segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

É possível o consenso político?

É possível o consenso político?

Paulo Lucio – Carteirinho

Vem aproximando as eleições para Deputado e o discurso político é o mesmo de sempre: união em prol de uma única candidatura. O famoso consenso político.

Toda cidade sonha em ter um representante na Assembléia Estadual e na Câmara Federal, devido as vantagens de um legislativo, em especial, o acesso as emendas. É por causa desse pensamento que a política está desse jeito, onde pouco importa o que pensa esse candidato, ou como ele irá atuar, o mais importante para alguns são as emendas que esse deputado irá destinar para a cidade. É o político Silvio Santos: Quem quer dinheiro!? Olha a emenda!

Destaco também que essa filosofia é a mesma adotada na campanha para vereador, onde as pessoas falam: Fulano é vereador do meu bairro. No caso do Deputado, é o deputado da minha cidade. São os políticos índios: cada um tem sua tribo, territórios demarcados.

Voltando para o consenso político, dentro desse modelo político é muito complicado. Vale ressaltar que as eleições têm interesses que vão além da questão municipal. Como as questões econômicas, onde alguns grupos patrocinam uma candidatura em interesse privado ou pessoal. Chegam as gastar milhões em uma campanha, valor muito superior que o deputado irá ganhar durante o seu mandato.

Por falar em patrocino de campanha, tem também a questão política partidária. Os partidos querem conseguir o máximo de votos possíveis, tendo em vista que conseguem aumentar sua representatividade no Legislativo. Dessa forma, acabam lançando e patrocinando candidaturas em várias cidades. Por isso temos numa mesma cidade muitas candidatura, de diferentes partidos, que estão querendo fortalecer seu partido, criando bases.

Dentro dessa visão partidária, temos as famosas dobradinhas entre um candidatos, onde o candidato a deputado federal patrocina uma candidatura para deputado estadual local, esse irá fazer campanha para ele na cidade. O candidato local pede voto para seu patrocinador. Chega até ser contraditório por parte do candidato local, que diz que devemos votar no candidato da cidade, sendo que ele está apoiando alguém de fora. Esse é o político laranja.

Temos também as campanhas estratégicas. Muitos candidatos disputam a eleição para deputado querendo aparecer, marcar seu nome já pensando nas eleições locais, como prefeito, vice-prefeito e vereador. Na pior das hipóteses pode ser secretário. É o político abacaxi, aquele que quer aparecer.

Contra essa estratégia, temos outra. A candidatura de candidato querendo prejudicar o outro candidato, para que ele não tenha uma boa votação. Uma forma de minar futuros adversários na disputa local. É o político empata foda.

Não poderia deixar de registrar a candidatura para se manter a frente do partido. Alguns partidos têm muitas lideranças, onde um tenta tomar o partido do outro. E a eleição para deputado acaba facilitando isso. Algumas pessoas aproveitam as eleições para fazer articulações nos bastidores no sentido de tomar o partido. Com isso surgem candidaturas dentro do partido, numa disputa interna, no sentido de cobrar do partido uma conclusão. Muitas das vezes o grupo que está a frente do partido acaba se lançando candidato, só para dar uma satisfação ao partido.

Por falar nos bastidores político, destaco a mais cruel estratégia, a articulação para desmontar uma candidatura, fazendo com que o partido não dê a legenda para o candidato. É o tapetão político.

Além disso tudo que citei, destaco outros fatores que dificultam uma candidatura de consenso, dentre ele a questão financeira. Sabemos o quando é cara uma campanha e como não tem garantia de vitória, muitos não arriscam patrocinar uma campanha, com medo de perder dinheiro.

Mas o principal fator é a rivalidade política local. Alguns candidatos não conseguem agregar forças, pelo contrário, sabem desagregar. Criticam ex-prefeitos, governos, lideranças políticas, partidos e outros grupos, criando conflitos que dificultam uma união. Dessa forma, não tem condição de um consenso.

Toda vez que escutar alguém falando de consenso político, lembre-se desses fatores que citei, que devem ser averiguado. Do contrário nunca teremos o tão sonhado consenso.


















sábado, 4 de janeiro de 2014

Territórios políticos virtuais!

Territórios políticos virtuais!

Paulo Lucio - Carteirinho

Tem um ditado que diz: “cada um puxa brasa pra sua sardinha”. Citei essa frase para falhar do aparelhamento político das redes sociais, em especial o facebook, mídia social mais usada.

Para entendermos melhor esse processo, focarei em Cataguases, onde está nítido esse aparelhamento.

Tudo começou no grupo Cataguases Uai, o primeiro e mais famoso grupo da época, até chegar as eleições de 2008. Nas eleições tomou outro rumo, deixou de ser uma arena política democrática e virou um local para marketing político do seu dono, o candidato a vereador Marcos Spíndola, que criou um tipo de censura proibindo o uso de outras pessoas.

Com o parquinho fechado, outros parques surgiram. A maioria não deu certo. O que vingou foi o Sem Censura, que continua em funcionamento, sendo o mais importante grupo de debates.

O Sem Censura criou muitas lideranças, em especial, Alexandre Soares, que ficou conhecido como Alexandre Sem Censura. Destaco também, a Gina, Wilma Werneque, além de outros.

Porém, a história se repete. Aproximando de mais uma eleição o grupo tomou partido, tendo em vista que os líderes do grupo se filiaram ao PSB. Dessa forma, os debates políticos circulam em torno do pensamento desses líderes e dos interesses do partido.

Cometeram o mesmo erro do grupo Cataguases sem Fake, onde fui um dos idealizadores, junto com Luciano Andrade e Daniel Souza. Todos com ligação com o PT. Dessa forma, o grupo ficou rotulado como território do PT.

Erro que também acontece com o Cataguases Tudo de Bom, Sem Baixaria. Que é formado por maioria do PSDB, tendo a frente do grupo Marcos Gama, Wellignton Melo e outros tucanos assumido.

Voltando para o Sem Censura, algumas medidas foram tomadas, no sentido de tirar esse rótulo de grupo partidário. Os administradores foram mudados. A frente do grupo um dos idealizadores do grupo, o Denuncie Kta, um dos fakes mais famosos de Cataguases. Por falar em Fake famoso, relembro do lendário Chapolim Colorado da época do antigo Orkut, do grupo Mudança Pra Valer.

Sobre o Denuncie Kta, apesar de não mostrar sua verdadeira face, não esconde sua ideologia. A cada dia que passa fica mais nítido o uso do grupo em interesse do PSB.

A princípio, o uso de Fake é no sentido de preservar a imagem da pessoa em temas polêmicos, principalmente, denúncias, que colocam em risco a vida daquela pessoa. Mas o uso das máscaras vai além disso. A pessoa passa a viver somente aquele personagem, não consegue mais mostrar sua face, manifestando somente através do fake. As vezes temas bobos, sem nenhum tipo de risco, onde mesmo assim a pessoa usa o fake.

O usuário do Denuncie Kta não consegue participar dos debates de outra forma. E utiliza o fake em prol do pensamento do seu grupo e partido. Vemos nisso nos seus comentários. Quando critica o PT diz os petralhas. O PSDB os tucanos. Suas postagens são sempre contra o PT ou PSDB, partidos que estão na disputa com o PSB.

Como vimos, as redes sociais se transformaram em territórios políticos. Cada partido criou seu próprio espaço. Isso acaba sendo ruim para um debate mais sério, tendo em vista que acaba prevalecendo interesses políticos.

Conforme citei no início, cada um puxa brasa para sua sardinha.