combate a dengue.

Com carro de fumacê passando nas ruas várias vezes ao dia. Além do carro conscientizando as pessoas. Destaco também a limpeza  da cidade e parabenizo novamente  o secretário  Totonho Felix. Mostrando que de fato: estamos em guerra contra a dengue.

Por que não também entrar em guerra contra o covid-19? Acho que o setor público precisa agir da mesma forma. Afinal, o covid-19 mata muito mais que a dengue.  Por que não carro circulando pela cidade pedindo uso das máscaras, limpeza e distanciamento social? Por que não o retorno dos carros pipas com produtos limpando as ruas?

Até mesmo o retorno das barreiras sanitárias? Além de várias outras medidas e sugestões que os vereadores apresentaram para o executivo.
   
Não podemos perder mais ninguém. Para isso, precisamos levar a sério o combate ao covid-19. Cada um fazer sua parte.




O retorno da fome!

 Recentemente, a Câmara dos vereadores aprovou o projeto de Lei 21/2021, de autoria do prefeito Pedro Augusto, o qual pediu autorização para  abertura de crédito no orçamento no valor de R$ 200 mil para compra de cestas básicas, as quais serão doadas as famílias que necessitam.


Quando vejo Pedro Augusto, um liberal, defensor do Menos Estado, que durante a campanha repetiu várias vezes a frase do ex-presidente americano  Ronald Reagan,   “o melhor programa social é o emprego”, enviar  para análise dos vereadores um projeto de lei  para doar alimentos para a população, uma política de Mais Estado, populista,  é sinal de que as coisas não estão boas.  

Realmente as coisas não estão boas. Estamos tendo de volta o retorno da fome no Brasil. Em Leopoldina não é diferente. Várias pessoas começam a depender de ajuda, principalmente, do Estado. O que explica o projeto de lei enviado por Pedro  Augusto.
 
Acredito que esse foi o primeiro de muitos que o prefeito Pedro Augusto terá que enviar para a Câmara dos vereadores. Cada vez mais as pessoas vão precisar de doação de alimentos.  O que  me faz lembrar de uma fala do deputado federal  Reginaldo Lopes (PT),  que apoiou a campanha do candidato petista Vanderlei Pequeno, a  prefeito de  Cataguases,   e na época o alertou dizendo:  caso ganhe,  espreme  todo o orçamento do município e transforma  em comida, porque a partir do segundo semestre de 2021 a fome vai bater com força nesse país.

Reginaldo Lopes não é nenhum profeta. Até porque, não precisa ser profeta para adivinhar esse tipo de coisa. Basta analisar os números. De acordo com as pesquisas, a insegurança alimentar atingiu 27% da população no ano passado. O que representa 58 milhões de pessoas. Para esse ano, as pesquisas mostram que esse número vai aumentar.

Para vocês terem ideia do grau de gravidade, em 2004, quando Lula criou o Bolsa Família, a insegurança alimentar atingia 16% da população. Com a criação do Bolsa Família e de outros benefícios sociais, assim como o PAC, que transformou o Brasil num canteiro de obras, inclusive sediando Copa do Mundo e Olimpíadas, fez até obras em outros países, o Brasil viveu um período onde a fome quase que sumiu. Tanto que nesse período a ONU retirou o Brasil do Mapa da Fome mundial.

Falando em obras, aproveito para abrir um parêntese e falar dos excessos cometidos pela Operação Lava-jato, que, deixo claro, teve seu papel importante no combate a corrupção, porém, causou também problemas econômicos, ao paralisar obras e atacar empresas, o que gerou muito desemprego. O Brasil que vivia o pleno emprego, onde a frase que Pedro Augusto tanto gosta, “o melhor programa social é o emprego”, fazia sentido, inclusive, com a menor taxa de desemprego da história do país, se transformou num caos.  
 
Veio a crise econômica mundial (2008), a qual a princípio foi uma marolinha, mas que somada a crise política brasileira e a corrupção, sim teve corrupção, na verdade,  está tendo nos dias de hoje também -   virou um tsunami. Principalmente, depois das eleições de 2014, onde muitos não aceitaram o resultado das urnas e começaram agir de modo revertê-lo. Dando início na política do “quanto pior melhor”. 

O impeachment de Dilma não resolveu os problemas do Brasil. Pelo contrário, só agravou. Tendo em vista a agenda liberal que veio a seguir, como as reformas trabalhistas que tiraram direitos e reduziram salários dos trabalhadores, a reforma da previdência que dificultou a aposentadoria, além da PEC do Teto dos Gastos, que limitou investimento via Estado, pioraram a situação.  

Com menos dinheiro circulando, devido a agenda liberal, o resultado não poderia ser diferente: aumento do desemprego. Automaticamente, aumento da fome.  Veio a pandemia e agravou o que já era grave.

Esse cenário, que não é bom, tende a piorar. O que traz o retorno da fome no Brasil. Mais do que nunca as pessoas vão precisar de ajuda. Principalmente do Estado, através do Auxílio Emergencial, o qual deve voltar ao seu valor inicial R$ 600, sendo pago enquanto durar a pandemia. Assim como do Bolsa Família, o qual deve ser ampliado e reajustado. Vamos precisar também da ajuda do governo do Estado, que deve também lançar o auxílio-emergencial estadual, como vêm fazendo outros estados. Assim como das prefeituras, como fez Pedro Augusto doando cestas básicas, o qual deveria fazer mais vezes durante ao ano.

Além das ajudas de várias outras instituições. Aproveito para parabenizar a APA Confecções, que recentemente doou para todos os ex-funcionários, demitidos no ano passado, uma quantia em dinheiro. Parabenizo também o PT de Leopoldina pela campanha PT Solidário, o qual está recolhendo alimentos e distribuindo cestas básicas.
 
Precisamos criar uma rede solidária forte para enfrentar o que está por vir. Vamos viver um dos piores momentos da nossa história. Volto a repetir, com o retorno da fome.  Mais do que nunca precisaremos ser solidários. 




100 dias de governo Pedro Augusto!

 O governo Pedro Augusto completou na data de ontem 100 dias. Difícil fazer uma avaliação desse começo de mandato, tendo em vista o fator pandemia. Várias áreas do seu governo estão tendo dificuldades em funcionar, como:  educação, economia,  cultura, esporte, lazer, turismo...devido ao  isolamento social.  


Apesar de todas as dificuldades, muitos dos seus secretários, assim como servidores, vêm trabalhando muito, visando criar alternativas inovadoras para conseguir fazer algo.  Falo isso por experiência própria, tendo em vista que faço parte do conselho de cultura e vejo quanto o secretário Victor Guilherme e o superintendente Saron estão trabalhando. O conselho de cultura está ativo, estamos sempre nos reunindo, claro, de forma virtual. Inclusive, na próxima quinta-feira teremos o encontro do mês de Abril, onde iremos discutir propostas para o mês. Lembrando que dia 27 de Abril é o mês do aniversário do Município de Leopoldina. O desafio é apresentar propostas para que possamos comemorar essa importante data, claro,  respeitando as regras que combatem o covid-19.
 
Dos 22 compromissos de campanha assinado em cartório, 7 deles são justamente dessas áreas mais afetadas pela pandemia. Sendo que 4 compromissos foram  impossíveis de serem colocados em prática nesses 100 primeiros dias.  Como o compromisso de número 5º,que prevê  “extensão do horário de funcionamento das creches”; vale destacar que devido a pandemia não está tendo aulas presenciais. O mesmo vale para os  compromissos de número   12°: “criação de competições esportivas de diferentes mobilidades, nos âmbitos municipal e regional”;  o de número   13°: “criação do calendário anual de eventos turísticos e culturais na cidade e nos distritos”; e o de número 20º:  “incentivo às exposições agropecuárias da cidade e concursos leiteiros nos distritos”, onde tudo que gera  aglomerações está proibido.

Esses compromissos, a gente entende o não cumprimento nesse momento. Porém, o governo poderia ter avançado no compromisso de número 11º: manutenção e construção de área de lazer e prática esportiva em todos os bairros e distritos que possuem áreas públicas”; afinal de contas, como não está tendo gastos com eventos,   o governo poderia utilizar as verbas dessas pastas  e investir em infraestrutura. Infelizmente, nesses 100 primeiros dias nada disso foi feito. O secretário Victor Guilherme até vistoriou algumas unidades, porém, como o prefeito demorou  para nomear alguém para a  secretaria de Obras, fato que só aconteceu no dia 12 de Março, ou seja, 70 dias depois de assumir o mandato, tudo que é referente a obra ficou paralisado nesse início de governo.  Um dos erros de Pedro Augusto nesses 100 primeiros dias.

Alguns compromissos foram iniciados, como o de número 3º: “Informatização de 100% das unidades escolares”. Esse vem sendo colocado em prática não necessariamente por mérito  governo, mas por causa da pandemia. Afinal de contas, como não está tendo aulas presenciais, o ensino vem sendo feito a distância.  O qual exige a informatização das escolas.   Venho acompanhando as aulas dos meus filhos e percebi o quanto evoluímos nessa parte. Venho gostando muito do trabalho que vem sendo feito.  Aproveito para parabenizar a secretária Lúcia Horta e toda sua equipe.

Ainda dentro da educação, tenho dúvidas se o compromisso de número 7º: “melhoria da merenda escolar com a aquisição de alimentos dos produtores rurais de Leopoldina”  vem sendo aplicado. Vale destacar que apesar de não está tendo aulas, estão utilizando o dinheiro da merenda escolar para comprar de alimentos que estão sendo doados para as famílias dos alunos carentes. Será que estão comprando produtos  dos produtores rurais de Leopoldina? 

Por falar na compra de alimentos, recentemente o prefeito conseguiu aprovar o projeto de número 21/2021, o qual autoriza abertura de crédito no orçamento no valor de R$ 200 mil para compra de cestas básicas, as quais serão doadas pela prefeitura. Será que os alimentos que vão compor essas cestas terão produtos dos  produtores rurais?

Falando na zona rural, nesses 100 dias de  governo  o governo  vem dando bastante atenção aos distritos. Inclusive vem cumprindo o compromisso de número 18º: “manutenção permanente das estradas rurais”. Nesses primeiros 100 dias várias estradas receberam manutenção. É bom destacar que o governo também vem dando sorte, tendo em vista que nesses primeiros meses do ano é período das chuvas, porém não vem chovendo. Quando chove é aquela chuvinha fraca. Com isso não afeta tanto as estradas.
 
Ainda falando das estradas rurais, o compromisso de número 19º: “substituição das pontes de madeiras por pontes de concreto ou tubulões”, passou longe de ser cumprido.  Pelo contrário, o governo inclusive até comprou madeiras.   Está cedo para cobrar dele a troca definitiva das pontes.  Mas temos que parabenizar o governo pelas reformas e trocas de várias pontes.

Alguns compromissos vendo sendo cumpridos na íntegra. Como o de número 1º:  “Doação de salário”. Em fevereiro Pedro Augusto doou o salário para a Sociedade São Vicente de Paulo, em Março para Creche Anita Borela e Abril para a Associação das Pioneiras de Leopoldina (APIL). Com certo exagero midiático, com direito a “checão” e vídeos promocionais.  

Destaque também para o cumprimento do compromisso de número 17º: “Implantação da “operação cidade limpa” com varrição, caiação e recolhimento de entulhos”. A área de Serviços Urbanos é com certeza a área mais elogiada do governo Pedro Augusto. Aproveito para parabenizar o secretário Totonho Fêlix pelo brilhante trabalho. Com equipes espalhadas por toda a cidade. Sou carteiro e nas caminhadas pela cidade sempre me deparo com alguém do serviço de limpeza. A coleta de lixo também está muito boa. Assim como o “bota-fora”. As ruas estão muito mais limpas.

Outros compromissos de campanhas ainda não foram possíveis de serem colocados em prática nesses 100 primeiros dias. Devido ao prazo. Como o de número 2º: “Plano de saúde para os servidores municipais”; e o de número 15º: “Valorização dos servidores municipais com plano de metas e produtividade”, tendo em vista que ainda não chegou o período da data base dos servidores. O mesmo vale para o compromisso de número 16º: “Padronização de árvores e paisagismo nas praças, jardins e entradas da cidade”, tendo em vista que o período das podas de árvores começa em maio.

Outros compromissos também exigem um tempo maior para serem implantados. Como o de número   8º: “Viabilizar a implantação de indústria de alimentos e de um polo de floricultura”; número  9º: “viabilizar através de parcerias público-privadas, a implantação de um complexo de inovação tecnológica”; número 10º: “Reativar o Centro Social Urbano”, número 14º: “Construção do jardim botânico”; número 21º: “ Troca da iluminação pública por lâmpadas de Led”; e número 22º:  “Fomentar o programa de regularização fundiária”.

No tocante a administração, o prefeito cumpriu o compromisso de número 4º:  “Redução de secretarias municipais e indicação de pessoas técnicas para a equipe de governo”. Teve problema no começo do mandato com a nomeação da esposa do vereador Suíno, o qual voltou atrás e a demitiu. Por falar em Suíno, vem sendo o maior opositor do governo na Câmara. Conseguindo tirar Pedro Augusto do sério, como aquela trágica visita que fez a Câmara. Ainda dentro da administração, recentemente teve a primeira mudança do governo, troca na Procuradoria do Município.

Em relação à economia, muito pouco foi feito nesses 100 dias. Coube ao governo pegar carona na  inauguração da Casa & Vídeo, no funcionamento da Usina Fotovoltaica Aurora (Energisa) e no avanço das obras  do Supermercado Mart Minas e da nova fábrica da Sol e Neve, porém, sem nenhuma ligação com seu governo,  sendo iniciadas no final do governo do Zé Roberto.

Ainda falando de economia, como Pedro Augusto é liberal, vem fazendo poucas restrições ao comércio. Mesmo no período da Onda Roxa, imposta pelo governador Zema, quase tudo está funcionando normalmente. Tem apoio dos vereadores, inclusive, essa semana foram aprovados os projetos de número projetos 11/2021, de autoria do vereador Bernardo Guedes, e de 22/2021, de autoria do vereador Carlos André, que reconhecem como atividades essenciais academias de ginásticas  e estabelecimentos de estéticas. 
 
Em relação à saúde, é a área que mais vem trabalhando nesse começo de governo, tendo em vista a pandemia. Teve um desgaste no começo do mandato com a troca de alguns médicos do PSF, em especial o da Quinta Residência, mas foi resolvido rapidamente.
 
Vem enfrentando também problemas com demandas da Casa de Caridade, a qual atende muitas cidades da região e com isso exige mais recursos, o que vai de encontro com o compromisso de número  3º: “o aumento do repasse a Casa de Caridade”, o qual também está sendo cumprido devido a pandemia.

Falando em pandemia, Leopoldina vem se destacando na questão das vacinações, tendo em vista que a Regional de Saúde e o Cisum terem sede em Leopoldina e com isso a cidade acaba sendo favorecida.  Por outro lado, atitudes do prefeito Pedro Augusto não contribuem em nada com o combate ao covid. Inclusive, o próprio prefeito teve covid, tendo em vista que foi para Brasília, no encontro dos prefeitos, onde fotos mostram ele sem máscara no meio de aglomerações. Dias atrás, foi na inauguração da Casa & Vídeo, a qual também gerou aglomerações na cidade. A própria foto comemorando os 100 primeiros dias mostra o prefeito 100  máscara. No começo do ano, a primeira dama fez campanha para retorno das aulas presencias. Além de várias outras atitudes que vão contra o combate ao covid-19. Sua gestão vem deixando a desejar no tocante combate a pandemia. O que explica o aumento do número de casos e mortes na cidade.
 
Foram assim os 100 primeiros dias do governo Pedro Augusto. Com acertos e erros. 100 muito o que apresentar, mas 100 perder a esperança.