sábado, 5 de janeiro de 2013

Cataguases de qual JEITO?


Cataguases de qual JEITO?

Esse tema foi tratado na última edição desse jornal pelo escritor Mauro Sérgio Fernandes, residente da capital do Brasil, que com seu binóculo de longa distância acompanha os fatos de nossa cidade, contribuindo com suas opiniões o seu JEITO de pensar.  Com destaque para duas de suas sugestões:  o Fórum Suprapartidário de Planejamento Estratégico e o ENCINE – Encontro Nacional de Cinema.

Eu, pisando em solo nosso, tenho uma  opinião e outro JEITO de pensar. E encontro  outras  pessoas com outras  opiniões e JEITO  de pensar. Mas por que estamos falando de JEITO?
“Cataguases do seu JEITO” foi o slogan da campanha do candidato eleito.  Um marketing político que deu certo. Espero que não seja igual o  “Foi pra valer”, que para mais de 51% dos eleitores não valeu de nada. Para o restante até valeu,  mas não foi pra valer.  

Em relação ao marketing político, papel e discurso aceitam tudo. O difícil é colocar em prática. Principalmente,  quando cada um tem um JEITO  de pensar. Como Mauro  destacou, “ do JEITO deles ou do nosso JEITO? Do meu ou do seu JEITO? Ou – quem sabe –“do JEITINHO” brasileiro? “.   Como não tem  como colocar em prática todos os JEITOS, fica a dúvida, Cataguases de qual JEITO?

Com tantos JEITOS, cada um querendo dar sua piruada, acaba complicando. Cito como exemplo a  escolha do secretário (a) de educação, onde no calor da eleição o candidato arrumou um JEITO de conseguir votos e apoio da categoria da educação, prometendo que a própria categoria escolheria o secretário (a),  ou melhor, indicariam três nomes e o prefeito escolheria. O que me faz lembrar a frase de    Sain-Jonh Perse, que diz:“ A democracia, mais do que qualquer outro regime, exige o exercício da autoridade”. Ou seja, a palavra final será  do candidato e não da categoria.  
A  princípio um JEITO interessante, “democrático” e  revolucionário.  Mas vale ressaltar que essa proposta foi voltada apenas para os servidores da rede Municipal, excluindo os profissionais da rede Estadual, Federal,  Particular e outros que atuam na área da educação. Isso é democrático?   É revolucionário?

Tenho minhas críticas em relação a essa proposta. Onde entendo que  educação não deve ser visto  apenas como uma questão de categoria. Muito menos uma questão eleitoreira, a fim de angariar votos. Destaco também que essa proposta é prejudicial a luta de classe, lembrando que o prefeito será o patrão da categoria,  onde concerteza haverá conflitos de interesses: patrão x trabalhador. E tal proposta atrela categoria a governo. Lembrando que essa   união não traz boas recordações para Cataguases, mais recente – com o professor- e no passado – com a ex-secretária de educação.     Vale destacar que muitos servidores, inclusive membros do sindicato,  foram contrários a essa proposta. Mas foram votos vencidos.

No meio JEITO de pensar, cabe a categoria esquecer nomeação  e cargos e se  mobilizar  para  cobrar seus direitos, a começar pelo pagamento do piso, além das condições de trabalho, revisão do Plano de Carreira, valorização do profissionalismo... E não realizar vontades do prefeito eleito.   
Destaco também que, ao fazer  tal proposta o candidato abriu mão de nomear alguém de sua confiança, ficando com o rabo preso com a categoria, correndo o risco de indicar alguém que não apoiou,    do grupo adversário e que não venha agradar sua equipe,  partido,  apoiadores e até mesmo o prefeito.  Sem contar que o secretário deve ter uma boa sinergia com prefeito, vice-prefeito, outras secretarias e   setores. Dessa forma, a nomeação deveria ser exclusividade do prefeito e de sua equipe. E não da categoria.   

 Esse fato  mostra um pouco da imaturidade política do candidato, que não se atentou para essas questões.   Ao fazer uso dessa promessa o candidato imaginou de um JEITO, mas as coisas não saíram do seu JEITO. Agora não tem mais JEITO de voltar atrás, terá que cumprir a promessa. E para piorar, a categoria não fez do JEITO  que o candidato sugeriu. Ao invés de indicar  três nomes, entregou uma lista com treze nomes.  Dez a mais do combinado. E para piorar mais ainda,  muitos servidores não concordaram com o JEITO que foi realizada essa lista, alegando não ter tomado conhecimento da  assembléia que decidiu a lista.  Com isso, o prefeito eleito teve que mudar o JEITO novamente.  E uma nova lista surgiu. 

Lembrando que quanto mais nomes tiver,   maior  a  facilidade de prevalecer uma decisão política e não da categoria. Há inclusive especulações de  que esse nome já está definido. A cada hora cada um fala uma coisa.  E quanto mais tempo demorar esse processo maior será o desgaste político, tanto para a categoria quanto para o prefeito eleito.

Há quem diga que estão usando a categoria. Outros de que  não passa de um teatro, um espetáculo.  Por falar em  espetáculo, de acordo com James Cook: “Um homem que quer reger a orquestra precisa dar as costas à platéia.”  Cabe ao maestro  escolher bom músicos, ter os instrumentos certos e tocar a música que está ensaiada. Dar   ouvidos a platéia acaba tocando uma música que não conhece, que não ensaiou,  tendo  músicos que não conhecem  o instrumento que vai tocar.   Do contrário, não ouvirá aplausos, mas sim vaias.

Com tantos JEITOS, vai ser difícil saber qual JEITO vai dar JEITO  em Cataguases!  

 




 

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