segunda-feira, 4 de maio de 2009

Água, só bebe se pagar

Jesus Cristo se aproxima do poço, fonte da água para a região onde está a samaritana.
“Só pode beber se pagar”

Descrito deste modo a cena choca. Há quem fique indignado pois não é este o paradigma, o modelo que existe nas nossas mentes. Choca pela figura do Cristo e porque está em confronto com a idéia subconsciente que todos nós temos de que a água é o bem essencial à vida para todos, universal, não pode ser negada.


A figura de Cristo não está ligada à mentalidade mercenária, prova disto é o chicotear dos vendilhões do templo.Para reforçar, no Brasil, prevalece a tradição de nunca se negar um copo d’água ao que tem sede.Entretanto, as transnacionais trouxeram um novo e absurdo paradigma.

“Só bebe se pagar”.
Que triste tristeza se encontrar a água, bem essencial à vida e direito humano fundamental transformada em mercadoria.Sempre que as transnacionais avançam nos sistemas de água e conseguem privatizar, por concessões diretas ou comprando ações, os sistemas estatais ou os que tinham gestão comunitária abandonam a prestação de serviços para colocarem as suas atuações no objetivo de “obter resultados financeiros”.Pode-se enfileirar vários exemplos para retratar o desvirtuamento da prestação de serviços para direção dos lucros abusivos para acionistas desligados da nossa realidade.


Copasa (Companhia de Águas e Saneamento MG) vendeu ações no exterior e hoje tem 75% delas nas mãos estrangeiras. Por ter estabelecido o objetivo de resultados financeiros (está no seu relatório anual publicado nos jornais) nega água para centenas de pessoas moradoras em bairro pobre de cidade do interior recusando-se a fazer a ligação de água mesmo com os encanamentos já instalados. Exige o pagamento de quatrocentos reais para que a ligação seja feita.Comparando municípios sob domínio da COPASA com os que têm a água administrada pelo próprio município as tarifas são até cinco vezes mais caras, mesmo em residências equivalentes.Por que a nossa população tem que ser sacrificada e/ou passar por dificuldades para pagar as contas abusivas que geram resultados que não revertem para as nossas comunidades, estado e País?


A SUEZ (Transnacional de Águas) concessionária de águas na África do Sul, instalou torneiras públicas nos bairros pobres e colocou, ao lado delas, um mecanismos que libera a água mediante a inserção de um cartão pré-pago. A norma é: só bebe se pagar.No Brasil já existe o absurdo sistema pré-pago no serviço de águas de Tocantins.Exploração com o bem fundamental à vida!



Às transnacionais não interessa se criança fica sem água, mães não podem cozinhar, ou não seja possível ter a mínima higiene sem água. Vale, apenas, o fluxo de dinheiro obtido pelo controle de bem essencial à vida.As transnacionais já foram expulsas de várias cidades do mundo e têm que ser impedidas de atuar no Brasil. Água tem que ter gestão comunitária. As transnacionais como grandes anunciantes e controladoras dos meios de comunicação nos iludem com propagandas bonitas e apoio de maus políticos.Fora Transnacionais.Resistir é preciso.

2 comentários:

Anônimo disse...

É um absurdo imaginar homens e crianças com sede, precisando de água para suas necessidades, serem explorados por "Donos da Água" e saber que nossos governantes estão privatizando a Água, a Água. é um absurdo que estrangeiros controlem a nossa Água, a Água da nossa comunidade e lucrem com isso, negociem na bolsa de valores um bem natural, essencial à vida.
É inadmissível que pessoas eleitas pelo povo entreguem esse Bem Natural, e ganhem dinheiro com isso.
Agora as multinacionais vão ganhar dinheiro vendendo a nossa Água pra nós mesmos.

José Geraldo disse...

Anônimo= José Geraldo
Valeu Paulo Lúcio, exelente mensagem