quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Professor alerta que fiscalização de abertura de comportas das usinas pode evitar nova catástrofe em Cataguases


Informe do Mandato referente a Comissão de Assuntos Relevantes, que está investigando as causas da enchente do ano passado.
Na última rodada, ontem (09/09), a Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara Municipal, que busca um diagnóstico para as enchentes de dezembro/2008, completou sua pauta de trabalho com uma conclusão inevitável: a subida extremamente rápida das águas na manhã de 17 de dezembro foi causada pela abertura em conjunto das comportas das barragens existentes na bacia do Pomba. Segundo os próprios representantes das PCH, quando estiveram na Câmara, não houve comunicação entre essas usinas no momento em que as comportas foram abertas.


O professor João Dioni, ouvido pela Comissão, explicou que a colocação de técnicos nomeados pela Prefeitura dentro das usinas para fiscalizar a abertura das comportas durante o próximo período das chuvas seria importante para evitar nova catástrofe. “Escapamos por pouco de uma tragédia sem precedentes na história do município de Cataguases, quando temos tecnologia disponível para evitar isso. O que causou a cheia do Pomba não foi o volume de água das chuvas, e sim o acúmulo de água liberado pelas represas de forma aleatória”, alertou o professor.


Foi dado novamente o alerta na reunião de que o fenômeno das chuvas de 2008 pode acontecer de novo nesse final de ano.


Preocupado com a repetição da tragédia, o professor João Dioni propôs algumas medidas mais imediatas a serem tomadas pelo poder público para minimizar os efeitos de uma possível enchente. Dentre elas, a criação efetiva de uma Defesa Civil em Cataguases e de um Conselho Municipal de Desastres Ambientais.



Também ouvido, o radialista Gomes reclamou mais uma vez da ausência de um sistema eficaz de comunicação do poder público com a população. “Depois que a casa está arrombada é que vamos tomar providências”, lamentou Gomes.



O vereador Vanderlei Pequeno, que propôs a criação da Comissão, diz que a sociedade precisa de uma resposta para o que aconteceu: "Chegamos a conclusões importantes. Vamos preparar o diagnóstico e divulgá-lo de forma massiva para a população. O que não queremos é que a tragédia se repita".

Zeca Junqueira.

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