Eu já sabia!
Em Cataguases, a última eleição para prefeito, em 2008, foi revolucionária. Revolucionária no sentido de debates, projetos, propostas, disputas. Lembrando que tivemos sete candidaturas.
Como será a eleição desse ano? Será que teremos a mesma quantidade de candidaturas? Terá união da oposição? Antes de comentar sobre a eleição de 2012, vamos relembrar como foi a de 2008.
A eleição de 2008 foi marcada pela quantidade de candidatos, fato que se deu por vários motivos, destaco a avaliação negativa do governo e a renovação - marca da política cataguasense, que nunca teve reeleição consecutiva.
Na época, palpiteiros políticos diziam que essa quantidade de candidatos favoreceria a atual gestão, Tarcísio (PDT/PP/PSDC). Fato que não aconteceu e o Dr acabou em terceiro lugar, recendo 7.348 votos (17,59%).
Como vimos, a quantidade de candidaturas prejudicaram a reeleição, afinal, todas teceram críticas ao governo, já fragilizado. Será que ainda vão dizer que quanto mais candidatos de oposição melhor para a situação?
Usando o mesmo discurso, os apoiadores da ex-prefeita e ex-deputada Maria Lúcia. (DEM/PRTB/PRP/PTC), também diziam que essa divisão a favoreceria. Com direito a “pesquisa de intenção de votos”. Fato que também aconteceu e a candidata acabou em quarto lugar, recebendo 5.754 votos, 13,77%.
O presidente da Câmara, Ricardo Dias (PMDB/PPS/PTdoB), rompeu com o governo e também concorreu, acabando em quinto lugar, recendo 4.713 votos, 11,28%. Seu companheiro de legislatura, Jose Augusto Titoneli (PV/PTN/PV/PRB), segui o mesmo passo e acabou em sexto lugar, recebendo 1.215 votos, 2,91%. Em último ficou Dr Elisângela (PSB), recebendo 351 votos, 0,84%.
Os apoiadores da candidatura da esquerda, davam a vitória de Cesinha (PCdoB/PT). Principalmente pelo fato da direita está rachada e o sucesso da dobradinha com os petistas, alinhando a campanha ao governo federal, recebendo apoio de ministro e deputados. Mas não foi o suficiente para ganhar, acabando em segundo lugar, recendo 8.559 votos, 20,49%.
A eleição foi decidida aos 45 - literalmente- do segundo tempo. Venceu a mudança pra valer, representada pelo candidato Willian Lobo (PSDB/PTB/PHS), até então um mero coadjuvante, ,mas que recebeu 13.840 votos, 33,13%. O fato que chamou a atenção foi a comemoração dos tucanos, que vestiram uma camisa com a frase: Eu já sabia!
Se a eleição de 2008 foi uma revolução, a de 2012 será contra-revolução. A tal mudança pra valer não aconteceu. Pelo contrário, nossa política não mudou nada e voltou à estaca zero, concentrado em grupos ligados ao governo. Comprovamos esse fato através da Câmara dos Vereadores, onde a atual gestão conta com apoio de 9 dos 10 vereadores. Apenas um de oposição, Vanderlei Cardoso/PT.
Dessa forma, nessa eleição tudo indica que – infelizmente - não teremos a mesma quantidade de candidatos da anterior. Pelo andar da carruagem, no máximo teremos 3 candidaturas. O que é de lamentar, afinal, o debate é salutar. Quanto mais candidatos, mais: debates, propostas, mudanças, projetos .... não podemos esquecer das promessas.
Essa eleição se concentra em quatro forças: Willian Lobo, Cesinha, Vanderlei Pequeno e Dr Tarcísio. Há quem defenda que a oposição deve se unir, criando um blocão. Mas quem será o candidato? Será vantajoso concentrar forças?
Na minha opinião, quanto menos candidatos melhor para a situação. Se a oposição se unir dará um tiro no pé. Afinal, Willian ganhou de seis candidatos, por que apenas um deve enfrentá-lo? Será que ele é forte ou a oposição que é fraca? Temos oposição? Oposição a quê?
Para tirar a vitória dos tucanos só existe uma maneira, mais candidaturas de oposição, que é claro, farão críticas a atual gestão, enfraquecendo o governo, que tem sua sustentabilidade no marketing. Mostra mais do que faz.
Essas críticas não deverão ser com promessas, frases feitas, apelativas, desesperadas e eleitoreiras. Terão que fazer críticas com dados, projetos e propostas. Será que a oposição é capaz de fazer isso?
Se não surgirem novos candidatos e a oposição insistir em uma única chapa, concentrado todas as forças em uma candidatura que sabe se lá qual e se vai dar certo. A única coisa que será certo é o segundo lugar. E se isso acontecer, após o resultado estarei usando a camisa com a frase: Eu já sabia!