sábado, 15 de dezembro de 2012

O "bocó"!





O “bocó”!
 Paulo Lucio – Carteirinho
 Faço o curso Técnico em Agropecuária e venho realizando visitas técnicas em algumas propriedades da cidade e região.
 Recentemente, estive em Cataguarino, visitando algumas propriedades, onde fiquei surpreso com que vi. Muitos produtores estão na vanguarda, utilizando técnicas sustentável e ecologicamente corretas. Alguns produzem alimentos orgânicos sendo cultivados sem nenhum tipo de agrotóxico ou outro insumo que venha a comprometer o meio ambiente e a saúde humana.   Isso mostra que as famílias do campo estão cada vez mais evoluídas e preocupadas com as questões ambientais.  Um exemplo a ser seguido.
 Durante essa visita, além de fazer um levantamento das propriedades, aproveitei para fotografar as paisagens, plantas, flores, animais...  conseguindo belas fotos. Mas o que eu queria fotografar e não consegui  é o tal de “bocó” de Cataguarino, tanto falado por uma rádio local.  Rodei pelo distrito quase todo e não encontrei nenhum “bocó”. Será que existe? Estou achando que deve ser uma dessas lendas, tipo mula sem cabeça, saci pererê, curupira, boitatá, lobisomem ....
 Com a globalização e o desenvolvimento tecnológico, está cada vez mais difícil encontrar um “bocó”. Ao  fazer uso do  termo, taxativo e repetitivo, acaba, de certa forma, rebaixando  os  moradores do Distrito, que são pessoas simples e dignos de respeito e não merecem tal comparação. 
Na visita constatei que muitos de Cataguarino possuem telefone celular, Ipad, Ipod, Iphone,  Sky, televisão tela plana, DVD, computador, notebook e  acesso a internet, muitos  conectados na rede social facebook. Há até mesmo um grupo: Por um Cataguarino Melhor!, com 245 membros (https://www.facebook.com/groups/porumcataguarinomelhor/?fref=ts ).  Em relação à   internet, aproveito para citar que muitos da localidade  e região estão estudando através o EAD – Ensino a Distância – realizando curso técnico e superior, em diversas áreas.
 Enquanto a população de Cataguarino seguem os passos da  evolução tecnológica, alguns “bocós” da  área urbana,  pasmem,    membros da mídia, sequer tem conta no  facebook, desconhece e ainda critica a rede social mais utilizada do mundo. O engraçado é que diz que não tem, mas  sabe de tudo que acontece por lá. Com tantos fakes, dá até para desconfiar de alguns anonimatos.  
 Ainda impera em algumas de nossa  mídia o conservadorismo e a alienação, tirando o brilho da democracia, debatendo sobre a capa do Jornal o Globo, Revista Veja e  fatos banais  que acontecem mundo a fora. Enquanto muitos temas importantes, principalmente, locais,  são esquecidos ou são tratados com  desinteresses. 
 Apesar de não ter mais “bocós”, alguns ainda se travestem de “bocó” para viver. Quando quer fazer críticas vazias a um segmento, órgão público, entidade, autoridade,  pessoa,  partido – principalmente de esquerda-...   se  faz de bobo, finge que não sabe nada, não acredita e ainda consegue manipular outros “bocós”, colocando palavras na boca deles que acabam concordando com seus pensamentos.
 Agora, quando é para defender seus interesses e de seus “aliados”, não tem nada de “bocó”; pelo contrário, é um “sabão”, vaselina nato. Quer demonstrar que  tudo sabe,  principalmente, de leis, regras, estatutos, contratos, acordos... defende seus pontos de vista de unhas e  dentes e sequer deixa outros falarem. E aí de quem ousar a discordar de suas idéias, onde é desqualificado e passa por “bocó”.
Claro, convidados e ouvintes que não são “bocós”, não suportam a arrogância e se recusam  ouvir e  participar dos programas. Outros usam da mesma regra, se fazem de  “bocós” e continuam freqüentando e escutando, mas somente para agradar.  
É “bocó” se passando por  sábio e sábio se passando por “bocó”.   E usam de exemplo o povo de Cataguarino para justificar  tantas besteiras.  Espero que tenham no mínimo mais consideração pela população do Distrito  e parem de citá-los como exemplo, já que deixar  de ser “bocó”  é um tanto difícil.
E reforço o  grupo criado no facebook:  Por um Cataguarino Melhor!.  E acrescento: Sem comparação com  “bocó”!

Um comentário:

Anônimo disse...

Bocó: A palavra francesa boucaut (um saco feito de pele de bode para transporte de líquidos) veio de bouc (bode) e deu no espanhol bocoy. Daí chegou ao brasileiro bocó para designar um saco feito de couro de tatu. Como o bocó não tem tampa, ficando sempre aberto, a palavra passou a se aplicar à pessoa palerma, tola, que vive de boca aberta, em pasmo permanente.