Carro velho ou carro novo/velho?
Paulo Lucio- Carteirinho
Membro do Movimento Vermelho de
Cataguases
Mês que vem, irei decidir se continuo com o meu carro ou
se troco. Adquiri o carro quatro anos,
ano 2008, branco, com 4 portas, ar condicionado, trava, direção, alarme,
som... mudando pra valer a minha vida.
O carro era novo, mas estava
cheios de dívidas, documento atrasado, cheio de problemas. E para piorar a
situação, o carro foi atingindo pela enchente, chegando água no teto. Pense comigo, já era o carro.
Tive que contar com muita ajuda, principalmente, da turma de Brasília e
de Belo Horizonte, conseguindo reformar
o carro. Mas no seguinte, outra enchente, dessa vez menor, mas com grandes
problemas. Novamente conseguir ajuda de
fora e também de amigos e da população.
Consertei o carro. Paguei as
dívidas, coloquei a documentação em dia. O carro ainda não está do jeito que eu
quero, mas já melhorou um pouco. Sendo
necessário mexer:
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Bateria: o carro só pega no tranco, precisa de
muita gente para empurrar, sendo necessário mobilização popular.
·
Podres: tem alguns podres
·
Pneus: O 4 pneus e o estepe estão
carecas, levando o carro para a
contra-mão , sem contar que derrapa nas curvas.
·
Ar condicionado: O calor está chegando e
dentro do carro a temperatura está alta. Um calor insuportável, mesmo assim
todos querem uma carona. O problema é que o carro está cheio demais, tem gente
até no teto.
·
Alarme: dispara a toa chamando atenção de todos. Às vezes
penso que estou sendo roubado.
·
Som: uma
chiadeira danada, não dá para entender nada. A música pula e só toca o que quer.
·
Pintura: a cor está desbotada,
devido a cocô de tucano, tem alguns
arranhões e amassados.
·
Estofado:
velho e fedendo. É preciso trocar tudo.
·
Óleo: o que foi colocado não é de boa qualidade.
Está vazando muito. Já passou da hora de
ser trocado.
·
Suspensão: muito dura, não amortece nada. Soca
muito.
·
Motor: Está quase batendo.
O carro precisa passar, novamente,
por uma revisão. Trocando muitas peças
que estão gastas, improvisadas, terceirizadas e
cheios de gatilhos. É preciso
colocar peças originais, efetivas e de boa qualidade.
São muitos defeitos e às vezes
acho que melhor é trocar. Tem um vendedor que está oferecendo um carro. Nessa
época aparece um monte de vendedor, é preciso cuidado para não cair no papo de vendedor. Segundo ele, tem um carro que é do meu jeito. Eu não vi o
carro, mas do jeito que ele fala é uma Ferrari vermelha, conversível, completa,
sonho de todo motorista. Mas como diz o ditado: “Quando a esmola é boa demais
até o Santo desconfia”. Desconfio de que não seja nada daquilo que ele está
prometendo e que ele está tentando me empurrar
o Fusca, ano 65, vermelho desbotado, com espaço apenas para o motorista
que dirigi sozinho e ainda com defeito
na seta esquerda, só funciona a direita.
Infelizmente,só irei saber depois que
o adquirir. Esse é o problema. Sendo que
terei que decidir até o dia 7 de Outubro. Estou com receio da troca não ser
boa. Não desejo uma Ferrari, mas trocar o meu carro por Fusca é um retrocesso. O que desejo mesmo é um carro Pequeno, popular, vermelho, com um
adesivo da estrela. Mas infelizmente não tem nenhum no momento. O adesivo até
consegue, mas não é a mesma coisa.
Quem sabe daqui a quatro anos não
encontro o carro que desejo.
Estou numa indecisão danada. Estou
cansado de passar raiva com o meu carro. Mas tenho medo de ficar a pé com o
carro novo/velho, prometido. E se o
carro for pior? Talvez seja melhor continuar com o meu carro e consertá-lo. Já sei quais os problemas,
onde mexer, o que precisa para consertar. Mas com tantos problemas acho que não
terá conserto. Sem contar que o mecânico está metendo a mão e ainda cobra antecipado, sem ter feito o
serviço.
O ruim de carro é isso, por mais
que troque sempre teremos gastos. Como dizem: “carro é uma segunda família”. E
por falar em família, o carro novo/velho
prometido traz consigo gerações
passadas. Não tem nada de novo, nem o
cheiro, que não é nada agradável. Está cheio de peças velhas, enferrujadas,
desgastadas, engatilhadas, mas que desfila de zero quilômetro.
E agora, troco ou não de carro? O
problema é que só vou poder trocar de novo daqui a 4 anos. Sem contar que pode
acontecer a mesma coisa: falta de opções, carros novos/velhos,
engatilhados, com defeitos.... .
Está cheio de latas velhas no
mercado. Sem opções, estou longe de conseguir uma viatura que seja a princesinha da zona da mata, está mas para rainha da sucata.
Às vezes acho que é melhor ficar a pé. Ainda mais
com o preço do combustível, que está cada vez mais caro, afinal não tem
concorrência. E fica uma dúvida, será que não tem acordo entre os postos? O jeito é
o boicote contra os postos. Sem contar os impostos, também altíssimos. As
ruas e estradas até que melhoraram, foram asfaltadas, mas vamos aguardar as
chuvas e o tempo.
Tenho até o 7 de Outubro para decidir: Carro velho ou carro novo/velho? Troco ou não de carro?
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