sábado, 28 de março de 2015

Vozes das ruas!

Vozes das ruas!

Paulo Lucio – Carteirinho

O mês de março de 2015 entrou para a história do Brasil. Tivemos as maiores manifestações desde as Diretas Já. Sendo duas manifestações: uma em pró-governo outra contra o governo.

A manifestação em defesa do governo e da democracia foi realizada no dia 13, sendo organizada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), UNE (União Nacional dos Estudantes), MST (Movimento dos Sem Terras), a Via Campesina, contando com apoio de partidos da base do governo, em especial PT e o PCdoB.

A manifestação contra o governo foi organizada pelo MBL (Movimento Brasil Livre), Vem pra Rua, Revoltados On-line, SOS Forças Armadas, contando com apoio de partidos da oposição, em especial o PSDB e o DEM. Ambas manifestações com bastantes participações.
Milhares de pessoas foram as ruas. Alguns falam em milhões. Deixando de lado os números e a disputa para ver quem levou mais ou quem levou menos, foco nas vozes das ruas. Quais foram as vozes das ruas?

A manifestação pró-governo defendia: fim da corrupção, defesa da Petrobras e dos Direitos Trabalhistas, Reforma Agrária e Politica, manutenção da democracia. A manifestação contra o governo defendia: fim da corrupção, privatização, impeachment da Dilma e intervenção militar.

Na questão da corrupção ambas as manifestações defendiam o fim da corrupção. Porém, a manifestação do dia 13 apresentou como proposta a Reforma Política. Já a manifestação do dia 15, além de não apresentar propostas, posicionaram contra a reforma politica apresentada pelos outros manifestantes. Fato que também ocorreu na questão da reforma agrária.

Em relação a Petrobrás, enquanto os manifestantes pró-governo defendiam continuidade de manter a empresa como pública, do outro lado cartazes pedindo a privatização da empresa. O velho discurso liberal que pretende entregar tudo para a inciativa privada, com a falsa ilusão de combate a corrupção. Como se na inciativa privada a corrupçao fosse menor. Mas como explicar o Suiçalão, o escândalo envolvendo o banco HSBC, um banco privado? E os escândalos envolvendo a Vale, que foi privatizada e o vira e mexe tem casos de corrupção? Até mesmo no caso do Petrolão, os os principais envolvidos são justamente donos de empreiteiras, que criaram um clube entre eles, funcionando como um cartel visando conseguir contratos.

Quem acha que a corrupção está somente no no setor público está muito engado. Ela é muito mais privada do que pública. É muito mais empresarial do que politica. A diferença é que quando acontece no setor público ganha as mídia, já quando é no setor privado ninguém comenta.

Voltando as manifestações, no caso do impeachment, os manifestantes contra o governo em momento algum apresentaram motivos concretos para tal ato. Vale destacar que vários juristas , intelectuais e importantes lideranças políticas manifestaram contra o impeachment, pelo fato de não ter efeito legal. Não passa de mais uma tentativa de golpe.

Por fim, destaco a democracia. Enquanto a manifestação do dia 13 defenderam a manutenção da democracia, os manifestantes do dia 15 pediam intervenção militar. O pedido de intervenção militar é uma tentativa desesperada de golpe por parte daqueles que não aceitam a derrota e querem de qualquer jeito mudar o poder. Isso vem acontecendo não só no Brasil , mas também em outros países vizinhos e também em outros países mundo a fora.

As vozes das ruas devem ser ouvidas e respeitas. Ao mesmo tempo, silenciadas. Principalmente as que pedem intervenção militar. Por anos
vivemos sob o poder da Ditadura Militar. A história no mostra como os militares administraram o país. Na base de torturas, prisões, mortes, exílios, censura, e até mesmo corrupção. No governo militar tivemos vários caos de corrupção que não foram divulgados devido a censura e perseguição.
Temos relatos de militares que foram mortos pois denunciavam o governo. Destaco também que naquela época não tinha a internet e a tecnologia
que temos hoje, o que permite que a própria população fiscalize.

Pedir o retorno dos militares é aumentar a corrupção, afinal, junto com os militares voltarão as ameaças, perseguições, torturas, mortes, exílios, censuras,... . Somente a democracia será capaz de combater a corrupção. Para isso é necessário uma reforma política urgente. Nesse caso, eu fico com as vozes das ruas do dia 13 e não com as vozes das ruas do dia 15, que apresentaram nada de novo, pelo contrário, querem de volta o velho modelo.

Ditadura nunca mais! Viva a democracia! Reforma política já! Essas devem ser as vozes das ruas!

Paulo Lucio Fernandes da Silva
CDD Leopoldina/MG
Matrícula 8957432-0

domingo, 8 de março de 2015

Volta Tarcisinho!?

Volta Tarcisinho!?

Paulo Lucio – Carteirinho

Um grito ecoa nos bastidores político de Cataguases: Volta Tarcisinho!

Com a aproximação das eleições de 1026, esse grito ganha força . Já que muitos querem uma terceira via. Nesse caso, o nome do ex-prefeito Tarcísio Filho (Tarcisinho) é um dos mais comentados.

Isso acontece devido o cenário da eleição passada, onde tivemos a polarização. Apenas duas candidaturas. Ocorrendo a concentração das lideranças políticas em dois grupos. Grupo do Cesinha (governo) e do Willian (oposição). Onde ainda não tivemos nenhuma ruptura. Continua polarizado.

Devido a rejeição de ambos, Cesinha e Willian, automaticamente, das lideranças em torno deles, o nome do Tarcisinho ganha força, já que não pertence a nenhum dos dois grupos. Tendo em vista que está fora da política local, mas que acompanha de longe. Para que tenhamos uma terceira via ou mais vias, teremos que ter rupturas.

É o caso do PT, que tem dois nomes fortes, o do Pequeno (Secretário de Assistência Social) e do vereador Majella, ambos da base do governo.

O mesmo ocorre no PMDB, com o Filo (vice-prefeito), Ricardo Dias (secretário de Esporte) e o vereador Fernando Pacheco. Todos da base do governo.

Do outro lado, o da oposição, temos o mesmo cenário. Titoneli e Serafim, que dizem ser candidatos, desfilam pra baixo e para cima ao lado do Willian. Na Câmara, o mandato desses vereadores pautam pela defesa do ex-prefeito.

O cenário atual não é de rupturas. A política continua girando em torno do Willian e do Cesinha. Do lado do Willian, não tem rupturas devido muitos tentaram acordos para vice e as secretarias. Do lado do Cesinha a mesma coisa, além da possível desistência da candidatura dele, lançando alguém do próprio governo. Ninguém quer romper.

Dessa forma, o nome do Tarcisinho continuará sendo o mais comentado, já que ele não pertence a nenhum dos dois grupos. Outro fato é a questão partidária. Tarcisinho não está filiado a nenhum partido, já que o cargo que ocupa, na Procuradoria da República, não permite.

Tarcisinho tem até Outubro para definir seu futuro político. Caso ele queira ser candidato, terá que sair do cargo e se filiar a um partido. E não faltará partido para ele. Saindo na frente de muitos, que terão que passar pela burocracia partidária. Não só municipal, mas também estadual e federal, já que teremos várias interferências. É o caso do PT e PMDB, que junto com o PCdoB, compõem a base do governo Dilma e Pimentel. Dificilmente o PCdoB abrirá mão de Cataguases, tentando obrigar os partidos da base a apoiar a candidatura do seu candidato.

Tarcisinho não terá esse problema, já que pode escolher um partido independente. Sem interferência de fora. Mas primeiro terá que resolver a questão de sua aposentadoria. Resta saber se dará tempo. Até lá, continuará sendo a referência da terceira via. Conseguindo atrair os dissidentes, de ambos os lados, que não são poucos. Criando um grupo forte. Caso ele não venha candidato, seu grupo indicará um nome.

Tudo indica que dessa vez teremos a terceira via