quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Bolsa Família: Política de Assistencialismo, Política Social ou Política Revolucionária?

Bolsa Família: Política de Assistencialismo, Política Social ou Política Revolucionária?
Paulo Lucio – Carteirinho

Vira e mexe participo de debates na internet. Entre um tema e outro, o mais comum é o do Bolsa Família. Para muitos, principalmente para a classe média (burguesia), a turma da direita e para quem não sabe o que é passar necessidade, o Programa não passa de política de assistencialismo, tendo como pano de fundo a busca do voto do povo.

Em minha opinião, é política social, ou melhor, é uma política revolucionária. Como assim revolucionária? De acordo com o dicionário, revolucionária é o que provoca revoluções; favorável a transformações radicais; progressista, inovador. Vejo o Bolsa Família como inovador, não no sentido de novo, afinal de contas, o Programa nada mais é que uma junção de vários projetos sociais de governos anteriores – federais, estaduais e municipais - sendo o primeiro projeto de autoria do sociólogo Betinho, a quem eu defino como “ o Pai do Bolsa Família”. Inovador no sentido de transformador, construtor de uma nova realidade social no Brasil.

Mas que realidade? A da miséria e da fome. O Bolsa Família levou um pouco de dignidade para milhões de Brasileiros. Contribuiu com o fim da fome no país. Isso foi feito apenas dando dinheiro? Não! O Governo Lula percebeu a lógica do sistema capitalista, que é a da concentração de renda. Por outro lado, esse sistema econômico carrega em si o consumo como engrenagem, como sua força motriz, como aquilo que o mantém vivo. Sem o consumo, o Capitalismo morrerá, pois continuará produzindo miseráveis. O Bolsa Família insere milhões de famílias no processo de consumo de mercadorias, através de um processo de distribuição de renda, ao mesmo tempo que reduz os gastos nas áreas da saúde, educação, comércio e segurança.

Todo o dinheiro do Bolsa Família vai para o comércio. Ou alguém acredita que esse dinheiro vai para a poupança? Pobre não guarda dinheiro, pobre gasta. O dinheiro não fica parado, circula pelo comércio. Mas em qual comércio? Uma parte fica no mercado do Fulano; outra no armazém da esquina, na Padaria do sicrano, na quitanda do Beltrano.... Ou seja, no pequeno e médio comerciante. No comércio local. Em Cataguases por exemplo, 2.995 famílias recebem o benefício, e patrocinam a circulação de mais de R$ 2 milhões na economia.

Como sabemos, tudo que compramos gera impostos. Sendo assim, uma parte desse dinheiro volta para o governo. Mais ou menos 40% do valor do Bolsa Família. Esse valor, distribuído no mercado, alimenta a demanda por mais produtos e ajuda a gerar empregos. O ciclo é esse. Mais dinheiro no mercado, mais vendas, mais produção, mais arrecadação de impostos. Conclusão, cerca de 70% do valor do Bolsa Família volta para o governo.

Vale lembrar que o governo tem que investir em saúde, educação, emprego, segurança e outras áreas. Todo o dinheiro do Bolsa Família tem essa finalidade. Cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB (Soma de toda a produção do país). No caso do Bolsa Família, cada R$ 1, 00 gasto gera em torno de R$ 2,25 para o PIB. Conclusão, o Bolsa Família é um produtor de progresso para o pais. – Fonte: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/02/03/gastos-sociais-com-educacao-e-saude-sao-os-que-mais-contribuem-para-alta-do-pib-diz-ipea.jhtm.

Vale destacar que o Bolsa Família tem regras e uma delas é a que obriga aos beneficiários a manter os filhos na escola. Com isso, o governo investiu na educação, diminuindo o trabalho infantil, a violência, a prostituição e a marginalidade. Outra conquista é na área da saúde, afinal, a pessoa tendo acesso a alimentação reduz as doenças, automaticamente o gasto nos hospitais e filas do SUS.. Mas a grande conquista do programa é na distribuição de renda e criação de novos postos de trabalho. É ou não é uma tacada de mestre do Governo?

Como vimos, o Bolsa Família não é Política de Assistencialismo, muito menos Política Social, mas sim uma Política Revolucionária. Governo não dá nada de graça, pelo contrário investe. Diminui a pobreza e ao mesmo tempo gera riquezas para o Brasil. O resultado todos sabemos, o Brasil hoje é a 6º economia do mundo. Apesar das conquistas, não temos motivos nenhum para comemorar. Que fique claro que o Programa não é permanente e naturalmente, chegará o momento em que ele estará dispensado. Esse momento será aqueles em que não conviveremos com um ambiente de pobreza e concentração de renda nesse país. O problema é de todos nós.

Mas tem gente que é contra o Programa. Diz que o Governo “não deve dar o peixe, mas sim ensinar a pescar”. Para isso, citarei uma passagem bíblica. Certa vez, Cristo, vendo que o povo que o seguia tinha fome, multiplicou os pães e os peixes. - (Mateus 14:13-21, Marcos 6:31-44, Lucas 9:10-17 e João 6:5-15). Por que Cristo não multiplicou as varas e as redes de pescas e ensinou seus seguidores a pescar? Vale destacar que seus discípulos eram pescadores. Cristo não o fez, pois sabia das necessidade do povo, da urgência do alimento para aquelas almas. Da mesma forma o Governo sabe da necessidade dos brasileiros pobres e, a cada dia, fortalece investe no Bolsa Família, sabendo ser ele um caminho seguro na busca da justiça social nesse País.

Nenhum comentário: