Devido a pandemia do COVID 19, dei um tempo com
minhas análises políticas a respeito dos pré-candidatos. Tendo em vista que não
tinha clima para escrever sobre política nesse momento. Até porque, tinha
dúvidas se teríamos eleições esse ano.
Inclusive, tramita na Câmara e no Congresso, um antigo desejo
de alguns, que é fazer Eleições Gerais. Eleição para todos os para todos os
cargos no mesmo período: Presidente, governadores, prefeitos, senadores,
deputados federais, deputados estaduais e vereadores. Para isso, os
mandatos dos atuais prefeitos e vereadores prorrogariam por mais dois
anos. Vamos analisar isso na prática. A eleição desse ano seria cancelada,
o prefeito Zé Roberto e os vereadores ganhariam mais dois anos de
mandato, as eleições ocorreriam em 2022, para todos os cargos.
Mas pelo visto essa não essa ideia não vai adiante. Segundo o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, as eleições desse ano estão mantidas. Até o
momento segue o calendário eleitoral. O prazo para se filiar aos partidos terminou
no dia 4 de Abril. Agora, os partidos têm até o dia 15 de Agosto para definirem
os candidatos e as coligações. A partir do dia 16 de Agosto começa oficialmente
as campanhas. A votação ocorrerá no dia 4 de Outubro.
Ainda de acordo com Rodrigo Maia, caso não seja
possível cumprir o calendário eleitoral por causa do coronavírus, podem ocorrer
alterações nas datas, mas a ideia é que a eleição ocorra ainda esse ano.
Já que as eleições estão mantidas, resolvi retomar minhas
análises. Dessa vez, falando da pré-candidatura de Ricardo da Paf Pax.
Empresário que resolveu sair do “isolamento” e entrar na política. Sendo
uma das novidades dessa eleição. Assim como Cláudia Conte (PT), Marcos Paixão
(REDE) e Pedro Junqueira (PL). Todos esses participam pela primeira vez de uma
eleição.
A diferença entre eles é que Ricardo nunca atuou no setor
público. Cláudia Conte, por exemplo, é professora de Educação Básica e
Especialista da Educação/ Supervisora Pedagógica há mais de 30 anos.
Atualmente, é Diretora da Escola Estadual Enéas França (Bela Vista), já foi
vice-diretora do Conservatório. Pedro Junqueira foi funcionário de
carreira do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), o qual trabalhou
por 25 anos, ocupando importantes cargos. Marcos Paixão já ocupou cargos
públicos em cidades do norte de Minas, nas cidades de Engenheiro Navarro
(gestão do prefeito Sileno Lopes), Guaraciama (prefeito Adevaldo Praes) e
Bocaiúva (prefeitos Alberto Caldeira e Ricardo Veloso).
Os demais pré-candidatos têm bagagem política.
Brenio Coli já foi vereador por cinco mandatos (1988,1992, 1996, 2000 e
2008), sendo três vezes presidente da Câmara. Por duas vezes foi
vice-prefeito (2004-2012), ambas ao lado de Zé Roberto. Na eleição
passada (2016) concorreu ao cargo de prefeito contra Zé Roberto. Kélvia está no
seu segundo mandato de vereadora (2012-2016). Rodrigo Pimentel foi vereador
(2012) e concorreu a vice-prefeito (2016) ao lado de Brenio Coli. Godelo
nunca ocupou cargo, mas concorreu eleição para vereador três vezes
(2008- 2012- 2016) e deputado estadual (2018). Marco Antônio também não,
mas por duas vezes concorreu como vice-prefeito (2008-2012) e foi
candidato a deputado estadual (2018).
Como podem ver, Ricardo da Pax Paf é o único pré-candidato
que não é do meio público e político. O que pode ser algo bom ou
ruim. Ele vê como algo bom, tendo em vista que se considera o candidato
da mudança. Como ele disse na entrevista ao Jornal Leopoldinense: “Não
tenho nenhuma trajetória política, tampouco qualquer experiência como gestor
público. Essa condição, aliás, é que me colocou na condição de pré-candidato.
Nunca participei da política partidária. Isso foi essencial para que meu nome
pudesse integrar esse novo projeto. Não basta roupagem ou o nome de novo. Tem
que ser novo, realmente”.
A falta de experiência política seria um dos maiores
problemas de Ricardo, porém, ele está sabendo lidar muito bem com isso. A
começar pela questão partidária. Ricardo filiou-se ao Partido Socialista
Brasileiro (PSB), que tem como representante na região o deputado federal Júlio
Delgado, que apoia sua pré-candidatura. O PSB apesar de carregar no
nome o termo socialista, não tem muito de esquerda. Podemos considerar de centro-esquerda,
mas ultimamente vem flertando com a centro-direita. É um partido de
centro.
Essa flexibilidade do partido é positiva para Ricardo.
Permite a ele dialogar com todas as forças políticas: direita e esquerda. E ele
vem fazendo muito bem isso. É sem dúvida o pré-candidato que mais conversa com
outros pré-candidatos, lideranças, partidos e grupos. Conseguindo atrair
bastantes pessoas para o seu lado. Destaco o apoio do ex-vereador Paulo
Celestino, que deixou o PT para apoiá-lo. Destaco também o encontro que teve,
no 15 de maio de 2019, com o deputado estadual Braulio Braz, do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB), estando presente o ex-vereador Ricardo Ávila
(PTB), garantindo apoio do partido a sua pré-candidatura. No dia 28 de
Novembro de 2019, teve um encontro multipartidário, com a presença
de quatro partidos: PSB (do grupo do Ricardo) , PV (Rodrigo
Pimentel), PTB (Ricardo Ávila) e PDT (Bené Guedes). Essa reunião marcou a
união desses partidos e grupos, que caminharam juntos por algum tempo,
porém, alguns acabaram saindo. É o caso do grupo do Bené Guedes, que foi
para o lado do Brenio Coli.
A saída do grupo do Bené não desanimou Ricardo e os
demais que continuaram no grupo multipartidário. Eles continuaram
dialogando com outras forças, recentemente, conseguiram trazer para
o lado deles o partido Republicanos (antigo PRB) – do grupo do Dr. Marco
Antônio. Com isso, esse grupo volta a ter novamente quatro partidos: PSB, PTB,
PV e Republicanos. Segundo eles, todos com chapa para vereador.
O fato de Ricardo conseguir está com essas pessoas mostra que
ele não está sozinho. Tem com ele um grupo. Como disse na entrevista ao Jornal
Leopoldinense: “Represento um grupo de amigos, das mais variadas
classes de nossa sociedade, que deseja mudanças de verdade e que entende que
Leopoldina necessita urgentemente de um modelo de gestão participativa, longe
da política tradicional, capaz de transformar nossa cidade em um lugar melhor
para que nós e nossos filhos possamos viver.”
Ricardo tem pela frente alguns desafios. Primeiramente
manter esses quatros partidos juntos: Partido Socialista Brasileiro
(PSB), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido Verde (PV),
e Republicanos. Assim ele se iguala ao grupo do Zé Roberto, que até
onde apurei tem também quatro partidos: Partido Social Liberal
(PSL), Partido Social Cristão (PSC), Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) e Partido Progressista (PP). Segundo bastidores políticos,
Breno Coli tem apoio de cinco partidos: Partido Social Democrático (PSD),
Partido Democrático Trabalhista (PDT), Democratas (DEM), Avante (Antigo PTdoB)
e Podemos (PODE – antigo PTN que se uniu ao PHS). É bom
lembrar que não tem nada certo. As convenções partidárias ainda não ocorreram,
como disse anteriormente, os partidos tem até o dia começo de Agosto para
definirem seus rumos, mas já dá para ter uma noção mais ou menos onde
cada um deles está.
A diferença do Ricardo para os grupos do Zé Roberto e Brenio
Coli é que os partidos que compõem o grupo dele possuem outros pré-candidatos.
No grupo do Breno Coli seu nome é dado como certo. Já no grupo do Zé Roberto, a
aposta é Kélvia. Não escutamos outros nomes nesses grupos. Já no grupo onde
está Ricardo, o PV tem como pré-candidato Rodrigo Pimentel e os Republicanos
tem Dr. Marco Antônio. Será que Ricardo vai conseguir fazer com que esses
pré-candidatos abram mão de suas candidaturas para apoiá-lo? Será que eles vão
continuar com Ricardo ou podem apoiar outros pré-candidatos, podendo ser vice
ou quem sabe receber convite para ocupar cargos num possível governo?
Além de tentar manter o que está junto, outro desafio de
Ricardo é conseguir apoio de outros partidos, que até o momento, não
estão com ninguém. Seguem carreira solo. Isso ocorre pois esses partidos também
possuem pré-candidatos. É o caso do PT (Cláudia Conte), PCdoB (Godelo), REDE
(Marcos Paixão) e PL (Pedro Junqueira). Esses conversam entre si e também
com outros grupos. Eles vão manter suas pré-candidaturas?
Será que Ricardo conseguirá fazer com que esses
partidos abram mão de suas pré-candidaturas para apoiá-lo? Construindo
assim a terceira via, que é algo muito comum na política de Leopoldina. Desde a
redemocratização (1985), a cidade nunca teve mais de três candidatos.
Normalmente, disputam as eleições três candidatos. Foi assim 1992: Zé Roberto X
Pachá X Zé Turquinho; 1996: Marcio Freire X Jose Newton X Terezinha; 2004: Zé
Roberto X Bené X Iolanda; 2008: Bené X Jose Newton X Marcinho. 2012: ZÉ Roberto
X Marcinho X Bretas. Em apenas duas eleições tivemos dois candidatos: a 2000:
Zé Roberto X Jose Newton. 2016: Zé Roberto X Brenio.
E a eleição de 2020, quantos candidatos teremos? Dois, três, quatro, cinco...? Ricardo vai conseguir fazer com que Rodrigo Pimentel e Dr. Marco Antônio abram mão de suas pré-candidaturas para apoiá-lo? Vai conseguir também que outros pré-candidatos, em especial, Cláudia Conte, Marcos Paixão , Godelo e Pedro Augusto abram mão e o apóiam, construindo assim a terceira via? Teremos o Bloco Progressista? A dúvida que não quer calar: E agora Ricardo?
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