O
“bocó”!
Paulo
Lucio – Carteirinho
Faço o curso Técnico em
Agropecuária e venho realizando visitas técnicas em algumas propriedades da
cidade e região.
Recentemente,
estive em Cataguarino, visitando algumas propriedades, onde fiquei surpreso
com que vi. Muitos produtores estão na vanguarda, utilizando técnicas
sustentável e ecologicamente corretas. Alguns produzem alimentos orgânicos
sendo cultivados sem nenhum tipo de agrotóxico ou outro insumo que venha a
comprometer o meio ambiente e a saúde humana. Isso mostra
que as famílias do campo estão cada vez mais evoluídas e preocupadas com as
questões ambientais. Um exemplo a ser seguido.
Durante
essa visita, além de fazer um levantamento das propriedades, aproveitei para
fotografar as paisagens, plantas, flores, animais... conseguindo
belas fotos. Mas o que eu queria fotografar e não consegui é o tal
de “bocó” de Cataguarino, tanto falado por uma rádio local. Rodei pelo distrito quase todo e não
encontrei nenhum “bocó”. Será que existe? Estou achando que deve ser uma
dessas lendas, tipo mula sem cabeça, saci pererê, curupira, boitatá, lobisomem ....
Com a globalização e o desenvolvimento tecnológico, está cada
vez mais difícil encontrar um “bocó”. Ao
fazer uso do termo, taxativo e
repetitivo, acaba, de certa forma, rebaixando
os moradores do Distrito, que
são pessoas simples e dignos de respeito e não merecem tal comparação.
Na visita constatei que muitos de Cataguarino possuem telefone
celular, Ipad, Ipod, Iphone, Sky, televisão tela plana, DVD,
computador, notebook e acesso a internet, muitos conectados na rede social facebook. Há até
mesmo um grupo: Por um Cataguarino Melhor!, com 245 membros (https://www.facebook.com/groups/porumcataguarinomelhor/?fref=ts ). Em relação à
internet, aproveito para citar
que muitos da localidade e região
estão estudando através o EAD – Ensino a Distância – realizando curso técnico
e superior, em diversas áreas.
Enquanto a população de Cataguarino seguem os passos da evolução tecnológica, alguns “bocós”
da área urbana,
pasmem, membros da
mídia, sequer tem conta no facebook,
desconhece e ainda critica a rede social mais utilizada do mundo. O engraçado
é que diz que não tem, mas sabe de tudo que acontece por lá. Com
tantos fakes, dá até para desconfiar de alguns anonimatos.
Ainda impera em algumas de nossa mídia o conservadorismo e a alienação,
tirando o brilho da democracia, debatendo sobre a capa do Jornal o Globo,
Revista Veja e fatos banais que acontecem mundo a fora.
Enquanto muitos temas importantes, principalmente, locais, são esquecidos ou são tratados
com desinteresses.
Apesar de não ter mais “bocós”, alguns ainda se travestem de
“bocó” para viver. Quando quer fazer críticas vazias a um segmento, órgão
público, entidade, autoridade, pessoa, partido –
principalmente de esquerda-... se faz de bobo,
finge que não sabe nada, não acredita e ainda consegue manipular outros
“bocós”, colocando palavras na boca deles que acabam concordando com seus
pensamentos.
Agora, quando é para defender seus interesses e de seus
“aliados”, não tem nada de “bocó”; pelo contrário, é um “sabão”, vaselina
nato. Quer demonstrar que tudo sabe, principalmente, de
leis, regras, estatutos, contratos, acordos... defende seus pontos de vista
de unhas e dentes e sequer deixa outros falarem. E aí de quem
ousar a discordar de suas idéias, onde é desqualificado e passa por “bocó”.
Claro,
convidados e ouvintes que não são “bocós”, não suportam a arrogância e se
recusam ouvir e participar dos programas. Outros usam da
mesma regra, se fazem de “bocós” e continuam freqüentando e
escutando, mas somente para agradar.
É “bocó” se passando por sábio e sábio se passando por “bocó”.
E usam de exemplo o povo de Cataguarino para justificar tantas besteiras. Espero que tenham no mínimo mais
consideração pela população do Distrito e parem de citá-los como exemplo, já que deixar
de ser “bocó” é um tanto difícil.
E reforço o grupo criado no facebook: Por um Cataguarino Melhor!. E acrescento: Sem comparação com “bocó”!
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sábado, 15 de dezembro de 2012
O "bocó"!
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Bocó: A palavra francesa boucaut (um saco feito de pele de bode para transporte de líquidos) veio de bouc (bode) e deu no espanhol bocoy. Daí chegou ao brasileiro bocó para designar um saco feito de couro de tatu. Como o bocó não tem tampa, ficando sempre aberto, a palavra passou a se aplicar à pessoa palerma, tola, que vive de boca aberta, em pasmo permanente.
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