sábado, 5 de setembro de 2009

Discurso que li na Tribuna da Câmara, Sessão do dia 2 de Setembro de 2009.

Excelentíssimo Senhor Presidente, em nome do qual eu cumprimento todos os presentes nesta Casa:

Pela primeira vez ocupo esta tribuna e aproveito a ocasião para informar que o meu nome foi escolhido, no último domingo, dia 30 de Agosto, para ocupar o cargo de Presidente do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB de Cataguases. A escolha foi feita por aclamação e por unanimidade dos presentes na reunião, ocorrida no Sindicato dos Bancários de nossa cidade.

O PCdoB foi fundado ainda na década de vinte do século passado e ao longo do tempo foi vítima de várias ações de governos ditatórias que o colocaram na clandestinidade. No entanto, a força das idéias, fez com que vários camaradas resistissem e mantivesse, mesmo fora da ordem constituída, o nosso Partido e por conta da bravura desses homens, hoje aqui estou nessa tribuna, falando pra vocês.

Um desses homens históricos deixou-nos no último dia 23 de junho e era cataguasense. Evaristo Garcia, conhecido como Senhor Garcia, morreu em Belo Horizonte, em plena atividade política e eu posso afirmar, com certeza, que perdemos muito com o seu desaparecimento. Evaristo participou de várias lutas pelas liberdades democráticas em nosso país e jamais se curvou diante das ameaças e da sordidez política implementada por vários governos autocráticos que nos precederam. Que nosso camarada Evaristo descanse em paz, enquanto nós, aqui, seguimos nosso caminho, na mesma empreitada de conquistar novos e melhores dias para o nosso povo.

O PCdoB está junto com as entidades sindicais e o Partido dos Trabalhadores, na luta pela conquista da Redução da Jornada de Trabalho em nosso país. Não é novidade que o Brasil vem convivendo com o desemprego estrutural e é preciso mudar essa realidade. Nossa proposta é reduzir a Jornada de Trabalho, sem a redução dos salários, como forma de inserir dois milhões e duzentos mil pessoas no mercado de trabalho. Além disso, estamos também na luta pela redução até o fim das horas extras, outro expediente que atrasa a inclusão de nossa população no mercado de trabalho.




Não estamos pedindo milagre. Na década de 1990, a produtividade no trabalho mais que dobrou e nos primeiros anos deste século, ela aumentou em 27%, o que demonstra que a classe empresarial vem aumentando seus ganhos, sem nenhum retorno em qualidade de vida ou distribuição de renda para os trabalhadores.

Queremos que no Brasil a Jornada Semanal de Trabalho seja reduzida das atuais 44 horas para 40 horas. Feitas as contas, podemos afirmar que essa redução não irá ter peso substancial na folha de pagamento dos empresários, não passando do aumento de 2%. Isso é muito pouco para quem vem aumentando seus ganhos na produtividade, na flexibilização das relações de trabalho e na implementação de novas tecnologias.

A argumentação de que o aumento na folha de pagamento não nos convence, uma vez que o custo da mão de obra nos principais países é muito maior do que o praticado no Brasil. Não há razão, portanto, para que o empresariado se coloque contra a nossa proposta que, a exemplo do que vem ocorrendo desde 1988, quando a jornada foi reduzida de 48 para 44 horas, não colocará nenhuma empresa em dificuldade financeira.


Senhor Presidente, senhores vereadores, público presente:

Agradeço a oportunidade que me foi dada de ocupar essa tribuna, o que foi para mim motivo de orgulho, e conclamo a todos que aqui estão para apoiar a luta pela redução da jornada de trabalho, para que o nosso povo possa ter acesso ao trabalho, esse elemento tão importante na vida de todos nós.

Obrigado.

Nenhum comentário: