quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tropa de Elite 2


Tropa de Elite 2, por Paulo Lucio - Carteirinho

Recentemente, assistir, novamente, ao filme:  Tropa de Elite 2. Um dos melhores filmes que já assistir. Que deveria ser visto pelos eleitores antes de votar. Afinal, o filme trata de política e eleição. De acordo com   Capitão Nascimento,  “no Brasil, eleição é negócio e o voto é a mercadoria mais valiosa”.  

O que mais chamou minha atenção no filme é o paradoxo em relação ao Tropa de Elite 1, onde o comandante do Bope, Capitão Nascimento, deixa de ser herói nacional e se transforma em vilão. 

 O herói do filme é Fraga, militante de esquerda e defensor dos direitos humanos. Uma pedra no caminho  do Bope e da política do Estado,  que prega a violência contra a violência. A rivalidade entre Nascimento e Fraga aumenta depois que sua ex-mulher casa-se com o Fraga, levando  a guarda do filho, que tem vergonha dos atos do pai. 

Só depois de muito tempo Nascimento descobre que seu  filho esta certo e diz: 
“Quando meu filho tinha 10 anos ele me perguntou por que meu trabalho era matar e até hoje eu não sei responder por quem e por que eu matei”.

O filme conta   sobre a criação das milícias, uma espécie de máfia. As milícias  são instaladas nas comunidades carentes e funcionam como um Estado, fornecendo segurança, esporte, lazer. A princípio, as milícias passam a imagem de ser uma coisa boa para as comunidades, tendo em vista que expulsam os traficantes. Porém, é muito pior que os bandidos. Afinal, é composta por grupo de extermínios, que usam da violência para manter o sistema que criaram.  Dessa forma, os moradores pagam aos  milicianos para proteger deles mesmos. Outra estratégia da milícia é controlar o comércio: água, luz, internet, gás, drogas, bebidas..... E quem não comprar nesse comércio ou deixar de pagar a “taxa de segurança” vai pra vala.

Com a ajuda do Bope e do Governo do Estado, as comunidades são dominadas pelas milícias. Só então Nascimento descobre que sua tropa vem sendo usada. Do que adianta ter a melhor polícia do mundo se ele é mandada pelo pior e corrupto  governo  do mundo?

 Por falar em corrupção, outra frase marcante é quando Nascimento dá seu depoimento para a CPI, que investiga as milícias, e ele  diz: “ metade dos seus colegas (deputados) aqui nessa casa deveriam estar na cadeia… metade é pouco deputado, aqui tem uns seis ou sete de FICHA LIMPA”.

Enquanto os policiais  do Bope arriscam suas próprias vidas para expulsar os traficantes, os políticos usam as milícias como base eleitoral, visando votos, para se manter no poder.  Os verdadeiros bandidos  não são os traficantes, mas sim os políticos. Nascimento descobre isso tarde demais, quanto às milícias já estão implantadas e diz: “se o BOPE tratasse político corrupto como trata traficante, o Brasil seria um país melhor”.

O filme também mostra o papel de algumas mídias, no sentido de manipular as informações, principalmente, através de programas sensacionalistas, criando  um sentimento  de ódio na população, que sem fazer uma leitura mais detalhada é facilmente manipulada. Servindo de massa de manobra para o sistema. Incentivando ainda mais a violência.  

Mas não vai ser com violência que iremos resolver os problemas de corrupção no Brasil. Tenho que concordar com a frase de Fraga no início do filme: “não devemos aceitar uma polícia cujo o símbolo é uma caveira. Ter uma polícia cujo o símbolo é a morte”. Falando de morte, Nascimento diz: “mas o que eu posso afirmar com certeza senhores deputados… é que o policial não puxa esse gatilho sozinho”.  

O filme mostra que o buraco é mais embaixo. Estamos numa guerra e arma do povo é o voto. A solução não é a polícia, mas sim a política, de homens honestos, defensores dos direitos humanos, da ética e da moral. De militantes através de suas lutas. E por falar em luta, a luta continha companheiros!

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