Tropa de Elite 2, por Paulo
Lucio - Carteirinho
Recentemente, assistir,
novamente, ao filme: Tropa de Elite 2. Um
dos melhores filmes que já assistir. Que deveria ser visto pelos eleitores
antes de votar. Afinal, o filme trata de política e eleição. De acordo com Capitão Nascimento, “no Brasil, eleição é negócio e o voto é a
mercadoria mais valiosa”.
O que mais chamou minha
atenção no filme é o paradoxo em relação ao Tropa de Elite 1, onde o comandante
do Bope, Capitão Nascimento, deixa de ser herói nacional e se transforma em
vilão.
O herói do filme é Fraga, militante de
esquerda e defensor dos direitos humanos. Uma pedra no caminho do Bope e da política do Estado, que prega a violência contra a violência. A
rivalidade entre Nascimento e Fraga aumenta depois que sua ex-mulher casa-se
com o Fraga, levando a guarda do filho,
que tem vergonha dos atos do pai.
Só depois de muito tempo Nascimento descobre
que seu filho esta certo e diz:
“Quando
meu filho tinha 10 anos ele me perguntou por que meu trabalho era matar e até
hoje eu não sei responder por quem e por que eu matei”.
O filme conta sobre a criação das milícias, uma espécie de
máfia. As milícias são instaladas nas
comunidades carentes e funcionam como um Estado, fornecendo segurança, esporte,
lazer. A princípio, as milícias passam a imagem de ser uma coisa boa para as
comunidades, tendo em vista que expulsam os traficantes. Porém, é muito pior
que os bandidos. Afinal, é composta por grupo de extermínios, que usam da
violência para manter o sistema que criaram. Dessa forma, os moradores pagam aos milicianos para proteger deles mesmos. Outra
estratégia da milícia é controlar o comércio: água, luz, internet, gás, drogas,
bebidas..... E quem não comprar nesse comércio ou deixar de pagar a “taxa de
segurança” vai pra vala.
Com a ajuda do Bope e do
Governo do Estado, as comunidades são dominadas pelas milícias. Só então
Nascimento descobre que sua tropa vem sendo usada. Do que adianta ter a melhor polícia
do mundo se ele é mandada pelo pior e corrupto
governo do mundo?
Por falar em corrupção, outra frase marcante é
quando Nascimento dá seu depoimento para a CPI, que investiga as milícias, e
ele diz: “ metade dos seus colegas
(deputados) aqui nessa casa deveriam estar na cadeia… metade é pouco deputado,
aqui tem uns seis ou sete de FICHA LIMPA”.
Enquanto os policiais do Bope arriscam suas próprias vidas para
expulsar os traficantes, os políticos usam as milícias como base eleitoral,
visando votos, para se manter no poder. Os verdadeiros bandidos não são os traficantes, mas sim os políticos.
Nascimento descobre isso tarde demais, quanto às milícias já estão implantadas
e diz: “se o BOPE tratasse político corrupto como trata traficante, o Brasil
seria um país melhor”.
O filme também mostra o papel
de algumas mídias, no sentido de manipular as informações, principalmente,
através de programas sensacionalistas, criando um sentimento de ódio na população, que sem fazer uma
leitura mais detalhada é facilmente manipulada. Servindo de massa de manobra
para o sistema. Incentivando ainda mais a violência.
Mas não vai ser com violência
que iremos resolver os problemas de corrupção no Brasil. Tenho que concordar
com a frase de Fraga no início do filme: “não devemos aceitar uma polícia cujo
o símbolo é uma caveira. Ter uma polícia cujo o símbolo é a morte”. Falando de
morte, Nascimento diz: “mas o que eu posso afirmar com certeza senhores
deputados… é que o policial não puxa esse gatilho sozinho”.
O filme mostra que o buraco é
mais embaixo. Estamos numa guerra e arma do povo é o voto. A solução não é a
polícia, mas sim a política, de homens honestos, defensores dos direitos
humanos, da ética e da moral. De militantes através de suas lutas. E por falar
em luta, a luta continha companheiros!
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