domingo, 12 de setembro de 2010

DVD da Receita Federal


Desesperado e sem proposta de Governo melhor do que o Governo Lula. A campanha tucana, do candidato Serra, parte para as ofensas. Transformam o sigilo dos contribuintes da Receita Federal em campanha eleitoral. Como se o vasamento é coisa desse governo ou um ato políticp.
Não é nenhuma novidade encontramos DVDs pelo centro de São Paulo. Na Rua São Bento, entre os prédios do Banco do Brasil e da BM&F, o interessado não demora mais do que cinco minutos para colocar as mãos em milhões de registros sigilosos. Diversos vendedores de DVDs piratas – filmes, jogos de videogame e programas de computador – ficam pelos cantos, com os olhos sempre atentos ao menor movimento da Guarda Civil Metropolitana com seu temido “rapa”.
Qualquer um deles pode informar na hora: temos e custa 100 reais. Referem-se ao DVD que chamam “RF” – de Receita Federal. Nenhum dos CDs e DVDs fica, realmente, em exposição. Para reduzir os prejuízos com apreensões, os ambulantes exibem apenas pedaços de plástico ou papelão com algumas das capas. Feita a encomenda, um dos “funcionários de apoio” vai a um prédio nas imediações para buscar o produto. Talvez conforte saber que seus dados pessoais cadastrados na Receita não ficam expostos ao lado de um DVD de Fifa Soccer, mas o conforto para por aí.
Ao preço de 100 reais, pergunta-se ao vendedor quais são os dados contidos no DVD. Nome, telefone, CPF e endereço completo de cerca de 50 milhões de pessoas. Tudo dividido por estado, em arquivos de Access, programa que faz parte do pacote Office, da Microsoft. Até nisso, monopólio para as ferramentas criadas por Bill Gates. O rapaz demora dois minutos para buscar o dito produto. Eternidade para o vendedor, que muda de lugar três vezes neste curto tempo, driblando a polícia.
“A viatura tá subindo ou descendo?”, pergunta um outro pirata mais abaixo na rua. “Descendo”, responde o vendedor, nervoso. O carro da Guarda Civil vira antes de chegar ao local, imediatamente antes da chegada do “RF”. DVD na mão, dinheiro entregue, e se não funcionar? O vendedor pede uma caneta, anota o próprio nome e dois números de telefone celular em um pedaço de papel. “Se precisar de mais coisa, Junta Comercial, essas coisas, é só ligar”.
Os CDs e DVDs com informações sigilosas são vendidos, também, em outros locais tradicionais de pirataria em São Paulo, como a Rua Santa Ifigênia. Em tempo: não houve necessidade de procuração, ao menos para estes dados mais simples. O DVD comprado pela reportagem não foi copiado, nenhum dos dados foi gravado ou utilizado para qualquer fim e a mídia será entregue às autoridades competentes.
Como vimos, os dados sigilosos não são atos políticos. Faz parte da corrupção que assola o Brasil. Que vem desde o descobrimento.

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