domingo, 23 de junho de 2013

Que país queremos construir?

Que país queremos construir?

Paulo Lucio - Carteirinho

No passado, Renato Russo e Legião Urbana, cantaram: "Que país é esse?". Música que representava bem o momento histórico que o país vivia, onde a população questionava o modelo político da época, controlado pela Ditadura Militar.
Ditadura que teve seu fim e o povo conseguiu a tão sonhada "Democracia", que acabou se tornando numa outra ditadura, porém disfarçada. Um modelo político que impõe sua regra, claro, “democraticamente”, com o voto da maioria. Comprando apoio através de mensalsões, mensalinhos, caixa dois, acordos políticos, cargos, com dinheiro público... .

Com tantos absurdos o povo novamente questiona: “Que país é esse? E novamente o revolta. Demorou, mas se revoltou. As ruas das principais cidades se transformaram na maior arquibancada do Brasil, conforme diz a música do O Rappa: Vem pra rua. Música que é paródia da Copa do Mundo e que serviu de convocação para a população comparecer as ruas e se manifestar.

O povo brasileiro, que até então estava “Deitado eternamente em berço esplêndido”, ACORDOU e ao som do “Vem Pra Rua” vem realizando diversas manifestações, que acontecem em diversas cidades do país.
Essas manifestações têm data e hora para começar, mas sem uma data e hora para terminar. Afinal, não vemos nenhuma proposta, reivindicação, liderança... apresentada pelo movimento. Sequer sabemos quem são seus líderes. Pelo visto não tem liderança. E pergunto: Que manifestações são essas?
Defino essas manifestações como Mega sena acumulada. Devido o descaso dos políticos, a corrupção, a falta de investimento.... uma série de fatores acumulados, criando uma revolta, que vem aumentando a cada dia. Uma verdadeira bola de neve.

Com tantos motivos para se manifestar o povo saiu às ruas. A princípio, em São Paulo, onde manifestantes saíram a rua contra o aumento de R$ 0,20 na passagem, sendo reprimido de forma violenta pelos policias, que cumpriam as ordens dos governantes.
Tem um ditado que diz: “Violência gera violência”. E foi o que aconteceu. A ação truculenta da polícia criou um clima de guerra, onde os manifestantes revidaram. Como diz a letra no Hino Nacional: “Verás que um filho seu não foge a luta”.

O povo brasileiro fez juz ao hino e foi a luta. Enfrentou a polícia e o governo tirano, mostrando que o povo está insatisfeito com esse modelo político e que não concorda mais com tantos absurdos.

Porém, essas manifestações não apresentam um novo modelo político. Seguem a trilha sonora de Renato Russo:, Que País é Esse? Criticam o país, porém, não diz como criar um novo país. E essas manifestações acabam servindo de massa de manobra de grupos que perderam o poder e que tentam voltar. Já há boatos de intervenção de militares.
Forças políticas contrárias ao governo aproveitam a situação. Porém se esquecem que também são cúmplices do sistema. É a aqueles que querem fazer anarquia. Tem de tudo e ao mesmo tempo tem nada.

O povo que está indo as ruas deve pensar nisso e se questionar. Que país queremos construir?
Vejo um bom momento para colocar em prática as reformas: política, judiciária, tributária, econômica, agrária, educacional... . Rompendo com esse sistema político viciado e prejudicial ao povo.

O povo acordou e os manifestantes devem acordar para a construção de um novo modelo e não ficar somente no sonho. Não podemos ir para as ruas sem uma proposta para a construção de uma nova sociedade, de um novo modelo político.
Do contrário, iremos tirar o governo por tirar. Trocar apenas os mosquitos, continuando a mesma merda.

Vem pra rua sim, mas de forma pacífica e com consciência política do momento histórico. E que não pode ficar somente no que “País é Esse”, mas sim no “País que queremos Construir”.

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