domingo, 22 de dezembro de 2013

Desenvolver sem Destruir!

Desenvolver sem destruir!

Paulo Lucio - Carteirinho

A palavra-chave do momento é: desenvolvimento sustentável. Tema que virou plataforma política em campanha de muitos candidatos.

Muito se comenta sobre desenvolvimento sustentável, mas o que significa? Desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

O termo foi usado pela primeira fez em 1987, no relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, criado em 1983 pelas Nações Unidas. Além do desenvolvimento sustentável, destaco também outros dois conceitos, o preservacionismo e o conservacionismo, que são correntes ideológicas que surgiram no fim do século XIX, nos Estados Unidos, com posicionamento contra o desenvolvimento destrutivo.

Como vimos, existem grandes debates sobre como desenvolver sem destruir, ou destruir menos. A princípio, esses temas estão voltados para a área ambiental, tendo em vista os problemas ambientais gerado devido a não preservação. Mas devemos ir além, inserir nesses debates outras áreas, em especial a história e a cultura.

Destaco essas áreas, tendo em vista que não se constrói uma sociedade sem cultura e sem história, temas que são importantes na formação do indivíduo, de uma identidade, costumes, tradições e valores. Dessa forma, além do meio ambiente, precisamos também preservar nossa história e cultura.

O que estamos fazendo para preservar nossa história? Trazendo esse debate para Cataguases, estamos vendo um verdadeiro atentado a nossa história. No governo passado por exemplo, documentos históricos foram parar no lixo. Prédios e construções antigas foram demolidos atendendo a interesse privado. Não poderia deixar de citar o caso da compra do cinema, onde o ex-prefeito optou em investir em obras eleitoreiras, em asfalto, mesmo sabendo que a Copasa iria quebrar toda a cidade. Os asfaltos viraram buracos e a cultura um abismo.

Destaco também, os atentados praticados pelo atual governo, citando as mudanças que foram feitas na Praça Manoel Inácio Peixoto ( Bahamas centro) e a instalação do Telão na Estação Ferroviária, causando um contraste entre o antigo e o pseudo-moderno, desconfigurando toda a arquitetura.

Para entendermos melhor essa desconfiguração, cito um exemplo. Imagine que a pessoa adquire um carro antigo, raridade, , valorissimo. . O proprietário ao invés de preservar resolve inovar, modificar o carro. Muda a cor original por uma mais mais moderna. Ao invés do tradicional duas portas, ele muda para quatro portas. Troca os pneus e os aros. Coloca adesivos. Instala um som moderno. Conclusão, muda todo o carro. O que vai acontecer? O carro perde sua identidade. Deixa de ser raro, sem valor no mercado. Fica sendo apenas um carro chamativo.

É isso que está acontecendo com a nossa cidade com esses atentados. Aos poucos a cidade vai perdendo seu valor histórico, sua identidade, sua história. Deixando de ser uma cidade atrativa, cultural.




Sei que muitos não concordam a preservação do nosso acervo histórico, devido o discurso implantado por aqueles que querem destruir nosso passado, dizendo que nosso patrimônio representa um atraso para a cidade e que devemos derrubá-lo e construir prédios de 40 andares, espalhar telões para tudo que é lado. Como se isso fosse desenvolvimento. O desenvolvimento de um povo não está somente nas questões econômicas, mas principalmente, educacionais e culturais.

Para quem pensa assim, cito uma frase de um Cataguasense, Matheus Dias, que diz: “Quem usa o presente para destruir o passado, não será capaz de construir o futuro”.

Para provar que esse discurso de destruição está equivocado, cito a mais nova unidade da rede de Farmácias Pague Menos, localizada na Praça Governador Valadares, em frente a Estação Ferroviária. A drogaria manteve as características arquitetônicas do prédio histórico em que está localizado, Em entrevista para o site do Marcelo Lopes, o gerente regional da rede, Carlos Alberto Barbosa, que disse: "Sempre que chegamos numa cidade, procuramos ter a identidade da mesma, daí nossa preocupação em não interferir na paisagem urbana e, ao contrário, preservar e nos adaptarmos ao que encontramos aqui". A arquiteta Elizabeth Kropft completou: “ a ideia é sensibilizar todos os comerciantes daquela área da necessidade de preservação do patrimônio ali existente”.

Como vimos, tem como desenvolver sem destruir. Devemos investir no desenvolvimento sustentável, em todos os sentidos. Para isso, é preciso sensibilizar as pessoas, principalmente, os empresários. Como a única forma de sensibilizá-los é através do dinheiro, a partir de hoje, só compro em locais que tem responsabilidade social, ambiental e cultural. Sugiro que o nobre leitor faça o mesmo. Dessa forma, teremos o tão sonhado desenvolvimento sustentável. Desenvolver sem destruir.


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